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SeokJin pov's

Eu não fazia ideia do que aquele maluco tinha na cabeça.

Sinceramente eu não fazia ideia do que eu tenho na cabeça.

Eu fico pensando o tempo todo: Será que eu sou apenas um boneco? Usado pela indústria pra fazer dinheiro, sem nenhum reconhecimento sentimental? Será que mesmo eu realizando meu sonho pra eles não faz nenhuma diferença?

E a única pessoa que me faz esquecer essas coisas que turbam minha cabeça é conversar com ele. 

Pode parecer que não, mas minha cabeça é um obscuro e amedrontador buraco negro. Tantas coisas passam por ela,  e todas acabam virando algo ruim.  É como se eu tivesse pássaros devoradores de sentimentos bons dentro de mim. 

Amigos, família, carreira, sonhos.  Tudo parece virar algo ruim quando passa pela minha mente. 

Porém, quando aquelas simples mensagens chegam em meu celular, a euforia corre pelas minhas veias como um tipo de energético ou bebida alcoólica.

Eu não sei como eu cheguei a esse ponto.  Apesar das minhas dificuldades psicológicas eu sempre fui uma pessoa centrada e extremamente direita. Até hoje eu só tinha feito sexo com garotas que eu havia namoro firmado, sempre fui discreto em relação á coisas na internet, os xingamentos eram raros, não via necessidade de me masturbar, e com certeza nunca havia sentido atração por homem algum. 

Até que um belo dia uma mensagem chegou pra mim e eu comecei a conversar com aquele estranho stalker. 

Por vezes pervertido, por vezes fofo, ele começou a entrar na minha vida de uma forma totalmente esquisita. 

Desde que eu descobri do relacionamento da Moonbyul com a Yongsun, eu comecei a procurar garotas pra me relacionar o tempo todo, mas sempre acabava sendo chato ou com a ejaculação totalmente precoce e sem emoção.  Comecei a me expor mais na internet com meus sentimentos e muitos fãs ficaram até surpresos com a mudança de atitude levemente drástica. Qualquer coisa era motivo para um "porra" ou "caralho".

Aquela sextexting foi simplesmente a gota d' água. 

Eu sequer sabia o rosto de tal estranho e ficara incrivelmente excitado com a possibilidade de acontecer aquelas coisas que ele digitara.  E isso era incrivelmente gay.

E eu não conseguia mais negar.  Depois disso eu olhava para os homens de uma forma diferente. Meus amigos até, pareceram ficar mais bonitos e interessantes. E isso é muito, repito, muito estranho. 

Eu não havia comentado nada com o Taehyung, nem com o Hoseok, Yoongi,  Jungkook ou Jimin.  Eu tinha medo de eles me julgarem, ou se afastarem de mim, ou até me humilhassem publicamente.

Eu não sabia o que ele tinha em mente.  Eu só sabia chamá-lo de ele, já que Kim era muito pouco e comum.

Eu estava na sala de ensaio.  Havia acabado a coreografia que eu usaria no próximo show e o suor pingava pelo meu rosto.

Até que ouvi meu celular vibrar no bolso. Tirei ele rapidamente de lá, minhas mãos tremiam com a possibilidade de ser ele. 

stalker: venha até o banheiro 4

stalker: agora

Li e reli as mensagens. Não é possível que ele vai se apresentar desse jeito não é? O que esse doido tem em mente? 

Fui caminhando a passos largos para o banheiro que ele havia dito. Estava visivelmente nervoso. 

Entrei devagar no local. Achava que iria urinar nas calças de ansiedade.

Mas ao entrar não vi ninguém.  Nem nada. Exceto... um lenço vermelho? 

Senti meu celular vibrar novamente na parte de trás da minha calça e o tirei de lá, levemente desesperado. 

stalker: coloque a venda

stalker: bem apertado

Soltei um espasmo de surpresa.  Aquele lenço vermelho era uma venda. Mas... O que estava acontecendo?  Porque eu tinha que colocar isso? 

Totalmente cego pela curiosidade, tirei o tecido de cima da pia do banheiro e coloquei envolta dos meus olhos. Dei um nó e um aperto bem forte e tateei em busca da pia, minhas mãos suavam e meu corpo parecia mole que nem gelatina. 

Ouvi a porta se abrir e passos fazerem barulho no chão.  Ouvi a pessoa que estava presente no local dar uma leve risada baixa.

Meu coração batia feito louco no peito.  Ou era ele,  ou uma pessoa rindo da minha cara.

Antes que eu pudesse ameaçar tirar a venda, senti duas mãos percorrerem minha cintura, deixando um rastro de arrepio pela pele, ainda que por cima do tecido. 

Senti a pele macia dos braços da pessoa envolvendo os meus e meu pescoço foi repuxado para o lado, e lábios quentes o atacaram, me fazendo soltar um espasmo de surpresa misturado com um gemido. 

— É-é você?  — eu falei incerto.

— Eu sou seu, babe. — toda a extensão do meu corpo reagiu ao efeito das palavras dele.

As mãos dele foram descendo de meus braços, subindo pelas minhas costas e descendo novamente pelo meu abdômen.

Tudo aquilo era muito novo. A cada toque eu não sabia como meu corpo iria reagir. Espasmos saíam da minha boca e minhas mãos tremiam.  Eu nunca havia sido tocado desse jeito. Afinal,  quem tocava era eu. 

Os beijos foram descendo para os meus ombros,  onde minha camiseta regata havia sido empurrada para o lado, enquanto as mãos dele adentravam a camiseta por baixo. Suas mãos eram grandes e macias, e provocavam arrepios por onde passavam.

Era tudo tão estranho. Eu estava gostando muito. 

Mas eu não poderia ficar parado. Me virei de frente, fazendo ele ficar levemente surpreso. Tateei e encontrei o que parecia ser um pescoço, e coloquei meus braços em volta dele.

Rapidamente meus lábios foram selados em um beijo desesperado. Lábios macios e doces encontraram os meus. Eu estava no céu. 

As mãos dele desceram pela minha cintura,  encontrando a barra da minha calça.  Soltei um gemido entre o beijo quando elas adentravam a calça de moletom, agarrando a área do meu membro e massageando ele. 

— Está gostando, baby?  — ele disse novamente, baixo,  em meu ouvido. 

Gemi em resposta.  Era bem óbvio que eu estava gostando. 

As mãos dele deixaram minha calça. Suas mãos deixaram minha cintura. 

— Eu te amo, Seokjin. — ele falou mais uma vez. 

E de repente tudo ficou silencioso.

Tirei a venda.

Não havia mais ninguém lá. 

Só eu e uma puta ereção.

namjin; answerOnde histórias criam vida. Descubra agora