Psiquiatry; malik

; hundred & eleven

Há uma imagem que me é conhecida. Uma imagem de Zayn entrar pela sala de espera na ala da psiquiatria e sentar-se à minha frente, com os seus olhos da cor da tristeza. Lembro-me de nos vermos nessas terças-feiras e lembro-me de o ver debaixo  da chuva, sem chapéu. Aconteceu da mesma forma, mas dessa vez ele perguntou-me o que eu achava do sol. Eu disse que queimava a pele e ele perguntou-me se isso me fazia sentir viva. Eu sorri e afirmei que sim. Ele disse que precisávamos de nos sentirmos vivos. Ele perguntou-me se eu o queria ajudar a senti-lo vivo, porque as forças da natureza já estavam a perder o seu efeito. "Se me ajudares a sentir-me viva." Eu lembro-me de dizer. Ele disse que tinha todo o prazer de me ajudar e que faria o possível para isso. Lembro-me de termos passado uma noite chuvosa a falar, debaixo dela, enquanto falávamos sobre várias coisas. "Bella, o que é que achas das estrelas?" Ele perguntou-me.
"São bonitas e pequenas, mas tão longe e não me fazem sentir viva. Eu queria pegar nelas. E tu?"
"Acho o mesmo... Queria pegar nelas e dar-tas. Queria mostrar-lhes uma estrela que brilha mais do que aqueles pontos."  Eu lembro-me e eu sorrio com a sua frase lamechas e com a lembrança que não se ia voltar a repetir. 

"Nunca me chegaste a trazer aqueles pontos do céu, não foi, Zayn? O destino não deixou, ou não conseguiste? Podes não me ter trazido as estrelas, mas trouxeste-me uma quantidade maior de felicidade do que de estrelas. Tu tornaste-te numa estrela? Eu acho que te tornaste a lua e espero que me guies todas as noites para casa. Se fores uma estrela, tenho a certeza que és a mais brilhante e eu queria que me trouxessem essa estrela. Apenas essa. Podem trazer-te de volta? Eu não quero reviver mais nada, eu quero viver algo novo contigo." Eu digo à campa com o seu nome e com a sua fotografia. "Eu pareço uma louca a falar sozinha, mas eu sou louca por ti."