mindscape.

Uma paisagem pode ser vista de duas perspetivas. Várias entidades individuais que por algum motivo estão em localizações próximas, colocadas lá pelo destino e que de longe se fundem numa só. Ou um único quadro que possui vários pormenores, como as sardas que no fundo são apenas detalhes de uma pessoa.
A vida para mim é uma perspetiva. Uma sucessão incansável, interminável, infindável de metáforas. Um simples ato pode ser um milagre, uma tragédia, uma coincidência ou uma banalidade. No entanto, na visão literal das coisas, o sucedido é precisamente o mesmo. Então onde está a diferença? Na mente. No nosso carácter, o filtro adjetivador que possuímos. Por onde passam as informações que recebemos, para serem colocadas em pastas como para refletir mais tarde, importante, irrelevante, POR FAVOR APAGAR JÁ.
Falar sobre a vida tanto pode ser falar de tudo e mais alguma coisa, pormenores que são relevantes à nossa existência e que nos definem quando unidos, bem como olhar os nossos dias no seu conjunto e constatar o seu estado. Uma paisagem contínua.
Isto sou eu, em estado puro, destilado de qualquer influência de outrem. O meu filtro tal como me foi atribuído. Uma visão de tudo, não através dos meus olhos, mas através da minha mente.
O necessário para me libertar de todas as coisas que forçosamente entram nas pastas erradas, no momento errado. Porque para mim liberdade não é deixar de ter barreiras, é esquecê-las por uns segundos e permitir-me vaguear e descobrir o meu espírito na sua totalidade.
Uma coleção de reflexões que me ficaram tatuadas na alma e que pretendo expor antes que alguém as tente riscar por cima.

Uma mindscape. Um sítio em que me perco nas palavras da minha paisagem, para realmente me encontrar.