Um

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Eu estava sentado em um banco azul, na praça ao lado da minha casa esperando o amor da minha vida, coisa que qualquer adolescente de 16 anos já deve ter feito.

Estava extremamente ansioso, não sabia o que estava por vir, não sabia como eu reagiria, não sabia como ela reagiria ao escutar meu pedido de namoro.

A maior parte de mim dizia que ela aceitaria, que nós viveríamos felizes para sempre, um verdadeiro conto de fadas.

Mas outra parte de mim dizia que contos de fadas não existiam, que ela poderia não aceitar, ou achar que as coisas estão indo rápido demais e pedir um tempo, pedir uma trégua, pedir pra se afastar de mim, pedir pra que eu a deixe em paz e nunca mais torne a atormenta-la.

Por que eu estava pensando isso? Eu deveria ter pensamentos positivos, eu deveria pensar que eu realmente teria um final feliz.

O meu final feliz.

Mas o que eu estava fazendo? Eu tinha namorada, ela também.

Éramos monstros adúlteros.

Mas ainda não tinha acontecido nada entre nós.

Mas por mim, já teria acontecido a tempos, minha consciência pesou quando eu pensei nisso.

Eu sou um monstro adúltero.

Fiquei martelando e martelando esse pensamento em minha cabeça, por um momento passou a ideia de terminar com a minha atual namorada e ser feliz.

Sim, eu tinha uma "namorada", mas não havia o "amor", então não era "nada".

Simplesmente nada.

Terminar? Essa ideia era maluca! Oque pensariam de mim? Pensariam  Tudo.

Tudo de ruim.

Tudo que não presta, tudo que eu desprezo.

Pensariam que eu tinha um caso, com o amor da minha vida, a pessoa por quem eu esperava sentado nesse banco.

Não era exatamente um caso.

Eu nunca havia a beijado.

Eu nunca havia a tocado.

Não desse jeito.

Eu precisava seguir meu caminho, ao lado de quem eu amava, independente do que vão falar.

Peguei meu celular e liguei para a minha atual namorada, que após alguns minutos não era mais atual.

Eu terminei, mesmo ela gritando comigo do outro lado da linha.

Eu terminei, mesmo ela tendo dito que eu iria me arrepender.

Eu terminei, terminei por que eu quis, por eu não sou obrigado a me manter num relacionamento que eu não estou feliz.

E é assim que se consegue a felicidade, pensando se está ou não feliz com a sua atual vida.

O que é, ou não, bom pra você.

E ir acabando com os problemas aos poucos.

Eu já estava viajando em meus pensamentos, quando vejo o motivo da minha felicidade se aproximar.

O motivo da minha felicidade media um metro e setenta. Era linda, rosto angelical, seus olhos eram cor de mel e seus cabelos ruivos.

Ah, como eu amo o motivo da minha felicidade.

A cada passo que ela dava, meu coração ia acelerando mais e mais, até que chegou a um ponto que ele quase saiu pela minha boca.

Parecia que eu havia me jogado no mar com as mãos algemadas e os pés presos a uma âncora.

Mas amar é isso, né?

Ela se aproxima e me beija.

Pela primeira vez.

Um beijo colado, de língua, eu nunca havia a beijado antes, mas eu beijei com tanta intensidade, que parecia que era a milésima vez que fiz fiz isso.

Talvez em outra vida eu a tenha beijado 999 vezes.

É, talvez.

Por um momento eu viajei no céu de sua boca, me senti leve, me senti livre.

Livre.

Aumentei a intensidade do beijo, e cada vez mais eu ia viajando no céu de sua boca, eu desci, dei selinhos em seu pescoço e ela se arrepiou toda.

Mas novamente aquele pensamento veio me atormentar.

Monstros adúlteros.

Me afastei imediatamente, ela estranhou.

— O que foi? — perguntou levemente.

— Eu terminei com a Lucie. — eu disse — Mas você... você ainda está com o Leonardo.

— Eu terminei com ele antes de vir pra cá. — ela disse, e um imenso sorriso se formou em meu rosto — Por que eu vim te perguntar uma coisa.

Eu fiz uma cara de curioso, e ela fez questão de perguntar.

— Quer namorar comigo? — ela disse.

Essa frase soou de forma extremamente angelical.

— Sim. — disse.

A beijei novamente, um beijo muito mais intenso que o primeiro.

Agora éramos oficialmente namorados, e não ligavamos para o que o resto do mundo pensava.

Nós éramos feliz.

Nós estávamos felizes.

E era o suficiente para mim, pelo menos naquele momento.

Éramos felizes, e essa felicidade anulou o meu medo.

É o fim daquele medo bobo.

   

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Oi, todo mundo! Sou eu, Mateus, vim agradecer a vocês que leram o conto.

Ele foi bastante pequeno, mas quem sabe... Se ele chegar a 1.000 leituras e se vocês quiserem, eu faço um livro inspirado no conto? Com os personagens, só que os acontecimentos antes do conto? Topam esse acordo?

E se gostaram do conto, votem, ajuda muito e me motiva a escrever mais.

E se gostaram ainda mais, comentem! Aí eu vou ficar megaaaa feliz!

Enfim, era só isso! Xau, pessoal!

Medo Bobo [ProjetoBrasil]Onde histórias criam vida. Descubra agora