O menino que brinca com o céu, aprendeu a conversar com o azul, contar os pássaros, e desenhar com os aviões.
Em uma manhã conheceu uma nuvem daquelas mais bonitas, era grande, e parecia tão macia... o menino entendia as nuvens como ninguém, sabia apreciar a graça temporária de cada uma delas - triste menino ao pensar no tempo delas-
ele costumava não conversar com as nuvens, elas nunca tiveram tanta coisa a contar.
Mas nesse dia ele perguntou à mais linda delas:
- Por que vocês sempre se vão?
- Oh, menino, se não fôssemos passageiras, talvez ninguém seria capaz de nos notar.
O menino silenciou, e pensou por alguns momentos olhando a grama a seus pés, internamente concordou com a grande nuvem, mas ele sabia que sempre notaria cada uma delas. Por um momento pareceu emburrado.
- Eu sempre notaria vocês - contestou olhando para o alto.
Mas que imensidão azul era essa que ele não se recordava?
A grande nuvem agora era apenas um esboço estranho rabiscado no céu. O menino se sentiu sozinho como nunca antes.
O que o azul disse uma vez, finalmente faz sentido:
- Mocinho, nunca pense demais nas nuvens...
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Conversas de Azul
Short StoryPequeno conto de um menino que por alternativa a solidão, conversa com o céu... (Dizem que nele encontramos muito mais do que apenas nuvens, ou ocasionais aviões).