45 anos

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Ela tem VRS, disse meu aluno, era o mais empenhado da sala. E então eu disse que não se encaixava com a alta taxa de plaquetas e glóbulos brancos, pois seu sistema imune estava intacto. Eu era professor de universidade, era considerado o melhor professor pelos alunos. Estava diante de uma nova turma, um novo desafio por assim dizer.

Alem de ser professor também era muito consultado pra bases diagnosticas já que eu fazia medicina.

E então tinha pego o primeiro caso da turma. Era um desafio, sua nota dependia de seu acerto, e era um trabalho com pessoas em real tempo e dificuldade, o que os encorajava mais ao trabalho, afinal, o que mais importava era salvar vidas. A sala era participativa mas ainda tinha dificuldades, e eu lembro da primeira aula deles.

Chegaram toda a turma, expliquei meu método de ensino já citado e então me apresentei como meu sobrenome e meus apelidos, explique como seria o trabalho e como iria prepará-los, e claro que ficasse abaixo de 50% de acerto, eu reprovava. Todos gostavam de musica, eletrônica era a mais predominante, então cada dia um escolhia uma musica enquanto se desenvolvia a aula, em ordem alfabética. Ate chegarmos aqui no primeiro caso da turma: Mulher. 45 anos. Com alucinações, convulsão controlada, fraqueza muscular e óssea. Tínhamos parado em infecção por bactéria, oq se encaixa com os sintomas, autoimune, era a mais provável, mas deixei os alunos para testá-los, afinal, eu já sabia o que era, qualquer coisa salvaria ela em ultimo caso. Deixei por conta de dois grupos de 18 alunos, minha sala tinha ao todo 36. E cada grupo poderia ter um resultado, fazer um exame e ministrar uma possível cura.

Assim se desenvolveu por uma semana e meia nossa aula.

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