Os desalmados.

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Acordei em um galpão escuro com um pequeno raio de luz que saia da única janela do local, batendo em meu rosto. Não tinha a mínima idéia do que estava fazendo ali ou porque estava ali, apenas queria achar a minha irmã, meu pai, minha mãe, minha família. Não tinha tempo para pensar, me levantei junto com a poeira que me acumulava no chão daquele lugar velho e nojento. Estava perdida.

Abri uma porta de metal com uma estrutura muito firme e pesada, me deparei com vários tipos de armas, peguei um pistola, não sabia como ativa-la ou se estava carregada, mas talvez precisasse dela de qualquer modo.

Não encontrava a saída para aquele local, examinei a janela, não era tão alta quanto imaginava, ela ja estava um pouco quebradiça, resolvi pular dali mesmo.

A imagem com qual me deparei foi chocante. Haviam corpos estraçalhados e muito sangue por todas as partes em que olhava, tudo estava abandonado, o trânsito estava parado, mas não haviam pessoas dirigindo os carros.

Estava sozinha ali, eu uma garota de apenas 18 anos perdida em um mundo que não parecia ser o nosso mundo. Tentei me acordar muitas vezes, mas era tudo vida real, não apenas uma ilusão passageira. Mais de 3 mil pessoas estavam mortas em minha frente.

Será que estava no meio de algum tipo de guerra ou revolta? Aliênigenas invadiram a terra? Era o fim do mundo? Por que não estava morta também?

Ergui a minha cabeça-mesmo estando muito impressionada- e segui em frente, sem rumo ou direção. Tudo estava muito triste, o céu havia perdido o seu tom natural, estava nublado, mas a força do vento não indicava chuva, a temperatura estava como nunca havia presenciado em toda a minha vida, nem muito frio e nem muito quente.

Depois de andar cerca de dois quilômetros em busca de algum ser vivo, decidi parar um pouco o meu caminho e descansar ali mesmo. Sentei em uma pedra grande, cinco vezes o meu tamanho, e começei a pensar naquele cenário, já havia visto coisa parecida nas séries que assisto, o aspecto era terrorístico.

Peguei a pístola em meu bolso, começei a examina-la, puxei o seu gatilho. Até que senti algo em meu ombro. Levantei assustada de onde estava e apontei a arma para a... Pessoa?! A finalmente alguém vivo.

Ele era um homem de mais ou menos 22 anos de idade, alto e forte, os fios de seu cabelo eram cor de mel e seus olhos eram de um tom esverdiado.

-Você está louco?!-Disse assustada.-Quase te matava agora!

-Já era pra você estar morta, você está sozinha aqui e não tem cara de saber usar uma arma desse porte. Vamos embora daqui agora!-Ele rebateu me puxando pelo pulso.

-Para onde você está me levando???-Gritei.

-Para onde os vivos, pelo que você me entende, estão.- Ele respondeu.

Ele me guiou até chegarmos a um tipo de carro militar. Era enorme e com apenas duas portas.

Me aconcheguei no banco de couro duro e não falei nada até a merade do percurso.

-Então, como sobreviveu?-Ele perguntou.

-Sobrevivi a que?

-A esse apocalipse.-Ele disse olhando pra mim.

-Apocalipse?

-Tem zumbis por todas as partes, na verdade um tipo diferente deles, os desalmados.-Ele respondeu.

-Desalmados? Tipo, sem alma?

-Eles se alimentam das almas das pessoas, ja os zumbis comuns, não.

Eu não sei direito, mas eles ainda não alcançaram todas as partes do mundo, estamos levando o máximo de pessoas para um tipo de acampamento, todas que acharmos.

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⏰ Last updated: May 17, 2014 ⏰

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Os desalmados.Where stories live. Discover now