❅one shot❅

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Tudo tinha acontecido tão rápido, como se o tempo tivesse acelerado para que ninguém pudesse compreender o que estava acontecendo. Embora, para Magnus, pareceu que tudo tinha parado completamente, como se Deus quisesse puní-lo por um crime que não cometeu. Ele conseguia sentir seu coração se partir em milhões de pedaços durante aqueles poucos e maliciosos segundos.

Alec sabia que ir ao esconderijo de Valentim era uma ideia idiota, ele até disse isso ao grupo. Verem seu exército lutar sem ter um plano de resgate foi de longe a coisa mais burra que já tinham feito. E mesmo que Magnus não admitisse, Alec estava certo e... e agora ele está morto, porque Clary estava tão desesperada para salvar Jace que não pensou antes de agir.

Alec estava certo sobre um monte de coisas, surpreendentemente. Por um lado, ele estava certo sobre emoções. Tudo o que elas fazem é te manter longe de terminar seu trabalho. Então, quando Clary quase se matou enquanto tentava encontrar Jace, Alec salvou sua vida e, na verdade, acabou se matando. Ele sempre teve um sentimento estranho de proteção sobre ela, como um irmão mais velho. Mas, é claro, emoções são sem sentido, te fazem ser estúpido e te obrigam a fazer sem antes pensar.

Magnus viu tudo. Desde quando Alec atirou a flecha em direção ao caçador de sombras que estava quase matando a ruiva, até quando outra marionete do Valentim atravessou sua lâmina serafim nas costas de Alec e uma lágrima violenta foi formada em seu rosto quando tentaram quebrar seu pescoço. Por sorte, não conseguiram. Tudo o que Magnus era foi rudemente jogado em uma massa escura de choque e tristeza. Ele sentiu ter perdido sua respiração por algum momento. Seu corpo esfriou, ele não conseguia encontrar forças para se mover e uma parte sua queria continuar daquele jeito para que não precisasse encarar a verdade.

Mas Magnus sabia que isso não era possível, então imediatamente tentou voltar à realidade e correu o mais rápido que pode até Alec.

Felizmente, Izzy matou o caçador de sombras assassino antes que ele alcançasse Magnus, mas essa era a última de suas preocupações. Ele praticamente caiu em cima de Alec. Estava em um choque tão intenso que não conseguia chorar. Embora quisesse. Deus, como ele queria! Não conseguia se manter calmo, e ver o rosto pálido de Alec com um profundo corte, com certeza o deixou no limite.

Alec soube que era Magnus quase que instantaneamente. Ele poderia reconhecer aquele calor corporal em qualquer lugar. Alec sentia-se agradecido pelo calor naquele momento, já que o gelado arrepio que rapidamente passava pelo seu corpo não era uma sensação muito agradável. Um fraco sorriso surgiu nos lábios de Alec ao sentir Magnus ao seu lado, enquanto tentava levantar seu braço para acariciar seu rosto pela última vez.

Magnus segurou o jovem rapaz em seus braços, gentilmente balançando-o para frente e para trás ao, também, acariciar seu rosto. Alec parecia estar fraco, porque apenas o ato de levantar o braço tirou muito de sua força.

- Alexander - Magnus sussurou, o choque finalmente diminuindo e seus batimentos se normalizando. Alec não se atrevia a falar, o inquietante gosto de cobre na sua boca era suficiente para fazê-lo vomitar. Os olhos de Magnus pareciam estar grudados no rosto de Alec, apressado mas ainda calmamente observando cada detalhe, caso essa fosse a última vez que ele o veria.

Magnus saiu de seu transe e cuidadosamente posicionou Alec no chão, a agitação ao redor deles era aparentemente borrada, já que Magnus apenas olhava diretamente para Alec. Ele posicionou suas mãos acima do corpo de Alec, tentando usar toda a força mágica para curá-lo.

- Não vai a-adiantar - Alec tentava falar, mas Magnus o ignorava porque aquilo simplesmente não podia ser verdade. Não podia ser.

Depois de algumas tentativas falhas de curar Alec, Magnus, contra sua própria vontade, parou de tentar. Então, no lugar disso, tentou tirar a dor de Alec. Ele colocou suas mãos sobre o garoto, mas nada aconteceu. De início ficou confuso. Por que não estava funcionando? Era a última coisa que ele podia fazer.

