Capítulo 1

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Gabriel

Acordo já com uma tremenda ressaca devido a uma festa que fui ontem, aquela festa foi maravilhosa, peguei muita gata, bebi muito (até de mais), mas nem sempre o "Pós festa" é muito bom, na verdade, nunca vi alguém dizer que alguma ressaca foi boa, e vão por mim, eu realmente não estou aproveitando muito da minha ressaca hoje. Mas o que importa é que eu aproveitei pra caramba aquela festa

Me levanto ao som do meu escandaloso despertador do celular ao lado da cabeceira da cama, desligo o mesmo e vou direto para o banho, o banho que sempre salva os meus dias após bebedeira, visto uma calça jeans confortável, uma regata branca com cinza, que no caso seria o único tipo de roupa que usava, e um allstar preto com cadarço branco, uma mistura de rebeldia com.... suavidade

Hoje era o bendito primeiro dia de aula, não estava muito animado em relação às aulas, porque sempre acaba sendo o mesmo dia chato, onde os professores tentam implementar dinâmicas novas, e começam a pedir para que fale o seu nome e o que mais gosta de fazer em voz alta, começam a imaginar como aquele ano poderia de alguma forma ser maravilhoso, como as aulas com eles seriam legais... e essas coisas que não são muito a minha praia, mas estava animada em relação às novatas, sempre acaba tendo alguma novata gata, que eu sempre acabo... como podemos dizer? Conhecendo melhor

Desço as escadas para tomar café da manhã junto com a minha mãe - que quase nunca para em casa, mas parece que adivinha quando eu estou de ressaca e vem pra casa ver meu estado - e a minha irmã, que é um pé no saco, está sempre tentando me provocar e ser chata, quer dizer, acho que pra ser chata ela não se esforça nem um pouco

- Bom dia mãe - digo dando um beijo na minha mãe, que como sempre, está na pressa e sempre bem arrumada

- Bom dia meu filho - diz minha mãe me beijando na bochecha, com muita pressa, mas ainda carinhosa

- Vou para a escola sem tomar café mesmo tá bom? - Pergunto e a mesma arqueia a sobrancelha como se duvidasse de sua resposta, que não adiantaria de nada, pois eu iria mesmo se ela me repreendesse

- Vai logo antes que se atrase, mas depois não reclama que está morrendo de fome quando chegar em casa mocinho - ela diz pegando uma xícara de café e finalmente parando sentada

- Está bem, está bem, cadê o pai e a Letícia? - Pergunto olhando para os lados para me certificar que os mesmos não estavam lá, e como sempre, estou certo

- Seu pai foi para a empresa de manhã cedinho – como se já não fosse previsível - e sua irmã já foi a aula mais cedo - ela diz enquanto pega um pedaço de bolo na mesa

- Queria muito ficar para conversar, mas as gatinhas, quer dizer à escola me espera - digo debochando e ela dá risada mas com aquela cara que só mãe sabe fazer

-Essa brincadeirinha de ser garanhão ainda vai fazer você se dar bem mal senhor Gabriel Ferreira - ela diz com um ar de quem estava tentando me avisar de algo perigoso mas decido nem ligar, drama toda mãe sabe fazer, é um dom que cada uma delas já nasce com

- Aí mãe, chega né? To vazando - digo tentando ir embora antes que a mesma decida fazer um discurso sobre como valorizar as mulheres, e finalmente consigo sair

Será se vai ter alguma aluna nova gatinha? Ou só as nerds de sempre? Ah, sempre tem aquela que salva, mas se não tiver também, tem problema não, tem umas aí que já são antigas mas dão pro gasto. Vou a caminho da escola pensando em como vai ser esse ano, se vai ser incrível ou vai ser só um ano normal, com as mesmas piguetes sem sal, com as mesmas festas, com a mesma vida praticamente, não quero bancar o otimista que sempre espera que o começo do ano seja melhor, mas pra ser sincero, eu quero mais, lógico que isso não significa que eu do nada vou decidir namorar, ou algo do gênero, mas estou falando de algo novo, algo que seja mais massa do que o que eu já estou vivendo

Somente Uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora