Capítulo 5

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Acordo cedinho e vou preparar um delicioso café da manhã para meu namorado, que está dormindo tranquilamente.

Chego na cozinha após minha higienização matinal e começo a fritar ovos com bacon, tomando cuidado para não fazer barulho ou Marcelo iria acordar e eu quero fazer uma surpresa para ele. Termino de preparar tudo e vou para a sala assistir TV e coloco um filme para passar, Wall-E, da Disney•Pixar. Quando o filme estava quase no final, meus olhos são fechados e eu fico assustado.

-Adivinha quem é? - pergunta.

-Marcelo! - respondi, após perceber que era ele.

-Bom dia, meu amor - ele disse, me dando um selinho.

-Bom dia, gato - eu disse. -Porque acordou cedo?

-Vim ficar com meu noivo, viu ele por aí? - ele perguntou, sorrindo para mim.

-Sim, ele está assistindo Wall-E e olhando para você - eu respondi, retribuindo o selinho e dando pausa no filme.

-Amor, você fez alguma coisa, não fez? Porque eu estou sentindo um cheiro delicioso - ele disse, indo até a cozinha.

-Surpresa! - eu exclamei, sorrindo ao ver o olhar dele de surpresa.

-Rodrigo, você fez tudo isso, por mim?

-Sim, Marcelo. Eu fiz tudo isso por você, mas também quero comemorar com você - eu respondi, sorrindo.

Eu e ele nos sentamos à mesa e começamos a comer o café da manhã.

-E o que vamos fazer hoje? - ele perguntou e eu sorri.

-Vamos comemorar com minha mãe, Fernando e meus primos, Kalberty e Kelvin - eu respondi e ele me olhou sério.

-E os seus tios e tias? - perguntou ele, olhando mim.

-Marcelo, eles nunca iriam te aceitar - eu respondi, triste.

Desde o dia em que eu me assumi homossexual, a maioria da minha família passou a me evitar, com exceção dos meus primos Kalberty e Kelvin e da minha mãe, Beatriz Rodrigues. No ano passado, meu pai, Christian Rodrigues, tentou matar a mim e ao Marcelo, porque éramos namorados. Aí minha mãe fez uma revelação bombástica: ela e meu pai não eram meus pais biológicos e eu pude entender o porquê do meu pai me odiar tanto.

FlashBack On

-Rodrigo, eu preciso te contar uma coisa. Você não é filho do Christian e nem meu filho - ela disse, me deixando perplexo.

-Como assim, mãe?

-Seus pais eram Débora Machado e Roberto Machado, que morreram e deixaram você, que foi parar em um lar adotivo, o qual nós entramos com um processo para adotar você. Quando você completou quinze anos, decidimos que era hora de contar a verdade . Mas agora não dá pra te contar toda a história. Prometo que te conto quando conseguirmos escapar daqui - ela disse e nós dois ouvimos um barulho de uma sirene. Era o corpo de bombeiros que fora chamado por algum morador de Barra do Sahy que tinha visto a fumaça.

-Socorro, precisamos de ajuda - eu gritei e dois homens entraram com seus uniformes e nos ajudaram a sair da cabana.

Do lado de fora, Marcelo vêm ao nosso encontro e me abraça, mas logo me solta ao ouvir meu gemido de dor.

-Rodrigo, seu pai também me enganou- ele começou a dizer mas eu o interrompo.

-Ele não é meu pai - eu disse.

-Como é? - ele pergunta, perplexo.

Minha mãe interveio e decidiu contar toda a história pra mim.

-Como eu já lhe disse, você é adotado e seus pais biológicos morreram e deixaram você sob a guarda de um homem chamado Alberto, que deixou você na porta de um orfanato dois dias depois. Eu e o Christian o adotamos com apenas dois meses de idade. A diretora do orfanato, Rita Mendes de Andrade, nos contou que o Alberto havia deixado uma carta explicando tudo sobre você. Eu me apaixonei instantaneamente por você assim que o vi pela primeira vez. Como você já deve perceber por ser adotado, eu nunca pude ter filhos, pois sou estéril. Eu e o Christian íamos contar toda a verdade para você quando você fez quinze anos de idade, mas aí aconteceu de você se revelar gay e tudo começou a desmoronar. Mas eu te apoiei e seguimos em frente. O Christian está fazendo isso por homofobia - ela terminou de explicar e eu olhei nos olhos dela.

-Entendo a situação. Agora temos que acionar a polícia para capturar o Christian- disse Marcelo e me beijou com tanta intensidade que eu retribuí, mesmo sentindo dores no corpo.

-Eu te amo - eu disse a ele e nós três entramos na ambulância que iria nos levar para o Hospital e Maternidade São Camilo, para tratarmos dos nossos ferimentos. Durante o longo percurso até Aracruz, eu deito no colo de meu namorado e penso no que meu pai adotivo possa estar aprontando.

FlashBack Off

Eu e Marcelo terminamos de tomar o café da manhã e escutamos a campanhia tocar.

-Deixa que eu atendo, amor - eu disse, sorrindo.

Ao abrir a porta, minha mãe e Fernando estão se beijando e nem percebem que eu estou vendo.

-Mãe? - chamei e eles se soltaram.

-Ai meu Deus! Há quanto tempo você está aí, filho? - pergunta ela, olhando para o namorado.

-Já estou aqui há uns cinco minutos - eu respondi, visivelmente constrangido.

-Desculpa - ela disse e eu os convidei para entrar.

-O que você quer nos dizer, Rodrigo? - pergunta Fernando para mim.

-Mãe, Fernando, o Marcelo me pediu em casamento - eu disse, deixando-a surpresa.

Hey!
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Até lá, Mal Feito Feito

Tentar Tudo  Novamente - Série Recomeço (Livro 2) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora