Uma nova chance para o amor?

Há 1 ano, 11 meses e alguns dias.

Me sinto tāo vazia, oca bem oca, tristeza em mim é o que nāo falta, dói tanto nāo ter mais ele aqui comigo, porque alguém vai embora assim de repente? Porque? A vida me parece tāo sem importâcia. Sem ele nada mais tem graça. Fico imaginando se ele ainda estivesse aqui comigo, tudo seria mais fácil, tudo seria tāo perfeito. Dói tanto aqui dentro do meu peito essa falta que tenho dele, só quem já perdeu alguém vai entender. O Bernado se foi por causa daquele maldito acidente e junto com ele foi a minha felicidade, acho que meu amor também, porque nunca mais amerei outra pessoa, ele foi o primeiro e será meu unico namorado, meu unico e eterno amor. Porque ele tinha que morrer? Porque? Eu sou tão infeliz. Quem sou eu? Eu sou Aurora Albuquerque e tenho 17 anos, prazer! Talvez nāo seja um prazer me conhecer e sim um desprazer, é tenho que ser sincera com você.

Nāo era um bom dia para mim, quer dizer há muito tempo que nāo tenho um bom dia, há muito tempo mesmo. Mas hoje é porque minha māe quer que eu viaje com ela, mas eu nāo quero, prefiro ficar em casa quieta no meu canto, mas minha māe nāo deixa, quer que eu vá de qualquer jeito, é uma pena eu ter 17 anos é uma pena eu ser de menor, porque se eu já tivesse 18 anos eu nāo ia, mas em breve falta pouco pra me fazer, faço mês que vem em janeiro e quando eu fizer isso vai mudar, vou fazer o que eu quiser e nāo o que ela quer. Há tempo que meu melhor lugar é meu quarto, eu amava viajar, amava quando chegava dezembro, mas isso mudou quando perdi o Bernado, isso mudou totalmente, viajar passou a ser uma das piores coisas da minha vida, me trás lembraças ruins, e minha māe nāo entende que é melhor pra me ficar em casa.
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Acordou? _Perguntou minha māe entrando no meu quarto.
_Nāo estou dormindo ainda. _Respondi seria revirando meus olhos.
_Aurora mais respeito, que eu sou sua mãe. _Gritou ela se aproximando de mim.
_Aham. _Sussurrei me sentando na cama.
_Vá se arrumar e nāo demore, eu vou me arrumar bem rápido. _Diz ela indo até a janela para abrir-lá.
_Nāo, deixa fechada. _Digo com um tom bravo.
_Nāo precisa ser tāo grossa comigo. _Diz ela saindo de perto da Janela. _Só queria minha filha amorosa de volta.
_Já te disse que aquela Aurora morreu. _Digo olhando seria para ela.
_Nāo, eu sei que ela ainda está aí dentro de você, no fundo mais estar. _Diz ela se sentando na minha cama com os olhos cheios de lágrimas. _Filha eu te amo. _Diz ela tocando em minha perna por cima do edredom.
_Māe posso me arrumar? _Pergunto olhando para baixo com os olhos cheios de lágrimas também.
_Por favor nāo demore. _Diz ela levantando da minha cama.

Ela saiu do meu quarto e fechou a porta, pouco me importava se eu tinha magoado ela, há tempo que nāo me importo com isso, me tornei uma pessoa 100% fria, e sem sentimentos, meu coraçāo congelou totalmente, há tempo que nāo sei o que é abraçar minha mãe ou demostrar um jesto de carinho por ela, nem pelo meu pai e nem por ninguém, confesso que a convivência comigo se tornou difícil, afastei muitas pessoas da minha vida, mas tudo é difícil pra me também e muito. Tipo agora, essa viagem que minha māe quer que eu faça com ela e meu pai, mas que eu nāo quero, ela nāo entende que é melhor eu ficar no meu canto.
Deitei na cama e comecei a chorar, estava vindo na minha mente as lembraças da viagem que fiz há 2 anos atrás, a viagen em que o Bernado morreu, foi no mesmo mês, lembro que estavamos tāo feliz no dia que iamos viajar, totalmente diferente de como estou hoje, por isso nāo quero viajar, me faz lembrar dessa ultima viagem que fiz com o Ber.

_Bora Aurora adianta, o taxi chegou. _Gritou minha māe do lado de fora.
_Estou indo. _Gritei com raiva.
_Adianta vamos perder o voo. _Gritou ela novamente.

Revirei os olhos, e levantei do sofá, eu estava pirraçando minha māe, enquanto ela estava me esperando lá fora achando que eu estava fazendo alguma coisa, eu estava sentanda no sofá, dando tempo dentro de casa, doida que a gente se atrasasse e perdesse o voo. Peguei uma maçā da fruteira, e caminhei até a porta, sair de casa e comecei a trancar a porta bem lentamente.