Fighting, fear and disillusionment/2

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O dia amanhecia nesta porcaria de cidade chamada Laurel, mais conhecida como inferno para os estudantes do Colégio Federal da cidade.
Mais uma vez vou ter que enfrentar um dia com meus lindos pais e ir para aquele lindo local conhecido como colégio.

Meu Deus quanta ironia em uma única frase!

Meu nome é Chloe, tenho 17 anos e sou mais conhecida como a problemática da família. Bem vindos à minha vida!

- Chloe Rose Owen, levanta dessa cama agora e vai se arrumar para ir pro Colégio.
O grito histerico da minha mãe ecoo por toda casa, ouvi os pássaros do lado de fora voarem assustados, e talvez, só talvez eles levaram a minha disposição junto deles.
Mereço isso só pode.

Levanto da minha linda cama e me direciono até o banheiro, escovo meus dentes e troco de roupa colocando uma calça jeans e uma blusa qualquer. Peguei um casaco, porque hoje estava realmente frio e desço as escadas.

- Merda, merda, merda!
Ouvi a voz rouca do meu pai praticamente berrando na cozinha.

- Desculpa querido foi sem querer, se você quiser eu pego outro paletó para você vestir.
A voz da minha mãe estava chorosa e eu só conseguia ouvir as reclamações do meu pai.

Entro na cozinha e tenho a imagem do meu pai segurando o braço da minha mãe fortemente, sua roupa que é sempre bem alinhada estava com uma mancha de café. Ele levantou a sua mão para agredi-la, mas eu o impesso segurando a mesma, seu olhar de reprovação cai sobre mim, mas desta vez eu não tenho medo ele não pode continuar tratando a própria mulher como um lixo e sempre querer bate-la.

- Me solta pirralha!
Ele rosna.
Solto a sua mão que segurava o corpo de minha mãe e ela se afasta com lágrimas nos olhos.

- Qual é o seu problema? Você já não dá valor a sua mulher e quando está em casa quer pagar de macho alfa? Enquanto você fica comendo as vadias na rua é essa mulher aqui que prepara a sua comida, que lava às suas roupas e, que só recebe tapas de sua parte, ela não é um brinquedinho e muito menos sua empregada então trate de ter respeito a sua mulher e mãe dos teus filhos.
Falo encarando seus olhos, desta vez eu não tive medo de o enfrentar idependente das consequências ele não deverá tratar ela desta maneira.

Mas o que aconteceu a seguir me fez repensar em meus atos, sua mão atingiu em cheio em meu rosto me fazendo cambalear para trás, todo peso de sua mão foi descarregado mais uma vez em meu rosto e mais duas até que ele se sentisse satisfeito, ele estava envolto de raiva e seus atos transmitiam isso.

-Eu não quero que você torne a falar comigo nesse tom, enquanto você estiver em minha casa terá que seguir as minhas regras, se estiver incomodada mude-se daqui imediatamente.
Ele cuspiu suas palavras duras e saiu caminhando com sua autoridade até o seu quarto aonde os gritos da minha mãe voltaram a ser presentes.

Eu estava cheia disso, cheia de toda essa merda insignificante, eu queria sumir. Mas infelizmente tenho que ir para a escola e ter que aturar quatro tempos de aula com professores chatos que só sabem reclamar da própria vida.

Meu Deus o que minha vida está se tornando?
Já sei!
Num verdadeiro inferno.

Depois de caminhar três quarteirões, eu chego na escola atrasada.
Apresso meus passos e paro em frente a porta da minha classe, respiro profundamente por umas cinco vezes antes de decidir se realmente entrava, ou não. Fiquei ali por algum tempo e abri a porta tomando a atenção de todos na sala, abaixo a minha cabeça e passo direto por todos aqueles olhos julgadores daquelas pessoas que não ligam para o seu bem estar, mas paro no meio do caminho com a voz da professora de história.

Forest Heaven |H.S| [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora