Don't Let Me Down

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Acordei. Droga.

Mesmo quarto, mesmos pais, mesma rotina, mesmo sentimento.

Nunca fui amada. E eu não me importo com isso - de verdade -. Mas um sentimento devastador tem destruído minha cabeça esses tempos.

A necessidade do amor.

Não de ser amada ou amar, mas sim da falta de amor no mundo todo.

Lembra quando você aprende sobre o mal da Terra? Assassinatos, suicídios, crimes, pobreza...

Lembra de como você queria ajudar, mesmo que não conseguisse?

Era esse sentimento. Esse sentimento que invadia todos meus pensamentos e cada pequeno espaço de meu corpo e alma.

Eu precisava fazer alguma coisa sobre isso.

Matei aula. Acho que aqueles professores estão se acostumando.

Andei sem rumo de novo. Esse o mal de não ter amigos. A solidão.
Mas não é como se fosse minha escolha.

Não tenho nome. Aliás, meu nome pode ser o que você decidir.

Posso te contar um segredo? Tenho um lugar secreto. Onde escondo meus sentimentos e guardo as emoções e lembranças em um pote.

Um canto que tem cara de casa. Minha casa. Eu fujo para lá todos os dias. É meu refúgio, minha paz.

Tem alguma coisa que me diz que você quer saber mais sobre mim.

Não acho que tenho coisas pra contar, e até agora, não fiz absolutamente nada pra ajudar o mundo, além de sentir a extinção do amor.

Enfim, lá estava eu, em minha pequena caverna, escrevendo, desenhando e apenas existindo.

Uma coceira e dor em minhas costas me tomou, desconcentrando-me  completamente.

Duas batidas na porta. Anna.

- Tá precisando limpar isso aqui, hein?- Anna fala debochada depois de fechar a porta atrás de si. - Matou aula hoje, não? Nem perdeu nada. Na real, só ganhou com esse lugar. JÁ TÔ APAIXONADA! - Anna surta e começa e mexer em meus bonecos, mas logo em seguida para, ao ver minha cabeça balançando negativamente.

 JÁ TÔ APAIXONADA! - Anna surta e começa e mexer em meus bonecos, mas logo em seguida para, ao ver minha cabeça balançando negativamente

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Depois de 84 anos, Anna saiu e os pensamentos começaram a rodear minha cabeça novamente. E a coceira e a dor voltaram também. (Quando você pensa que não pode piorar...)

Era uma sensação muito estranha. Como se alguma coisa estivesse dentro das minhas costas.

Depois de um tempo, a dor voltou       e consegui achar o que tanto me incomodara.

Eram penas.

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