Sombras - Episodio 12

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Narração: Henry

Eu comecei a sentir tudo treme de baixo de nós e o Gabriel parado, de joelhos no chão e com a cabeça abaixada. Foi então que de repente ele levantou a cabeça, e os olhos deles estavam mais negros possíveis. O tom doce e gentil dele tinha se transformado em algo sombrio e aterrorizante.

— A culpa disso é toda sua. – Falou ele para o Pietro.

— Porque minha? – Perguntou o Pietro.

— Ele não era obrigado a proteger ninguém, muito menos o seu irmão que nunca fez nada por ele. Na verdade, ninguém de vocês fizeram nada por ele, além de mim que tentei o tempo todo o proteger. Agora ele morreu só para proteger alguém que já está morto. – Falou o Gabriel.

— Gabriel, chega! – Falei para ele.

— Você sempre o odiou Henry. – Falou ele para mim, se levantando.

— Eu nunca o odiei. – Falei para ele.

— Você nunca aceitou o fato dele ter sido o outro garoto que conseguiu arrancar de mim alegrias, sorrisos, carinho e suspiros de prazer. – Falou ele para mim.

Eu sabia que aquele não era o meu Gabriel, que tudo que ele estava falando era algo muito mais poderoso do que q própria vontade dele de lutar contra aquilo. Porem no fundo ele tinha razão de uma coisa, o Mike sim, foi capaz de fazer pelo o Gabriel, muita coisa que eu também fiz, mas isso não era motivo suficientes de odiá-lo. Não, eu não o odiava, eu o amava assim como o Gabriel o amava. Talvez n~~ao da mesma forma que eles um dia se amaram. Mas o Mike era alguém também importante para mim.

—Você não sabe o que fala.

Eu falei caminhando na direção dele. Mas sentir um aperto na minha garganta que me fez cair de joelhos no chão e com as mãos na minha própria garganta. Tentando procurar ar para respirar.

— Nada me impede de matar todos vocês aqui agora e fazer todos pagarem por isso. – Falou ele.

— E você deixará seu filho sem pai? – Falei para ele.

— Eu não tenho filho. Nunca tive e nunca terei, graças a vocês. – Falou ele.

— O David te ama mais do que qualquer coisa nesse mundo. Tem mais crianças em jogo do que você imagina. – Falei para ele.

— o que você acha que farei logo em seguida que matar vocês? – Falou ele.

— O Gabriel nunca seria capaz de machucar uma criança, o Gabriel não seria capaz de machucar seus amigos, o Gabriel nunca seria capaz de me magoar. – Falei para ele.

Num piscar de olhos ele apareceu na minha frente e olhou fundo nos meus olhos enquanto eu respirava com dificuldade.

— E quem falou que eu sou o Gabriel?

Ele falou e depois me jogou para longe, exatamente para perto do Nemeton, onde me choquei violentamente contra a barreira de proteção que agora levava a alma do Mike.

— Você sabe que te amo e que não sou capaz de te parar, ninguém aqui é capaz de te parar, por isso eu te peço. Luta contra isso que está dentro de você. Você é muito mais poderoso do que você pensa. Ele está se alimentando de sua tristeza, porque acabei de ver em seus olhos, você não é o Gabriel, literalmente você não é o Gabriel.

— Melhor eu te matar logo de primeiro. – Falou ele se aproximando de mim.

Foi que de repente eu vi a silhueta de alguém pular atrás dele e o agarrar por trás. Vi duas presas entrarem no pescoço dele e o sangue escorrer rapidamente. O cheiro metálico do sangue se intensificou por todo o ar.

— Você não sabe com quem mexeu. – Falou o Gabriel.

Ele pegou a pessoa que o mordeu pela cabeça, puxou e a jogou para longe. E quando ele se levantou novamente podemos ver quem era.

— Olá galerinha. Desculpas pela demora. – Falou o Kyro. – Mas eu tinha alguns probleminhas para resolver antes.

— Você tem que fugir, você vai morrer se o enfrentar. – Falei para ele.

— Não vou não. – Falou ele.

Só que o que eu disse era verdade, sim, ele iria morrer, porque o Gabriel paralisou a todos para que não o ajudassem. Gabriel apareceu do lado dele e o deu um soco que fez ele cair de cara no chão. Depois ele mesmo pisou no peito do Kyro que se virou logo em seguida tentando levantar. Gabriel pegou pelos cabelos dele, o rodou e jogou perto de mim.

— Você tinha razão, eu vou morrer.

Eu não conseguia me mexer, e não sabia o que dizer, o que quer que seja que estivesse no corpo do Gabriel, tinha o deixado mais forte. Os tremores não pararam e tudo continuava tremendo. Foi então que o Gabriel pegou um taco de madeira que tinha caído de um galho da arvore e a quebrou em duas partes. Chegou perto do Kyro. Quando ele tentou fugir, Gabriel enfiou a estava na barriga dele e depois no ombro esquerdo.

— Porque não direto no coração? – Perguntou o Kyro com você de dor.

— Porque sei que você não é um vampiro igual nas ficções. E eu tenho outros planos para o seu coração. – Falou o Gabriel.

— Quais? -Perguntou o Kyro.

— Por favor, não. – Tentei intervir, mas não conseguir.

— Esse. – Gabriel enfiou a mão no peito do Kyro, e vi os olhos deles se encherem de dor.

Em seguida o Gabriel puxou a mão de volta, trazendo com ela o coração do Kyro em suas mãos, ainda pulsante. Eu fiquei chocado com o que tinha acontecido. E vi o Kyro do seu último suspiro.

— Você e nem ninguém é páreo para esse corpo aqui. Eu sinto o poder extremo nas veias dele. – Falou Gabriel.

Ele pôr fim queimou o corpo de Kyro, jogando uma bola de fogo ele, e em seguida jogou o coração de volta ao corpo para ser queimado junto.

— Tem certeza que ninguém é páreo para você? – Ouvimos a voz de alguém chegando no local.

Quando eu olhei para aquele ser, meu coração parou, eu queria poder fazer o possível para tirar ele dali o David corria perigo.

— Filho, volta para casa. – Falei para ele.

— Cama papai, sei que ele não vai me machucar. – Falou o David – Eu sou o único páreo para ele.

Rapidamente o David agiu, não sei como e com quem ele aprendeu aquilo. Fez o corpo do Gabriel levitar no ar e subir lentamente e depois o jogou violentamente no chão.

— Sei que você não é o meu pai, então o deixe em paz agora mesmo. – Falou o David.

Ele continuava dando vários golpes no Gabriel.

­— Impossível, eu sou o mais poderoso. – Falou Gabriel.

David caminhou até o pai que inutilmente tentava usar os poderes, mas estava sendo bloqueado.

— Sabe o que é impossível? – Perguntou o David para o pai.

— O que? – Perguntou o Gabriel.

— O que é impossível é existir alguma força na terra maior do que o Amor de um Filho pelo seu pai. – Respondeu o David.

Ele pegou na cabeça do Gabriel e fechou os olhos. Começou a falar algumas palavras tão baixos que eu não conseguir ouvir, na verdade ninguém conseguia. Foi então que o Gabriel deu um grito e pela boca dele começou a sair uma fumaça preta que foi subindo para o alto, mas antes dela se dissipar, o David movimentou as mãos fazendo elas entrarem em combustão. Seja o que for que tivesse saído do Gabriel, tinha sido destruído.

— Filho? – Perguntou o Gabriel antes de desmaiar.

— Você ficará bem. – Respondeu o David caindo por cima do pai, também inconsciente.

A Ordem Mística - 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora