Capítulo III

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A floresta de Sherwood fazia fronteira com todos os reinos basicamente, então sempre que acontecia algo, o melhor lugar para se buscar informações era com os habitantes de lá, um povo bem amigável e animado, mas é melhor tomar cuidado com suas coisas, só por precaução.

Quando eu estava na floresta me sentia melhor, sempre sabia para onde ir mesmo sem uma bússola ou qualquer coisa do gênero, era como se eu me conectasse com a floresta talvez seja coisa do meu lado lobo. A viagem se seguia silenciosa, nem eu nem nenhum dos homens que estavam comigo diziam uma palavra, e por sermos caçadores automaticamente já evitávamos fazer qualquer barulho ao pisarmos, o único som que se ouvia era o vendo balançando as folhas nas árvores.

- Já esta escurecendo, de qualquer jeito levaremos dois dias para chegarmos ao nosso destino, então vamos montar acampamento aqui, Bealfawier cuida da fogueira, Dafar você e eu vamos procurar algo para comer. – digo e imediatamente um vem comigo e o outro vai para o ouro lado atrás de gravetos secos ou qualquer coisa que sirva para acender uma fogueira.

Não muito longe de onde estávamos sinto cheiro de sangue, mas não humano e sim de animal, então muito provável um animal ferido passou por aqui, Dafar não deve ter notado isso, ele não tem os mesmos sentidos que eu. Percebo um galho quebrado recentemente numa árvore e quando chego perto vejo o rastro de sangue, eu sinalizo para ele que se aproxima, ele pega na região da árvore que esta suja para verificar se é recente, o que eu já tinha certeza, mas deixei-o fazer isso, ele sinaliza uma direção e seguimos por ela.

Como eu havia previsto bem próximo de onde estávamos havia um cervo ferido, ele já estava caído no chão muito fraco para continuar seu caminho, olho em seus olhos e ele parece esta implorando para fazer essa dor acabar, pego uma de minhas flechas e dou um tiro em seu coração e vida sai de seu corpo.

- Belo tiro – diz Dafar, pela primeira vez ouço a voz dele.

- O alvo não foi bem um desafio – eu digo e então me abaixo para dar uma olhada no que ferio tanto nossa vitima.

Na região das costelas havia marcas de garras, algo tentou agarrar nosso amiguinho, mas ele conseguiu fugir, só para que viesse morrer nas mãos de outra pessoa.

- Achou algo interessante? – Dafar pergunta ao perceber como eu olhava para o cervo.

- Devemos tomar cuidado, temos lobos nessa região. – é tudo que digo Dafar pega nossa caça e a carrega nas costas então seguimos de volta ao acampamento.

Chegamos ao acampamento e continuamos nossa rotina de silêncio, na verdade nem fazemos contato visual, é como se fossemos três pessoas estranhas viajando sozinha e ao acaso paramos no mesmo lugar para passar a noite, de certo modo isso era estranho para mim, já havia me acostumado a como era no castelo, parecia que sempre alguém havia algo para falar, mas aqui ninguém tem.

- É melhor alguém ficar de guarda, podem deixar o primeiro turno comigo. – digo e me afasto me encosto-me a uma árvore e fico atenta para ver se acontece algo de interessante.

Já deve ter se passado horas, o fogo da fogueira já esta baixo, e nada acontece, eu na verdade nem tava mais preparada para caso algo aparecesse, só estava passando o tempo e brincava com as pontas do meu cabelo, quando olho para a minha frente e vejo um lobo, ele tinha o pelo branco e os olhos eram cinza bem claro, que dava até a impressão de serem branco, já ia prepara uma flecha no meu arco quando notei que ele não tinha a intenção de atacar, ele estava só me olhando, não se mexia nem nada só me olhava, então uma mão toca em meus ombros:

- Vá descansar um pouco senhorita, eu assumo agora – diz Bealfawier, eu olho para ele por um segundo e então olho novamente para a direção onde estava o lobo, que agora desapareceu, permaneço olhando querendo ver algum rastro dele, mas nada – A senhorita esta bem?

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