- Eu não consigo tirar sua dor, Alec - Magnus se esforçou pra dizer, enquanto uma lágrima escapava caindo de seu rosto. Ele o segurou novamente, o posicionando em seu colo. Alguns segundos depois, Alec limpou sua garganta fracamente e conseguiu falar.

- É porque não dói, Magnus - ele sussurrou, seus olhos azuis quase sem vida.

- Não... - Magnus balançou sua cabeça e implorou - Não, você não pode me deixar, por favor, Alexander, não...

- Magnus, me conte uma estória - Alec pediu, sua voz se tornando um mero murmúrio. Magnus sabia que Alec não sobreviveria e os dois sabiam que aquilo seria apenas uma distração.

Magnus não pode evitar engolir em seco, mas vendo o amor da sua vida naquele estado, não foi o melhor momento. Soltou um pequeno suspiro antes de morder o lábio para impedir-se de chorar mais. Seus olhos focados no rosto de Alec, na tentativa de removê-los daquele lugar por um tempo. Magnus começou a contar uma estória, a única que conseguia se lembrar naquela hora.

Normalmente, Magnus enxugaria uma gota de suor da testa pálida de Alec e gentilmente tiraria seu cabelo escuro dos seus quase fechados olhos azuis. Magnus percebeu que seus lábios estavam com uma cor diferente. Eles não estavam normais, como duas pétalas de rosas que os lábios de Magnus encontrariam sem esforço. Eles estavam em uma cor mais pálida, não tão bonitos como um dia foram. Os dedos de Bane delicadamente traçaram o rosto de Alec, o grande corte não o impedia de fazer isso.

Falar certamente impediu Magnus de chorar. Embora ele não pudesse dizer o mesmo dos outros. Izzy, Simon e Clary estavam de pé a três metros de distância dos dois, silenciosamente chorando e escutando a estória. Eles perceberam que era a estória deles. De Magnus e de Alec.

Magnus sempre admiraria as características de Alec. Mesmo perto da morte, ele era tão lindo quanto ele era quando se encontraram pela primeira vez. Talvez Magnus estivesse muito ocupado observando o rosto de Alec com cuidado, ou muito ocupado contando a estória para perceber que Alec, em algum momento, morreu em seus braços. Um sorriso fraco saiu dos lábios de Magnus.

- Ambos sabiam que era um risco, mas eles não podiam negar que...

Magnus parou de falar quando viu que o muito pequeno subir e descer do peito de Alec havia parado. Um suspiro escapou da boca de Magnus, seu coração se descontrolou de novo. Sem perceber, o corpo de Magnus começou a tremer. Suas mãos tremulavam enquanto ele arrumava o cabelo de Alec pela última vez, enquanto ele colocava sua mão em um lado de seu rosto para sentir a maciez pela última vez, enquanto depois ele a colocava sobre o peito de Alec, como se estivesse checando se ainda havia qualquer sinal de vida. Mas não havia nada. Alec estava morto.

Magnus não se moveu, inicialmente. Ele não chorou. Tudo o que ele conseguia fazer era continuar parado e observar. Porque se ele ousasse se mover, não seria capaz de impedir si próprio de desabar. Ele não olhou para os outros, como se estivesse com medo de que se tirasse os olhos de Alec, olharia inteiramente diferente do que ele já tinha olhado.

O suor havia secado e seu corpo estava quase completamente frio. Seus olhos azuis estavam agora fechados, e o ferimento na sua bochecha era aparentemente o único sinal de cor no seu rosto.

Depois do que pareceu ter sido uma vida inteira, Magnus deixou escapar um soluço. Foi o único som que ecoou pelo lugar, mas ele não se importava, porque o amor da sua vida tinha morrido.

Magnus nunca se esqueceria daqueles lindos olhos azuis, mas ele nunca mais os veria novamente. Ele nunca mais poderia beijar aquelas perfeitas pétalas de rosas, nunca mais poderia segurar a mão de Alec quando ele estivesse nervoso.

E ele seria solitário novamente.

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and he will be lonely ❅ malec [oneshot] [translation-ptbr]Onde histórias criam vida. Descubra agora