Capítulo Único

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

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A época do ano chegou mais rápido do que os jovens de Konoha gostariam. Principalmente os de dezoito anos, idade em que se tornavam oferendas para a Colheita. Colheita de Halloween.

Todos os anos, no dia trinta e um de outubro a cena era a mesma.

A nação de Konoha prezava suas tradições, sobretudo as mais antigas. Os cidadãos acreditavam que no dia de Halloween todas as almas dos mortos deixavam o cemitério. E deuses ancestrais vinham à Terra, para espalhar bênçãos ou maldições.

A forma de se proteger dos espíritos era espalhando enfeites sombrios pelas casas, cobrindo a nação com figuras de aboboras, sapos, bruxas e monstros. A crença popular afirmava que o simples gesto era suficiente para espantar o mal.

Para conseguir as boas graças dos deuses o processo era mais complicado. Famílias com nomes fortes e capazes de gerar bons médiuns prosperavam na hierarquia de Konoha. Hyuuga, Aburame, Haruno, entre outros, eram sobrenomes poderosos.

Havia outros, cujo clã caiu em desgraça. Ou não tinham tradição em atender aos desejos dos deuses, gerando monges e sacerdotisas. A essas famílias menos afortunadas cabia oferecer os frutos da colheita para os realmente poderosos.

Uma tradição que trazia dor e vergonha, mas ninguém tinha coragem de ir contra. Afinal, era a vontade dos deuses. Não era? Quem iria contra os céus questionando um ritual que se repetia através dos séculos, correndo o risco de atrair o olhar rancoroso dos deuses vingativos?

Ninguém.

Por isso todos os jovens da aldeia com dezoito anos completos estavam reunidos no centro da arena. Ao redor deles, espectadores analisavam um a um. Cobiça brilhava em alguns olhos. Desprezo reinava na expressão de outros.

Não havia jovem de família desafortunada que escapasse de passar pela provação que chegava com os dezoito anos.

Alguns amaldiçoavam a ascendência, por que pelo peso do nome passavam por uma situação tão ruim. Mas nem essa premissa era suficiente para que Kiba repudiasse o nome Inuzuka. Sua mãe e sua irmã tinham enfrentado o destino com coragem e orgulho. Sempre com a cabeça erguia. Ele também podia muito bem sobreviver a isso.

Além, é claro, de não estar entre as grandes estrelas daquele ano. Havia pouca chance de ser colhido naquele Halloween. No ano que vem faria dezenove e estaria livre das obrigações.

– Uzumaki Naruto.

A voz forte de Hyuuga Neji despertou Kiba de seus devaneios. O rapaz observou o melhor amigo parado ao seu lado. Naruto trincou os dentes e fechou os punhos com raiva. Também tinha dezoito anos e era obrigado a participar dos festejos. Nunca imaginara que fosse o garoto Hyuuga que o colheria. Seu arqui-inimigo.

Kiba engoliu em seco. Odiou-se por ficar feliz em não ter sido escolhido pelo Neji. Ou ia sofrer um bocado, tanto quanto Naruto provavelmente sofreria.

O azar dos garotos é que apenas maiores de dezenove anos podiam colher durante o Halloween. A partir dessa idade os jovens solteiros ainda não comprometidos podiam participar livremente. Isso impedia a maioria dos adultos de tomar parte. Fato que trazia alívio: nenhuma daquelas crianças queria ser colhido por um velho babão.

– Doces ou travessuras? – o Hokage, homem que comandava a Colheita de Halloween, perguntou.

A resposta veio rápida.

Halloween - A colheita (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora