|03 - Hurt|

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Katrina narrando:

Ele nunca ficou tanto tempo calado. Essa única frase ficava se repetindo na minha mente enquanto ele andava pelo que pareciam horas na minha frente, com a garrafa da bebida na mão, cambaleando. Eu saberia exatamente quais seriam as reações que ele teria, mas agora a situação era diferente e muito mais complicada, era como uma caixinha de surpresa, como quando recebemos um presente e rasgamos todo o embrulho na tentativa de saber mais rápido o que estava escondido na embalagem. Era assim que eu me sentia.

Pablo era o presente, e tudo o que eu queria era desvendá-lo mais rápido, e descobrir o que se passava em sua cabeça.

Assim que chegamos em casa, ele vai direto ao quarto, mandando eu lhe esperar na sala. Porém, quando ele retorna, eu fico apavorada. Ele tem um cinto de couro em suas mãos e seus olhos estão repletos de ódio.

- Pablo, o que você tá fazendo com isso na mão? Por favor, vamos conversar.

- Conversar? Depois de você se insinuar como uma vadia na frente de todos daquele bar?! Todo mundo ali me conhece caralho! Eu tenho cara de otário?

- Não, por fa...

- Cala a merda da sua boca! - ele berra e me puxa pelo braço. Se ele não tivesse me segurado, com certeza estaria no chão. Coloco em minha mente todos os nossos momentos bons para poder não sofrer tanto.

- Por ser uma putinha e me desobedecer saindo de casa, vai aprender uma lição.

Assim ele me joga no chão e levanta o cinto. Fecho os olhos e rezo para que ele tenha piedade de mim. Apenas penso em nossos momentos bons e quando eu acho que ele não irá fazer nada comigo, sinto o golpe em minha perna. Grito automaticamente, e as lágrimas descem como cachoeira no momento em que abro meus olhos.

- Cala a boca! - ele grita e me dá mais uma cintada. Eu guardo meus gritos para mim, enquanto ele me golpeia sem dó. Olho para minhas pernas e elas estão tão vermelhas que eu sei que ficarão manchas roxas.

- Olha que delícia de pernas. Uma pena que terá que andar com bastante pano para tampar o seu próprio castigo.

Ele sorri e me dá inúmeros golpes de cinto em meus braços. Apenas consigo chorar e rezar internamente para acabar logo essa tortura.

Meus braços estão avermelhados, não tanto como as pernas, mas também terão marcas por um bom tempo. Fico imersa em meus pensamentos, imaginando que ele só faz isso comigo por conta das drogas e bebidas, pois ele me ama e não me quer longe dele, do mesmo modo que eu não o quero longe de mim.

- Te ver assim tá me dando um tesão da porra.

- O que? - arregalo meus olhos e focalizo seu rosto, seus olhos frios e nublados, esboçando sentimento algum, muito menos pena de mim.

- Isso ai, tira essa roupa pro seu homem.

- Não, por favor, estou muito machucada.

- Foda-se! Quero que você me dê prazer agora! Vamos! Tira essa merda de roupa!

- Não! - tiro coragem de algum lugar do meu corpo e grito com ele. Ele fica levemente assustado, porém, logo em seguida, seus olhos faíscam uma raiva além do que estava mais cedo.

- Se não vai tirar por bem, será por mal.

Assim ele se abaixa, rasga minha calça, em seguida minha calcinha. Eu grito, me debato no chão, porém, ele me dá um tapa forte na cara, me deixando tonta e livre para abrir minhas pernas. Fecho os olhos quando o vejo abaixar suas calças. Não os abro mais, porém, lágrimas descem quando o sinto me invadir e rasgar minha camisa. Escutar seus gemidos só me causam mais dor e sofrimento. Assim que se satisfaz, me dá mais um tapa na cara e se levanta. Abro meus olhos e o vejo sorrindo, me deixando no chão machucada e violentada.

Doce PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora