AVISO: Escutem músicas do Troye Sivan do álbum Blue Neighborhood quando eu indicar (em qualquer dos capítulos).
Levanto da cadeira e coloco a mochila velha em minhas costas. Todos já saíram da sala, só resta eu e esta velha alcoólica. Caminho lentamente até a porta.
- Karla — me viro e a encaro — estou preocupada, o que está acontecendo com você? Suas notas estão piorando. Seis meses atrás você era a melhor al...
- Vou melhorar. — Interrompo a mulher e ela me encara tristemente
- Tome. — ela me entrega um cartão escrito "Psicóloga" — Vai ser melhor para você.
- Claro — saio da sala de aula deixando-a sozinha.
Ela realmente acha que sabe o que é melhor para mim? Ela não sabe nem o que é melhor para ela. Todos sabem que aos finais de semana ela vai a bares e fica bêbada, culpando o marido de ter a abandonado.
Sento no chão me escorando na parece de tijolos da escola. Retiro da mochila o caderno roxo e o abro. Boto os fones de ouvido que tocam uma melodia calma e relaxante. Volto a desenhar a feia mariposa. A cada traço me sinto mais longe do todos os problemas e mais conectada com a música e a mariposa sem graça.
Levo um susto quando sinto uma mão em meu ombro, tiro os fones e olho o homem careca, é o guarda da escola.
- Sua mãe já chegou. Ela está buzinando a alguns minutos.
- Ah, obrigada por avisar. — forço um sorriso e ando em direção ao carro branco.
Abro a porta do carro e me sento no banco frio.
- Qual a necessidade de fazer isso Sinu? Que escandalosa! — falo irritada.
- Bom dia Karla. Como foi a aula? — fala a mulher com um sorriso no rosto, ignorando a minha pergunta anterior.
- Camila. — A corrijo rapidamente.
- Seu nome é Karla Camila. Qual o problema de te chamar pelo nome? — fala enquanto começa a dirigir em caminho a nossa casa.
Ignoro a pergunta, boto os fones novamente e começo a olhar pela janela do carro a paisagem por onde estamos passando. (Leitores: escutem música) A música faz com que meu corpo inteiro relaxe e eu esqueça de tudo ao meu redor, me concentrando apenas na melodia.
O carro para de andar, chegamos. Abro a porta e desço do carro. Entro dentro da casa e ando rapidamente em direção ao meu quarto, mas logo paro quando me deparo novamente com aquela coisa.
- Já falei para tirar isso daqui. — falo grosseiramente para minha mãe enquanto encaro a foto do meu pai com flores ao redor e uma faixa escrita "para sempre em nossos corações".
- Seu pai merece ser lembrado, ele foi uma ótima pessoa.
- Ele não merece ser lembrado desta maneira, isso é ridículo — falo e arranco fora a faixa e boto-a amassada no lixo
- CAMILA — grita Sinu com raiva
Corro até meu quarto e tranco a porta bruscamente. Atiro a mochila que estava em minhas costas em algum canto do meu quarto. Apoio minhas costas na porta fechada e sento no chão. Começo a chorar. Choro pelos problemas na minha vida. Choro pelos problemas no mundo. Choro pelo meu pai. Começo a bater minha mão no chão com raiva. Muita raiva. E do nada quieta. O que isto muda na minha vida? Ela vai continuar merda. Limpo minhas lágrimas e fico sentada no chão por um tempo. Ouço batidas fracas na porta.
- Camila — fala uma voz fina e fraca. Abro a porta e entra a pequena menina
- Oi Sofi — sorrio e abraço a minha irmã
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Apple Tea
FanfictionCamila Cabello é reservada, sai pouco de casa e não tem muitos amigos, mas ela tem seus motivos. Ela passa seu tempo desenhando em um caderno roxo e em sua rede social favorita, o Tumblr. Adora poesias sem sentido e, apesar de não parecer, ama muito...