Presente:
Steve abriu os olhos ainda tentando não fecha-los novamente pela luz que invadia seu quarto. Levantou devagar e tomou o resto do Whisky que havia deixado na cabeceira na noite anterior. Tentou alcançar o celular com a mão. Seus olhos se arregalaram quando viu mensagens e chamadas perdidas do seu chefe. Levantou as pressas tomando um banho e vestindo uma roupa amassada. Bateu a porta da casa e mandou uma mensagem para Orlando avisando que estava a caminho do endereço que ele tinha mandado.
A rua estava fechada por uma faixa amarela para manter os jornalistas e curiosos longe. Tentou passar entre as pessoas sem ser notado, mas os flash piscaram em sua direção, talvez fosse o grande distintivo e a arma que carregava que chamasse tanta atenção. Steve olhou para um dos jornalistas que tirava foto dele, se sentindo altamente intimidado o homem abaixou a câmera e ele sorriu de canto.
As sirenes das viaturas incomodavam sua cabeça ainda com dor por conta da ressaca. Observou ao seu redor, olhando cada centímetro daquela enorme bagunça que tinha se formado. Matthew estava parado ao lado de um poste visivelmente incomodado com as sirenes e com um cigarro na boca. Steve caminhou em sua direção e quando Matt notou a presença do parceiro jogou o cigarro no chão deixando ele acesso.
- Esta atrasado – Disse com reprovação puxando o parceiro para dentro de uma casa que era o centro das atenções
Olhou a sua volta e talvez parte dele já imaginava que era daquilo que se tratava, outra família brutalmente assassinada. Uma mesa de jantar estava posta com os corpos nela. Dessa vez foi diferente, havia matado com arma de fogo, nenhuma arma branca.
O cheiro dos corpos em decomposição fazia o estomago de Steve revirar. Tinha sangue para todo lado; nos fotografias, paredes, chão, para todo canto que olhava tinha sangue. Pai, mãe, filho e filha, mortos em uma noite que era para ter sido como as outras, apenas um jantar de uma família tradicional. Todos com tiro na testa de misericórdia, menos o garoto, seu corpo estava perfurado por balas, mas permanecia em uma das cadeiras. Não concedia com a cena.
- Alguém pode analisar a cena para mim? - Steve pediu olhando a sua volta. Todos pararam o que faziam e observaram Collin que começou a falar
- Há buracos de bala na parte superior da parede – Apontou para uma parede atrás do pai e ao lado do filho - E, de novo aqui – Apontou para a parede atrás da filha, que estava sentada com a cabeça sobre a comida ao lado da mãe - Levarei as balas para a balística, não estavam estilhaçadas, então não será problema – Collin olhou para Steve esperando que ele falasse algo, mas nada foi dito e ele acrescentou: - As perfurações coincidem com a posição dos corpos. Impacto craniano angular, com perfurações precisas, respingos coniformes. Atirou de baixo para cima. Provavelmente agachado
- Mas não com o filho, foi diferente. Arrastou o corpo até a mesa – Matthew disse apontando para a mancha de sangue no chão indicando que um corpo foi arrastado
- Provável que tenha tentado correr e então ele atirou várias vezes nas costas do menino. Não quis quebrar a cena perfeita do massacre, arrastando o corpo do menino para o mesmo lugar que ele estava sentado – Todos os olhos foram direcionado para a voz calma e meiga de Natalie. Todos a observavam e ela sorria de canto para Collin, como provocação
- Desde quando virou perita? - Collin perguntou, alfinetando ela
Estava pronta para falar algo quando Orlando se colocou entre os dois e apertou a mão de Natalie
- Obrigada por ter vindo – Orlando disse e Natalie concordou com a cabeça se afastando dele e observando cada detalhe do local
- O que ela faz aqui? - Collin sussurrou para Matthew que deu de ombros sem saber a resposta para a pergunta
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Caso 56: Em quem você confia?
Mystery / ThrillerUma família foi encontrada brutalmente assassinada, os únicos sobreviventes são um garoto de 12 anos lutando no hospital, entre a vida e a morte e uma garotinha de 8 que não fala nada. Steve Campbell necessita da ajuda da irmã psiquiatra e psicóloga...