Prólogo

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Rachel Martínez
Madrid, 2013.

O vestido dourado caía com leveza sobre meu corpo, a boa seda nunca falha. Meus pés curvados no salto 9 cm estavam doloridos naquela noite. Pego no batom que estava sob o criado mudo, passo sobre meus lábios. Escuto a voz de Alexandre, estava me apressando, pego os brincos que o mesmo havia me dado de presente e saio do quarto os colocando. Paro em frente ao mesmo e o olho com a expressão séria.

- A pressa é inimiga da perfeição. -digo revirando os olhos- Aliás, você não deveria está indo até a festa de Juan. Ele é seu inimigo. -falo quase em um sussurro-

- Sim, e é por esse motivo mesmo que irei. -ele mantém a expressão de paisagem, coloca seu blazer e anda na minha frente- Não diga nada que nôs comprometa! -diz abrindo a porta para que eu saia. Ele poderia me contar o que está acontecendo, eu juro que ia ficar quieta. Odeio essa sensação de comodismo. Queria fazer algo para me livrar de Alexandre, mas parece que o destino não colabora.

Depois de longos minutos no carro chegamos à mansão da máfia, todas pessoas importantes da máfia estariam lá. Eu e Alexandre somos compradores, segundo as cartas que chegam em nossa casa. Alexandre está com uma enorme pendência na máfia e nossa vida está um inferno. Vir à jantares assim já passou a ser hábito. Viver sendo vigiados. Não digo que não amo Alexandre. Eu já amei como homem, hoje tenho um enorme carinho por ele.
Vejo os detalhes das portas enormes de madeira, observo também como a decoração está impecável. Hoje seria o primeiro jantar que Juan estaria, estou com certo medo dele fazer algo contra mim e Alexandre.

A festa passa num piscar de olhos e quando me vejo estou me preparando para ir buscar minha bolsa, algo me segura pelos braços e meu corpo se enrijece todo. Olho para trás e vejo um homem forte e moreno sorrir para mim, seu sorriso era sacana e ele estava me segurando firme, engulo em seco imaginando o que poderia me acontecer.

Então ele me solta e começa a subir as escadas da mansão, franzo o cenho confusa e acaricio aonde ele segurou em meu braço. Doeu. Já no topo da escada ele me olha sério e se vira para continuar a andar.

- Ei! -grito subindo as escadas com pressa para alcança-lo, paro no meio das escadas cansada e ele volta seu olhar para mim, não parecia surpreso- O que foi aquilo?

Um silêncio constrangedor se instala no ar e eu bufo com minha estupidez.

- Qual seu nome? -sua voz rouca soa como música para meus ouvidos, dou um sorriso de lado-

- Rachel, Rachel Martínez! -falo e vejo seu corpo ficar mais leve- E o seu?

Ele nada diz e continua a andar, entra em um quarto e só escuto o enorme estrondo que a porta deu.

Naquele momento eu senti um frio na barriga e meus pensamentos fixaram no sorriso daquele homem.
Poderia dizer que foi. Amor.

Eres MíaOnde histórias criam vida. Descubra agora