Os olhos. Aqueles olhos esverdeados e penetrantes que se fixaram em mim, como se pudessem ver através da minha alma. E o sorriso. Também me atraía mais do que eu gostaria de admitir. Parecia incontável a quantidade de coisas que eu amava nela, mesmo...
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Meus amoress, essa é mais uma fic camren que eu vou trazer, primeiramente gostaria de dizer que a ideia de ocorrer a tal da "Seleção" é inspirada na triologia de livros chamada "A Seleção". Enfim, eu espero de coração que vocês gostem bolinhos, pra mim escrever esse capítulo foi muito bom, principalmente o final. Agora, vou deixar vocês lerem
Camila –
Você não considera muito outras oportunidades quando não é você mesmo quem toma cada decisão importante as quais vão mudar sua vida por completo. Eu fui ensinada a seguir o que me era dito, sem muitos questionamentos. Isso não significava que eu não os tivesse. A diferença é que meus pensamentos eram apenas meus, sem nunca serem compartilhados com alguém.
Um dia talvez você simplesmente acorde com uma percepção de mundo diferente. Isso pode ser causado por alguma coisa, ou por alguém. Nesse caso, conhecê-la foi o que mudou tudo, inclusive meu destino, que para mim sempre fora imutável. Era absolutamente fantástico o que ela poderia me fazer sentir com apenas uma troca de olhares. E eu nunca abriria mão daquilo.
Tinha plena consciência de como era vista diante dos olhos de meus súditos. Poderia ser dita como uma princesa calculista e fria. Eu não poderia culpá-los. As câmeras quase nunca conseguiam registrar um sorriso meu, e minha postura era rígida e nada amigável. Era desesperador agir como alguém que você nunca se comportaria.
Meu pai costumava agarrar meus braços com firmeza e me forçar a encará-lo, para que dissesse as mesmas palavras costumeiras: "Você não precisa do amor deles, e nem o de ninguém, Camila. Não é quem está acima que precisa da aprovação dos que estão abaixo. E sim, o inverso". Ele era o rei, e nunca deveria ser criticado, nem por mim, e nem por ninguém. Todos tinham que estarem cientes: O rei nunca erra.
O estúpido dia o qual vinham me preparando a vida toda finalmente havia chegado. Eu esperava nem um pouco ansiosamente por ele. Na minha cabeça, por vezes tentara me convencer que nunca chegaria a acontecer. E faria com que não acontecesse de algum modo. Minha vida não seria controlada tão facilmente como esperavam.
A Seleção estava a poucas horas de ter seu início. Aquele era o último dia antes que ela começasse. Muitos anos atrás, logo depois da terceira guerra mundial, com a volta da monarquia, os reinos decidiram que todo ano o herdeiro ou herdeira do trono iram passar por uma seleção, cada uma em épocas diferentes. Viriam para o palácio no dia seguinte vinte e cinco jovens estúpidos, um de cada reino, disputar pela minha mão, para no fim, eu escolher um deles e transformá-lo em meu marido, e juntos, gerarmos o futuro herdeiro do trono.
O tempo que A Seleção duraria, variava. Ainda assim, o maldito resultado era sempre o mesmo. Eu apertei os olhos, tentando enxergar melhor. Tinha acabado de acordar, e os raios de sol passavam pela varanda de meu quarto, se estendendo pelo cômodo, aquecendo as pontas de meus pés. Minha cabeça girava com lentidão, como se eu tivesse sido drogada. Havia tido uma péssima noite de sono. Eu não estava certa se havia conseguido ao menos cochilar.
