Estava muito ansiosa para me encontrar com Dr Ernesto. Se existia a possibilidade de mudar, eu gostaria de saber como. E pontualmente às 9:30h, a campainha do meu apartamento tocou.
- Boa tarde! Sou o Doutor Ernesto Carlos, você deve ser a Erika.
- Sim sou eu mesma, por favor entre.
Ele me explicou seu plano, achei meio louco, mas vi que ele tinha certeza do que falava.
- Bem Erika, o que estou te propondo é alguém que troque de lugar, que viva a vida de Alice. E quanto mais olho você, mais vejo o quanto você é parecida com ela.
- Se passar por outra pessoa que eu nem conheço. Me desculpe Doutor, mais não acho que seja uma boa ideia. Não quero participar dessa loucura não. - Disse assustada, como eu poderia participar dessa maluquice, e se fosse descoberta. Crime de falsidade ideológica pode chegar a dar pena de morte, esse daria cadeira elétrica concerteza.
- Você precisa de dinheiro? Quer mudar sua vida? Quer seguir seu sonho? Então, é uma forma de você melhorar sua vida.
- Não sei não Doutor.
- Pelo menos conheça ela. Deixe que ela te convença.
- Está bem. Eu vou conhecer ela e pensar sobre o assunto. Quando podemos ir?
- Você tem um tempinho livre agora, ela não mora tão loge daqui. E ainda são 11:06h, sua aula só começa às 13:00h.
- Agora?! Tipo, agora mesmo?! - Será que poderia, que não me atrasaria para minha última aula do semestre. Mas pensei bem, porque não arriscar né?! Já estou arriscando tudo desde de que abri a porta para um homem estranho intitulado Doutor. O que teria a perder? - Ok. Eu só preciso de 5 minutos para me arrumar e podemos ir.
Demorei um pouco mais de 5 minutos para ficar pronta. Mas assim que me arrumei, fomos conhecer a Alice. Estava com medo, mas fui. Quando chegamos, achei estranho o fato de ela estar precisando de ajuda, pois ela mora numa casa linda e grande. Mas quando ela abriu a porta, vi a ajuda que ela realmente precisava. Ela usava cadeira de rodas.
- Olá Doutor, como você está? - ela cumprimentou o Doutor, mas quando me viu, ficou espantada, igual a mim. - Entrem por favor.
- Bem Alice, permita que eu lhe apresente Erika. Erika essa é Alice. - o Doutor fez as apresentações enquanto eu e Alice estávamos abismadas tentando entender como poderíamos ser tão parecidas. Mas ela resolveu falar primeiro.
- Então, creio que o Doutor já deve ter te contado sobre o plano maluco dele. Que até que tá fazendo sentido agora.
- É, também não acreditava muito nesse plano. Pelo menos até agora. - e realmente eu não botava muita fé no plano, mas quando vi Alice, até pensei que estava me olhando no espelho. É preciso reparar bem em nós duas para perceber que éramos diferentes. - Mas Alice, me conte o que ouve com você e o seu motivo para aceitar ser parte dese plano maluco.- Bem, eu era uma modelo conhecida, tinha muito dinheiro e fama. Até sofrer um acidente de carro e ficar paraplégica. Recuperei parcialmente a sensibilidade e os movimentos. Só consigo mover os dedos dos pés, mas sinto um pouco as pernas. Desde então fico trancada nessa casa, não quero que as pessoas me vejam assim, sem poder mostrar o que tenho de melhor. Eu era a melhor modelo da agencia, os clientes brigavam para que eu desfilasse suas roupas nas passarelas e fizesse comercial de seus produtos. Ai o dinheiro foi acabando e estou a beira da falência. Por isso acabei aceitando participar desse plano maluco do Doutor Ernesto.
Nossa, uma pessoa como ela realmente precisava de ajuda. Ela precisava da ajuda de um Psiquiatra, isso sim, dava pra ver o desespero nos olhos dela porque ia perder seu dinheiro. Mas em que eu era diferente dela? Eu era uma Subnia, alfabetizadora, quase sem grana e desesperada pra mudar minha vida e seguir meu sonho. Depois de muito conversar e conhecer melhor Alice, fui dar minha aula. Meus alunos, não podia simplesmente largar eles assim. Se aceitasse, teria que dar um jeito, inventar alguma história para a diretora da escola. Como afetaria minha vida tomar essa decisão. Fiquei pensando tanto no assunto, que a aula pareceu voar. Todos os alunos vieram me desejar boas férias.
- Tchau Senhorita Sanchez, até breve. - me disse um aluno
- Tchau Carlos, nós vemos logo. - quem saberia quando nos veríamos? Ninguém.
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Outro Gene
Science FictionCom o constante avanço da tecnologia, se torna possível que se faça a "criança perfeita" em laboratórios e clínicas especializadas. Com isso a sociedade se divide entre os Adnios (seres humanos feitos em laboratórios) e os Subnios (concebidos natura...