O amor da minha vida

SETE|ETES

     "Quando eu finalmente consegui que você aceitasse sair comigo, eu falei para os meus amigos e minha mãe tinha perguntado porque eu cheguei tão feliz em casa naquele dia. Sexta feira de manhã minha avó passou mal, a tarde minha mãe e eu levamos ela para o hospital e ficamos lá até escurecer. Minha mãe me mandou voltar para ir sair com você, mas eu tava com medo. Medo de você não ir, medo de alguma coisa acontecer com a minha avó. Mas aí liberaram minha vó e voltamos para casa. Eu me arrumei e mandei mensagem dizendo que iria me atrasar, mas estava dando erro. Eu cheguei no cinema mas você não estava mais lá." Ele disse e depois respirou fundo. Ele estava quase chorando, segurei em suas mãos e ele piscou forte, logo depois voltando a olhar para mim." Sábado de manhã minha avó teve uma recaída, e a tarde ela faleceu. Ela e eu não éramos tão próximos assim, mas ela era minha avó. Minha avó paterna, mas minha mãe ajudou ela nos últimos momentos e por isso ela estava sofrendo tanto. Eu faltei na escola essa semana porque estava com medo de deixar ela sozinha..." Ele disse e me olhou com as bochechas coradas." E de te ver, achei que você iria querer me matar e não sabia se você tinha ido ou não. Sexta eu sai com a minha amiga, porque ela disse que eu não podia ficar assim, que eu tinha que me distrair, ela não mora aqui e veio justo essa semana então aproveitei e sai com ela. Aí fomos em uma loja de roupas mas eu não quis entrar, aí quando ela saiu ela me abraçou e disse que eu tinha que ser gay pra gostar das coisas que ela gosta."
     Quando ele terminou eu estava com lágrimas nos olhos. Eu estava me sentindo péssima, além de que eu tinha sido egoísta.O abracei e ele me apertou entre seus braços.
     "Eu não..." Comecei mas ele me beijou. Arregalei os olhos e fiquei parada, mas quando senti sua mão no meu rosto eu fechei os olhos e correspondi. Eu nunca imaginei que isso um dia iria acontecer, eu sonhava com isso todas as noites. Minha barriga não estava suportando as borboletas que tinham nela.
     Quando ele parou de me beijar, senti minhas bochechas corarem, eu nunca me senti tão quente. Nunca isso aconteceu com nenhum garoto, se bem que na minha vida toda eu só beijei 3 garotos.
     "Hum... Eu..." Ele começou mas eu apenas sorri e lhe dei um selinho. Ele sorriu e voltou a segurar minhas mãos." O que aconteceu com você? Porque estava daquele jeito quando eu te encontrei?"
     "O passado voltou antes do que eu esperava." Disse e ele me puxou para ele, ele me sentou do seu lado e eu deitei minha cabeça em seu ombro.
     "Você sabe que pode contar comigo pro que precisar". Ele disse e senti sua cabeça sobre a minha e sorri.
     "Agora eu sei que posso!" Disse e ele beijou minha cabeça depois deitou sobre a mesma de novo.

     Passamos a tarde inteira juntos, ele ligou para Bibi para avisar que eu estava com ele, assistimos alguns filmes e depois ele me levou para casa.
     Tomei banho e jantei, arrumei minhas coisas para o dia seguinte e deitei na cama. Meu celular apitou e eu fui olhá-lo.

Paulo: dorme bem, ❤️
Giu: você Tbm, boa noite!❤️😘

     Mandei e fui dormir. Acordei super disposta, apesar do que aconteceu ontem à tarde, Paulo fez eu me sentir incrível com apenas uma mensagem.

Paulo: Bom dia!!! Te espero no colégio. Tenho que falar com você.
Giu: bom dia! Okay, assim que chegar te procuro! Bjs, vou me trocar!

     Mandei e sai correndo até o banheiro, lavei o rosto e fui colocar o uniforme, a blusa do colégio, uma calça jeans e coloquei meu tênis azul marinho. Fui até minha penteadeira e arrumei meu cabelo colocando uma tiara de pérolas depois. Passei rímel e peguei meu querido batom rosa, peguei minha mochila e celular e desci para tomar café.
     "Bom dia!" Disse e beijei a bochecha da Helo e de Monica que já estavam na cozinha. Sentei na mesa e comecei a tomar meu café.
     "Parece que alguém acordou com o pé direito hoje! Já falou com o namoradinho?" Helo disse e eu ri.
     "Até parece que eu tenho namoradinho... Mas hoje eu acordei bem!" Disse e elas sorriram. Terminei de tomar café e fui escovar os dentes, passei o batom e fui com Helo para o colégio, já que ela já estava saindo.
     Quando entrei fui logo procurar Paulo, deixei minha mochila em um banco e fui até o banheiro ver se estava bem. Quando passei perto do banheiro masculino ouvi as vozes dos melhores amigos do Paulo.
     "Achei que ela fosse mais difícil!" Um deles disse e risadas soaram, de 2 pessoas.
     "Ela não é nem um pouco, logo, logo, quando ela ficar grudenta você vai jogar fora como as outras?" O outro disse e as risadas voltaram a ser ouvidas.
     "A única coisa boa nela é o corpo."
     "A Giullieta é uma trouxa mesmo, não aprende mesmo depois de anos!" Disse e eu saí correndo, entrei no banheiro e bati com raiva na pia. Suspirei e senti meu celular vibrando.

