Perdas do Destino

Capítulo 1

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Agosto de 2009

Estava nevando, os pequenos flocos alvos desciam do céu cobrindo os telhados, ruas e vielas da pequena cidade.

Olho pela janela com meus olhos brilhando de excitação, a neve sempre bela e pura fazia-me se sentir livre.

Alguns segundos depois de ficar a ver aquela bela cena sinto um toque ao meu ombro e viro-me para meu irmão.

- Vamos comprar os presentes? - me pergunta com um sorriso branco de dentes perolados.

- Claro - digo devolvendo igual sorriso, meu querido irmão era gêmeo nascido , compartilhavamos iguais cabelos castanhos claros e olhos negros , nossas peles pálidas eram quase porcelanadas.

Levanto-me e caminho ao nosso quarto, moravamos sós, havíamos perdido nossos pais a dois anos e , mesmo com 09 anos, conseguimos permissão para vivermos em paz na casa de nossos avôs.

Pego meu cachecol vermelho carmesim e o enrolo em meu pescoço , volto a sala e encontro meu irmão com um cachecol idêntico de cor azul.

- Vamos - indaga ele animado pulando para cima e para baixo, rio e acaricio seus cabelos , damos as mãos e seguimos para o pequeno mercado próximo a cidade.

- Nós encontramos aqui novamente em meia hora - digo e nós separamos cada qual para um lado.

Meus olhos vagueiam pelas barracas de bugigangas a procura de algo que agradace meu doce e gentil irmão.

Não mais que 15 minutos de procura encontro algo que chamou-me atenção, um pequeno relogio de bolso que também virará bússola, me encanto com o relógio e o compro, peço educadamente ao senhor para o embalar para presente e assim o tenho, uma pequena caixa de madeira com um laço azul.

Sorrio e com ligeiros saltos vou a procura de meu gêmeo.

Chegando ao nosso local de encontro avisto uma pequena multidão ao redor de algo, uma pitada de curiosidade encheu meu peito e sigo para o círculo de pessoas.

Empurrando algumas pessoas levemente chego ao meio da multidão.

A pequena caixa de madeira com o laço azul espatifa-se ao chão com a cena que presencio, meu doce e gentil gêmeo estava banhado a sangue, seus olhos sem vida despertaram um sentimento obscuro em meu peito, a primeira coisa a deixar meus lábios foi um grito, seguido de choro e soluços.

Aa pessoas ao redor sussuravam palavras de confortos que pouco me importava, meus olhos fixos na expressão aterrorizada de meu irmão, aproximo-me com passos lentos, encaro minhas mãos, estava tremendo , engulo em seco e me ajoelho ao seu lado.

Delicadamente coloco sua cabeça em meu colo e acaricio sua face.

- oh meu irmão....- sussuro com um fio de voz, estava despedaça pelo meu interior, um sentimento de vazio dominou meu corpo e deixei , sem esforço, ser afastada pelas autoridades que esconderam o corpo de meu irmão com uma lona branca.