Chapter - 01

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Nunca imaginei que um dia eu pudesse presenciar aquilo. Mas eu estava, me venderam, negociar meu amor em troca de pilhas de barras de ouro. Desumano, isso fora e é totalmente desumano. Não que seja muito a minha cara viver por dinheiro, mas minha família estava na falência e me venderam, me senti humilhado, mas não tanto quando descobri com quem iria me casar, ninguém mais, e ninguém menos que Tiago, filho do Embaixador. Porém, isso não me deixou revoltado, não mesmo, eu apenas não entendia, por que iria me "casar" justo com ele, com o cara que deixou marcas empreginadas em meu ser, tanto fisicamente como, psicologicamente.

Depois de ponderar sobre meus atos da vida, estava conversando com meus pais, sobre algo do meu suposto casório.

- Vocês entenderam? - Perguntei.

- Não. - Responderam em uníssono... Meus pais e eu estávamos conversando sobre minha viagem, e de como eu queria que as coisas fossem. Recolocando os óculos no rosto, suspirei e comecei a falar denovo.

- Eu não quero dormir no mesmo quarto que ele, antes do casamento, e acima de tudo quero distância das mãos dele em mim, e vou pedir ao Embaixador para que troque a fechadura do meu quarto para que eu possa ter paz e sossego. - Falei pela milionésima vez, e parece que eles entenderam.

- Bem, isso é estranho. Já que vocês irão casar, e também, terão uma vida sexual, imagino eu. - Mamãe disse calma. - Filho, eu sei o quanto pode ser difícil, e como é. Mas pense bem, você e ele terão que formar uma família, você mesmo já aceitou a cirurgia que permitirá que coloque um ovário em você. - Sorriu delicada. - Pense bem, antes da cirurgia você pode fazer "amor" com ele... - Gesticulou com as mãos.

Suspirei e levantei. Apontei o dedo indicador em seus rostos.

- Não teremos uma vida sexual! - Andei até as escadas e subi correndo pelo corredor até chegar ao meu quarto.

Tirei meus óculos e coloquei-os em cima do criado do mudo. Deitei na cama e rolei de um lado para o outro, imaginando como seria minha vida em outro lugar, minha vida seria estranha. Bem, mais estranho não poderia ficar... Engano, sempre pode.

- Senhor, telefonema da casa do Embaixador. - Uma empregada apareceu com o telefone me entregando e saindo do quarto.

- Gabriel falando... - Disse e ouvi um pigarreio do outro lado. Já sabia quem era, e sabia que agora viria várias reclamações e informações desnecessárias.

- Sou eu, Tiago... Liguei para falar que amanhã irei a sua casa lhe buscar, ordens de meu pai, espero que esteja com as malas prontas, e claro, que esteja apresentável, não use essas coisas que você costuma usar, coloque uma calça Skinny jeans e uma camisa social, preta ou branca, sabe que meu pai gosta de cores leves.

- Só isso? - Perguntei, me arrependendo.

- Claro que não. - Ouvi-o rir. - Terás que colocar umas roupas de frio, começou o inverno aqui, e quero que saiba que papai atendeu ao seu pedido, ou melhor ao pedido de seus pais, já mandou trocar a fechadura do nosso quarto para que possamos ter privacidade...

- Espera ai. Nosso? Possamos? Eu falei para que eu ficasse em um quarto exclusivamente meu, e que trocasse a fechadura para que EU pudesse ter privacidade. - Falei rápido e ríspido.

- Como?

- Isso mesmo... - Falei alto.

- Então, seu pedido foi negado. E contente-se com o que pode. Ou o que deve. - Falou calmo.

- Como pode agir assim, depois de tudo que me fez?! - Gritei levantando-me da cama começando a andar de um lado para o outro.

- Isso é passado, você deveria ter esquecido, assim como eu estou fazendo, eu mudei. Você sabe, já pedi perdão, e você me perdoou. Então, por favor, deixe o passado no lugar dele.

Desliguei o telefone arremessando ele na parede.

- DESGRAÇADO!

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⏰ Última atualização: Aug 17, 2016 ⏰

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