Paulo: acabei de chegar, acabei me atrasando, cadê você?
Giu: achei que estivesse no banheiro com seus amigos.
Paulo: não, eles acabaram de sair de lá com o Nathan, lembra que eu disse que temos o mesmo grupo de amigos?
Paulo: cadê você? Quero falar com você!
Giu: tudo bem, mas tenho que resolver uma coisa primeiro.

    Mandei a mensagem e levantei, retoquei meu batom e arrumei o cabelo que tinha acabado bagunçando quando corri para o banheiro. Fui procurar Paulo e depois que o achei puxei ele até a mesa onde Nathan estava com os amigos.
     "Oi Nathan!" Disse e ele sorriu para mim, os amigos riram e depois eu dei um tapa na cara dele. Todo mundo se virou para olhar." Eu posso ser trouxa, posso ser supostamente fácil, mas sou mais esperta que você, que conversa com os amigos em um lugar com eco e vitrô."
     "Sua..." Ele ia me xingar mas Paulo se pôs na minha frente e o encarou com raiva." Vocês são uns inúteis!"
     Eles se levantaram e saíram dali, Paulo se virou pra mim e eu dei um selinho nele. Algumas pessoas a nossa volta bateram palmas mas nós apenas pegamos nossas coisas e fomos para a sala.
     "Enquanto o sinal ainda não bate, queria saber se você quer sair comigo?" Ele perguntou e eu assenti. "Dessa vez eu juro que faço tudo para ser perfeito!"
     "Eu sei que vai, Paulo, eu gosto muito de você de verdade!" Disse e ele me beijou.
     "Eu também gosto muito de você! Muito mais do que achei que um dia gostaria." Disse e eu sorri, o sinal tocou e ele sentou atrás de mim, depois pediu para o garoto sentar no lugar dele e o garoto acabou cedendo.

Os dias não passaram correndo, eles praticamente voaram, o dia do encontro com o Paulo havia chego mas com muitos problemas entre eles.

     Terminei de me arrumar e me olhei no espelho, me cabelo estava preso em um coque lateral baixo com alguns cachos soltos e estava com uma tiara de brilho na cabeça. Minha maquiagem estava bem simples, estava em tons claros e neutros, meu batom era vermelho e destacava na minha pele clara.
     Estava com um vestido preto até meus joelhos, com detalhes brilhantes e saltos vermelhos. Uma bolsa preta brilhosa continha um batom, meu celular, dinheiro e um band-aid de emergência. Passei meu perfume favorito antes de descer até a sala.
     "Você parece uma princesa!" Valerie disse e eu sorri, dei um beijo na minha pequena e fui me despedir da Helo. Ela estava na varanda junto com meu pai e Sophia. Ela estava brincando de boneca e quando ouviu os saltos se virou para mim, ela engatinhou até mim e eu a peguei no colo.
     "Pequena! Você engatinhou!" Disse e ela sorriu, Helo e meu pai nos olhavam sorrindo, logo Valerie apareceu e pulou no colo do meu pai. A campainha tocou e eu coloquei Sophia no colo de Helo." Eu vou indo! Beijos!" Disse e me despedi deles.
     "Juízo! Quero você aqui até 00:00!" Meu pai disse e eu assenti enquanto ia até a porta. Paulo estava com uma mão atrás das costas e estava encostado no batente, ele vestia um terno preto e estava de gravata, o cabelo estava penteado para trás. Ele olhou para mim quando me aproximei e sorriu, me deu um selinho e tirou de trás um buquê de rosas vermelhas.
     "Flores, para uma flor!" Ele disse e eu ri.
"Muito obrigada! São as minhas favoritas!" Peguei as flores e levei até a cozinha para Monica por em um vaso para mim. "
     "Divirta-se!" Ela disse e eu sorri indo até ele, sai e fechei a porta, ele me deu o braço e descemos.
"Como sabia das rosas?" Perguntei e ele sorriu pro espelho.
"Fiz meu dever de casa e acabei aprendendo que você gosta de rosas vermelhas, serenatas, passeios ao luar..." Ele disse e eu assenti sorrindo.
"O que disse para Mariane? Como convenceu ela a te contar isso?"
"Tenho alguns truques na manga!" Ele disse enquanto saíamos do prédio.
Um táxi nos esperava e ele nos levou até um restaurante chique na ponta da praia.
     "Não é muito caro? Eu não trouxe tanto dinheiro assim..." Disse enquanto entrávamos. Era um dos restaurantes mais chiques da cidade antes de eu me mudar, isso se não for o mais chique agora. É a primeira vez que eu como aqui, mas já passei por aqui antes e até já entrei.
     "Não se preocupe, eu convidei, eu pago" ele disse e o recepcionista sorriu para nós.