Yes, Mommy (HIATUS)

Capítulo 01

O ponteiro do relógio da igreja que se localizava perto dali batia 16h00 de uma tarde ensolarada e agitada. E dentro da Santinelli Advocacia o expediente dos funcionários ocorria normalmente e sem nenhum imprevisto, exceto dentro da sala do dona, presidente e melhor advogada daquele lugar.

— Tá falando sério? Que merda! Eu não acredito que aquele babaca do Clifford conseguiu isso! — a ruiva bateu com as mãos na mesa, exasperada.

— Chefa, por favor, se acalme. — Eliza aperta as pastas que está nas mãos contra o corpo tentando inutilmente usá-las como um possível escudo para a ira da sua chefa. A qual todos naquele lugar conheciam e sabiam que era terrível de se presenciar.

— Oi? Você tá me pedindo para ter calma? — a ruiva de olhos acinzentados e tempestuosos pergunta calmamente para sua secretária como se não tivesse ouvido direito. — Você tá me pedindo pra ter calma quando o palhaço do Clifford consegue a transferência de dois casos que eram de extrema importância para a Santinelli Advocacia?! Só pode estar de brincadeira... — sai de detrás da mesa e vai até as janelas, coloca as mãos no cabelo em um gesto de irritação.

— Como ele conseguiu essa proeza? Pensei que os clientes tivessem firmado acordo conosco. — vira para a moça jovem e aparentemente frágil que está na sua sala.

— Não sei, senhora. Os clientes ligaram para a empresa hoje e informaram. — a moça loira e de baixa estatura responde com a voz trêmula temendo as ações futuras da sua chefa.

— Você não é paga para não saber, Elizabeth! — exclama Allison com uma fúria quase palpável. — Descubra como Dakota conseguiu levar os Smith e os Rodrigo para a empresa dela. — ordena para a loira.

— Sim, senhora. Farei o possível... — Allison levanta calmamente uma sobrancelha para a mulher a sua frente, a moça percebendo seu erro completa a resposta:

— E o Impossível para descobrir.

— Para ontem, Elizabeth. — com isso sua secretária sai da sala e vai para a própria.

A ruiva olha para a sala, agora vazia e silenciosa, a não ser pelos seus próprios pensamentos e respira profundamente. Ela não conseguia acreditar que o babaca do Clifford estava querendo comprar encrenca com ela, novamente.

Clifford já tinha tentado atrapalhar a subida de Allison até o topo incontáveis vezes, os dois eram os piores inimigos desde a infância. E tudo porque o mimadinho do loiro tinha tudo nas mãos e quando não conseguiu que Allison abaixasse a cabeça para ele e o aceitasse – mal sabia ele que ela gostava de outra fruta –, simplesmente a marcou como sua inimiga. Sem mais nem menos.

Allison nada pode fazer em relação ao loiro. Apenas se afastou e seguiu sua vida, mas definitivamente, Dakota não tinha feito o mesmo. E vivia perseguindo a ruiva.

Allison acorda dos seus pensamentos e olha para o relógio que ficava em cima da sua mesa: quase 17h00. Ela não gostava de sair mais cedo, mas o dia não tinha sido dos melhores, tinha discutido com um cliente cabeça dura que apesar de tê-la contratado como advogada não conseguia seguir as ordens de Allison e insistia em dizer como ela deveria preparar sua defesa.

Então, pegando seu blazer preto e a sua bolsa, ela sai a passos firmes do seu escritório. Passa pela mesa da sua secretária e nem ao menos se despede.

Eliza pensava que era pura má educação e soberba, mas ela não sabia que a ruiva já tinha tido uma experiência traumatizante com sua antiga secretária por ser cortês com ela; sim, foi horrível, a menina deu a louca e se apaixonou pela italiana... Literalmente. Allison nunca tinha sido nada além de educada com ela, mas a menina viu aquilo com uma possível demonstração de interesse e convidou Allison milhares de vezes para a cama. Mas apesar da admitir que a menina tinha um corpo e tanto, ela tinha um tipo de personalidade preferida. E com certeza, aquela menina não se encaixava. Em resumo, Allison Santinelli só não queria que isso ocorresse de novo.