Prólogo - Eles estão em Hogwarts!

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Era uma noite quente. O homem se levantou, bateu a poeira das roupas e esfregou os olhos. Tinha fome. Tateou os bolsos em busca de dinheiro – qualquer que fosse, bruxo ou trouxa -, mas nada encontrou. Não sabia que horas eram, nem o dia, ou o ano, mas de uma coisa tinha certeza, ou talvez duas: eles estavam em Hogwarts e ele queria vingança.

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Livros... ok., sapatos... ok, poção... ok. Remus Lupin conferia mais uma vez a bagagem que levaria para Hogwarts. Não podia negar que estava muito nostálgico desde que aceitara o cargo de professor em sua antiga escola. Muitas de suas boas memórias – e algumas ruins também - vinham do belo castelo medieval. Conhecera seus melhores amigos lá, mesmo que estivessem separados, após tantos anos de amizade. Estamos melhores assim, pensou, trancando a mala. Porém era verdade que sentia falta dos amigos e culpa por não lembrá-los com frequência. Havia outras pessoas em quem Remus não pensava há bastante tempo, mais isso era outra história. Por ora, bastava saber que eles estavam em Hogwarts.

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Ninguém notaria o cão preto como a noite na praia escura e deserta onde estava. Era um bicho magrelo e peludo, seria bonito se bem cuidado. Caminhava pela areia fofa, sem rumo. Precisava esconder-se urgentemente. Adentrou o primeiro beco que viu e jogou ao chão a varinha que levava na boca, sentiu as pernas e braços esticarem e voltara a vestir as roupas puídas com que fugira. Estava satisfeito, agora que era um homem e não mais um cachorro. Continuava extremamente magro e com rosto macilento, mas pelo menos, não comeria mais nenhum rato morto. Quando mais jovem, a ideia de comer ratos lhe seria repulsiva, mas agora, ele não só mataria um rato sem hesitar, para alimentar sua forma canina como queria se livrar de um específico. Guardou a varinha no bolso rasgado e seguiu caminho. Imaginou se não seria melhor continuar como cão até encontrá-la. A vida canina era de certa forma mais fácil, mas ele queria estar apresentável quando a visse. Decidiu seguir com seu cabelo desengrenhado e roupas sujas. Poderia dar um jeito em tudo com sua varinha, um Império em um dos duendes de Gringotes e assim, poderia pegar ouro de seu cofre no banco para comprar roupas novas. Entrou no banco e grunhiu: Preciso entrar no meu cofre.

-Identifique-se, por favor – pediu o duende.

-Império – sussurrou o homem, agitando a varinha. - Me leve ao meu cofre.

O duende obedeceu, e uma vez dentro do cofre, o homem encheu os bolsos com todo o ouro que podia. Logo voltaria para buscar mais, fosse com o nome sujo ou limpo. Esqueça que eu estive aqui, ordenou de novo. Foi a uma loja, pegou camisa, calça, sapatos e casaco, deixando um pouco de ouro sobre o balcão. Eram as roupas mais baratas que já comprara, mas ele não se importava. Consultou um calendário fixado à parede e fez algumas contas. Ficara preso por doze anos, e eles deviam ter treze anos de idade. Fechou os punhos. Lembrava perfeitamente de quando os conhecera, tinham pouco mais de um ano. Na época, ele os imaginava crescendo, dando seus primeiros passos, dizendo seus nomes, mas não. Agora, quando se encontrassem, eles não o reconheceriam e talvez nem ele compreendesse as mudanças do tempo em seus rostos. Por isso, só tinha uma certeza: eles estavam em Hogwarts.

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