Deus, proteja-os

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Eu estava começando a me sentir como parte da família, mas com um certo receio. Tenho muito medo da Megan se magoar com algo, eu não quero que ela passe pelo o que eu passei. Os dias se passaram e voltamos para casa, era um dia de domingo nublado, tinha vários caminhões na estrada, logo começou a chover. Luke, Lauren e Isaac tinham saído na frente e nós fomos uns 15 minutos depois. O Tom foi dirigindo, eram 17hrs em ponto, estava quase anoitecendo, a Megan estava dormindo na cadeirinha e eu ao lado do Tom. Eu estava bem cansada, aproveitamos esses dias, até eu estando insegura consegui aproveitar a viagem, vou admitir que foi divertido. Nós andamos à cavalo, tiramos fotos, fizemos várias brincadeiras.. enfim, foi legal.
Tom: Você está bem?
Ele olhou rapidamente para mim e voltou os olhos para a pista. Percebi que nesse tempo que estamos juntos ele está se importando muito comigo, com a Megan também.
Anne: Sim, estou. E você?
Eu perguntei olhando para o rosto dele sorrindo.
Tom: Estou bem.
Depois de um longo tempo de viagem, estava chovendo bastante, vários faróis e buzinas, muito barulho, tudo embaçado. Quando Tom se deu conta tinha um caminhão tentando ultrapassar, nisso ele estava vindo na nossa frente, eu dei um grito de desespero por saber que não teria como fazer para impedir o pior, impedir que algo de ruim acontecesse com Megan e Tom. O barulho aumentou quando os carros se chocaram, ouvi alguns gritos da Megan e senti muita dor, senti vidros entrando em meu corpo, logo ouvi gritos do Tom, tentei falar algo mas não consegui, era como se eu falasse e ninguém ouvisse. De repente o barulho parou, só se ouvia o som da chuva e dos carros, eu abri os olhos e tentei tirar o cinto, peguei uma tesoura no porta-luvas e cortei, logo cortei o do Tom.
Tom: Você tá bem? Se machucou?
Anne: Me machuquei um pouco, mas estou bem. Tenta pegar a Megan, por favor.
Ele saiu do carro e foi pegar a Megan, ela estava chorando e bem gelada, o Tom pegou ela e trouxe até a mim, eu a segurei perto do meu corpo.
Anne: Ei filha, você tá sentindo alguma coisa, meu amor?
Eu perguntei já chorando e dei um beijo na cabeça dela.
Megan: Minhas pernas estão doendo, como se fossem esmagadas e eu bati a cabeça.
Anne: Você vai ficar bem.
Um casal que estava no caminhão veio até nós, ligaram para a ambulância, pegamos nossas coisas e fomos para o hospital. Tom e eu demos preferência para que olhassem a Megan, eu não iria aguentar saber que minha filha não irá ficar bem. Eu saí de perto dela nem por 1 segundo, o Tom ligou para a Lauren e eles foram para o hospital. Depois de muitos exames, o médico nos informou que a Megan teria que ficar em observação, as pernas dela talvez nunca mais poderiam voltar a ser como antes e quando a cabeça dela bateu durante o acidente, ela perdeu uma parte da memória e que tem muitas coisas que ela não irá se lembrar. Eu senti um aperto no coração, respirei fundo e logo me desabei em lágrimas, o Tom me deu um abraço forte e fez carinho em minha cabeça. Eu não poderia perder a Megan, minha querida Megan, a única coisa que eu tenho.

O pai da minha filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora