if this is what it takes

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Jihoon fechou firmemente os olhos, acreditando que estava sozinho no dormitório, e se permitiu soltar algumas lágrimas.

Aquilo era raro para ele: o silêncio sepulcral que havia caído na pequena casa de cinco cômodos que dividia com os outros doze rapazes e o manager. Estava acostumado com as risadas exageradas demais de Seokmin soando pela casa como um eco, as músicas de girlgroup que Seungkwan tocava no último volume sempre que tomava banho e a sinfonia cacofônica das doze vozes tentando se sobressair uma a outra. Aquele barulho costumava ser seu companheiro em horas de reflexão como aquela, o silêncio que lhe rondava era um estranho muito suspeito.

Jihoon sabia que eles haviam saído para jantar, ele havia praticamente empurrado o próprio cartão de crédito na goela de Seungcheol apenas para ter alguns momentos sozinho consigo mesmo e seus pensamentos, longe das crianças.

O CEO da pledis já estava cobrando um álbum há um bom tempo, e toda a confiança para a escrita e produção das músicas haviam sido depositadas nos ombros estreitos de Jihoon novamente. Não fazia mal, ele gostava de escrever músicas, conseguiria dar conta das quinze que o CEO pedira com a ajuda de seus companheiros de grupo. A hip hop unit, como sempre, escreveria seus próprios raps e as linhas principais, como sempre, acabariam com Seokmin e Seungkwan. Se ele pedisse, Junhui o ajudaria a encontrar temas para escrever, Joshua improvisaria algumas melodias no violão e podia contar com a ajuda de Jeonghan para escrevê-las. Quinze músicas não seriam um desafio.

Quinze músicas para serem entregues prontas, gravadas e editadas em dois meses eram.

Os garotos estavam dando a si mesmos algumas férias, para melhorar a situação de Lee Jihoon. Quando não estavam gravando, não queriam nem saber de ensaiar ou compor, só de dormir — no caso de Wonwoo e Jeonghan — ou se pegar pelos cantos da casa — como no caso de Jisoo e Seungcheol. —, sem nem se darem conta do que o pobre produtor estava passando para ter seu futuro na empresa garantido.

Antes do debut, ele trabalhava 20 horas por dia para fazer o projeto seventeen funcionar, e depois dele, trabalhava 25 para conseguir levá-lo para frente. Todos o admiravam por isso, olhando-o com orgulho e falando sobre como ele era forte e esforçado. Mesmo que, na verdade, ele mal conseguisse seguir em frente.

Ele sabia que acabaria tudo bem, sempre acabava no final, então nunca deixou que suas fraquezas bloqueassem seu caminho. Elas eram sempre afastadas, mesmo que nunca fossem destruídas.

Até o momento que tudo ficou um pouco demais.

Faltava cerca de duas semanas para o fim do prazo e ele tinha apenas três das quinze músicas escritas — mas não arranjadas ou prontas. —, uma puta dor de cabeça e o sentimento de que o grupo seria punido pelo seu fracasso. Foi acumulando toda aquela pressão dentro de si e quando sentiu que estava prestes a explodir, expulsou as crianças para que elas não acabassem atingidas pelos destroços de ser humano que restariam dele.

As lágrimas rolavam mais livremente agora, que ele tinha ciência completa de que estava sozinho naquele lugar nem um pouco amplo para todas as pessoas que habitavam. (Quase como ele já estava ficando pequeno para tanta tristeza que havia dentro de si.)

Assumiria a culpa pelo fracasso do comeback, arcaria com as punições e suas crianças apenas teriam de treinar um pouco mais do que o normal. Talvez lançassem o que tinha pronto como singles apenas para não parecer que eles estavam parados. Haviam muitas possibilidades, das mais diversas, e ele só queria arcar logo com as consequências da sua falha.

Estava devaneando, jogado de qualquer forma no sofá da sala, quando seu telefone tocou no bolso. Catallena, que era o toque personalizado de Soonyoung. Ele não podia deixar o garoto cair na caixa postal, jamais se perdoaria se derramasse seu mau-humor como um balde d'Água a sério no ensolarado garoto que estava o ligando. Era legal fingir que gostava de tortura-lo em frente às câmeras, um bom fanservice, mas não conseguia fazer tal barbárie na realidade.

a little too much + soonhoon Onde histórias criam vida. Descubra agora