Acordo cedinho e vou preparar um delicioso café da manhã para meu namorado, que está dormindo tranquilamente.
Chego na cozinha após minha higienização matinal e começo a fritar ovos com bacon, tomando cuidado para não fazer barulho ou Marcelo iria acordar e eu quero fazer uma surpresa para ele. Termino de preparar tudo e vou para a sala assistir TV e coloco um filme para passar, Wall-E, da Disney•Pixar. Quando o filme estava quase no final, meus olhos são fechados e eu fico assustado.
-Adivinha quem é? - pergunta.
-Marcelo! - respondi, após perceber que era ele.
-Bom dia, meu amor - ele disse, me dando um selinho.
-Bom dia, gato - eu disse. -Porque acordou cedo?
-Vim ficar com meu noivo, viu ele por aí? - ele perguntou, sorrindo para mim.
-Sim, ele está assistindo Wall-E e olhando para você - eu respondi, retribuindo o selinho e dando pausa no filme.
-Amor, você fez alguma coisa, não fez? Porque eu estou sentindo um cheiro delicioso - ele disse, indo até a cozinha.
-Surpresa! - eu exclamei, sorrindo ao ver o olhar dele de surpresa.
-Rodrigo, você fez tudo isso, por mim?
-Sim, Marcelo. Eu fiz tudo isso por você, mas também quero comemorar com você - eu respondi, sorrindo.
Eu e ele nos sentamos à mesa e começamos a comer o café da manhã.
-E o que vamos fazer hoje? - ele perguntou e eu sorri.
-Vamos comemorar com minha mãe, Fernando e meus primos, Kalberty e Kelvin - eu respondi e ele me olhou sério.
-E os seus tios e tias? - perguntou ele, olhando mim.
-Marcelo, eles nunca iriam te aceitar - eu respondi, triste.
Desde o dia em que eu me assumi homossexual, a maioria da minha família passou a me evitar, com exceção dos meus primos Kalberty e Kelvin e da minha mãe, Beatriz Rodrigues. No ano passado, meu pai, Christian Rodrigues, tentou matar a mim e ao Marcelo, porque éramos namorados. Aí minha mãe fez uma revelação bombástica: ela e meu pai não eram meus pais biológicos e eu pude entender o porquê do meu pai me odiar tanto.
FlashBack On
-Rodrigo, eu preciso te contar uma coisa. Você não é filho do Christian e nem meu filho - ela disse, me deixando perplexo.
-Como assim, mãe?
-Seus pais eram Débora Machado e Roberto Machado, que morreram e deixaram você, que foi parar em um lar adotivo, o qual nós entramos com um processo para adotar você. Quando você completou quinze anos, decidimos que era hora de contar a verdade . Mas agora não dá pra te contar toda a história. Prometo que te conto quando conseguirmos escapar daqui - ela disse e nós dois ouvimos um barulho de uma sirene. Era o corpo de bombeiros que fora chamado por algum morador de Barra do Sahy que tinha visto a fumaça.
-Socorro, precisamos de ajuda - eu gritei e dois homens entraram com seus uniformes e nos ajudaram a sair da cabana.
Do lado de fora, Marcelo vêm ao nosso encontro e me abraça, mas logo me solta ao ouvir meu gemido de dor.
-Rodrigo, seu pai também me enganou- ele começou a dizer mas eu o interrompo.
-Ele não é meu pai - eu disse.
-Como é? - ele pergunta, perplexo.
Minha mãe interveio e decidiu contar toda a história pra mim.
-Como eu já lhe disse, você é adotado e seus pais biológicos morreram e deixaram você sob a guarda de um homem chamado Alberto, que deixou você na porta de um orfanato dois dias depois. Eu e o Christian o adotamos com apenas dois meses de idade. A diretora do orfanato, Rita Mendes de Andrade, nos contou que o Alberto havia deixado uma carta explicando tudo sobre você. Eu me apaixonei instantaneamente por você assim que o vi pela primeira vez. Como você já deve perceber por ser adotado, eu nunca pude ter filhos, pois sou estéril. Eu e o Christian íamos contar toda a verdade para você quando você fez quinze anos de idade, mas aí aconteceu de você se revelar gay e tudo começou a desmoronar. Mas eu te apoiei e seguimos em frente. O Christian está fazendo isso por homofobia - ela terminou de explicar e eu olhei nos olhos dela.
-Entendo a situação. Agora temos que acionar a polícia para capturar o Christian- disse Marcelo e me beijou com tanta intensidade que eu retribuí, mesmo sentindo dores no corpo.
-Eu te amo - eu disse a ele e nós três entramos na ambulância que iria nos levar para o Hospital e Maternidade São Camilo, para tratarmos dos nossos ferimentos. Durante o longo percurso até Aracruz, eu deito no colo de meu namorado e penso no que meu pai adotivo possa estar aprontando.
FlashBack Off
Eu e Marcelo terminamos de tomar o café da manhã e escutamos a campanhia tocar.
-Deixa que eu atendo, amor - eu disse, sorrindo.
Ao abrir a porta, minha mãe e Fernando estão se beijando e nem percebem que eu estou vendo.
-Mãe? - chamei e eles se soltaram.
-Ai meu Deus! Há quanto tempo você está aí, filho? - pergunta ela, olhando para o namorado.
-Já estou aqui há uns cinco minutos - eu respondi, visivelmente constrangido.
-Desculpa - ela disse e eu os convidei para entrar.
-O que você quer nos dizer, Rodrigo? - pergunta Fernando para mim.
-Mãe, Fernando, o Marcelo me pediu em casamento - eu disse, deixando-a surpresa.
Hey!
Quinto capítulo de Tentar Tudo De Novo, segundo livro da série Recomeço. Votem, comentem, compartilhem e divulguem. Quando a história chegar aos 300 views, volto a atualizar.Até lá, Mal Feito Feito
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Tentar Tudo Novamente - Série Recomeço (Livro 2) (Romance Gay)
RomanceApós a prisão de seu pai adotivo, Rodrigo pede um tempo para Marcelo e os dois ficam separados por quatro meses. Quando esse período chega ao fim, Marcelo pede a mão do namorado em noivado, surpreendendo a todos os familiares do garoto, que repudiam...