Projeto 23

I

23 de março de 2040.

Eu sou Jonathan Paes e esse é o registro da minha história.

Filho de um americano com uma brasileira, nasci e cresci em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Aos 21, decidi me alistar ao exército americano. Minha primeira missão foi um ano depois em 2025, que conhecida mundialmente como "A Segunda Guerra Santa". O objetivo era eliminar o por completo o Estado Islâmico do mundo. Rússia e Estados Unidos fecharam o cerco contra o oriente médio, avançando suas tropas paralelamente.

No final de 2027, o Estado Islâmico finalmente tinha sido completamente derrotado, mas não houveram comemorações. Durante uma ação noturna, os russos confundiram parte de nossa tropa com os terroristas, abrindo fogo contra um grupo de 400 soldados. Um massacre que veio a ser o estopim de mais uma batalha: a Nova Guerra Fria.

Dois anos após o início da guerra, fui convocado para uma missão de reconhecimento, acontece que devido à uma falha da minha equipe, acabei sendo capturado por um grupo guerrilheiro de descendentes dos Cazares ou "Errantes" em nossa língua, um estado eslavo dado como extinto no final do Século 10. De fato, o grupo sumiu completamente dos registros históricos, mas de forma planejada.

Temendo as guerras da época, seus líderes foram enviados para diferentes lugares no mundo, onde se estabeleceram e difundiram seus ideais por gerações na esperança de um dia o império ser restaurado. Os remanescentes que permaneceram na Rússia, infiltraram em diferentes estágios governamentais do país, desviando riquezas e tecnologias para uma base supostamente próxima ao Rio Volga. Fui enviado para essa base como mão de obra escrava. Sem contato algum com o mundo externo, passei 1 ano sem nenhum contato com o mundo externo. Tive contato com armas e tecnologias que jamais havia visto na vida. Algumas delas, não faziam parte do nosso mundo. 

Quando um novo cientista chegou à base, minha vida mudou por completo. Todos o chamavam de Dr. Kiev, e com certeza esse não era o seu nome. O cientista trazia consigo uma caixa de madeira escura, parecia ter sido feita em meio à carvão. Runas talhadas em branco, nenhuma delas semelhantes a qualquer desenho ou palavra que conhecia. Ninguém sabia o que exatamente era. Dr, Kiev era prepotente e assim que me viu, um soldado americano acorrentado limpando o chão da base, chegou ao meu lado e disse com ironia em sua voz:

- Amanhã será a extinção dos corretos. E o retorno dos Errantes.

Em um último suspiro de desespero, a imagem dos meus pais, amigos de exército e até um nome desconhecido acompanhado de um vulto, me fizeram reagir. Um nome ecoou em minha mente: - Mirana.
Avancei sobre o cientista, que deixou a caixa cair no chão. Aberta, um estranho objeto em formato de cone metálico rolou em minha direção. O apertei com força, ativando algo que mudaria minha vida.

O fechar dos olhos...

Uma luz...

Uma explosão...

O início.