Capítulo 1

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Olho mais uma vez para a imagem que o espelho reflete, sinto meus seios inchados, como se algo diferente estivesse acontecido comigo, mas de qualquer forma, visto a blusa de alça fina azul e penteio meus fios ruivos em um coque.

Escuto o som de uma viatura de polícia chegando! Corro para a entrada principal e abro a porta, sabendo que meu marido jogaria em meus braços!

Hoje temos um motivo para comemorar! Estamos fazendo três anos de casado e ele me prometeu livros novos!

Mas quando abro a porta não é o Tiago que aparece e sim o delegado Moura, com uma expressão triste em seu rosto, ele olha para mim e diz:

-Sinto muito Lara, mas o Tiago ... – E tudo passou na minha cabeça nesse momento.

*

Uma semana depois de minha formatura, resolvi que estava precisando de uma aventura em minha vida e fui viajar! Meus pais haviam pagado tudo e prometido que não iriam ligar tanto, afinal, passei muito tempo presa em São Paulo estudando e precisava um pouco de aventura. Fui para Nova York!

Foram quase dez horas de viagem com escalas! Deu tempo para terminar de ler pela milésima vez Dom Casmurro, escuta todas minhas músicas no Ipod e ainda tirar uma soneca legal!

Nos primeiros dias em Nova York, visitei os lugares clichês! Comi nos melhores lugares e aproveitei bem a hospedagem do hotel, mas tudo começou a ficar chato depois de duas semanas; eu não tinha uma amiga presente, não tinha encontrado nenhum menino interessante e sentia falta de meu computador surrado, onde cria teias de aranha meu romance ... um livro que estou tentando finalizar desde o ensino fundamental.

Um pouco inspirada, com toda história arquivada na cabeça, decidi passar a tarde no Central Park.

Depois de duas horas escrevendo o que deveria para meu romance, resolvi comprar alguma coisa para comer e quando levantei, acabei batendo com o cotovelo no sorvete de alguém derrubando ele todo em cima de mim.

*

-O que aconteceu com o meu marido? – Perguntei sentindo que as lágrimas estavam prestes a cair.

-O Agente Tiago Cavalcanti, operava com alguns outros em uma missão ... – Começou o Delegado, mas eu estava sentindo que ele iria dizer o que meu coração estava gritando. – Nessa missão, teríamos que combater uma ...

-Rede de criminosos, no assassinato do filho do prefeito, eu sei delegado, meu marido antes de sair hoje pela manhã, havia informado do paradeiro desses assassinos e que voltaria para o jantar. Cadê ele? – Interrompi, desejando que ele seja direto.

*

-Desculpa! – Falei, olhando para nada mais nada menos que um lindo e alto homem dos cabelos negros, estilo militar médio.

-Tudo bem. – Respondeu ele e assim que escutei sua voz, senti uma vontade imensa de saber de qual estado brasileiro ele era.

-Você é pernambucano? – Questionei, fazendo com que não lembrássemos do sorvete derrubado em meu suéter.

-Sou sim e você também é. – Respondeu ele reconhecendo meu sotaque. – Posso saber de onde?

-Claro. – Respondi sorrindo para ele. – Eu sou de Recife, para ser mais exata de Boa Viagem. Conhece?

-Claro que sim, estudei em uma escola por ali. – Respondeu sorrindo. – Você escreve? – Ele apontou para meu caderno de anotações.

-Tento. – Olhei bem para aqueles olhos verdes e tive certeza que não estava fantasiando a cor daqueles olhos redondos e nem o tanto de sobrancelha que ele tem. – E você?

-Eu o que? Escrevo?

-Não ... talvez ... de onde em Pernambuco? Escreve? – E comecei a rir de toda aquela enrolação.

-Ah! – Ele entendeu e começamos a rir. – Em primeiro lugar, eu não escrevo, não tenho nenhum talento para a escrita, mas sou um bom leitor e isso compensa, não é? – Assenti e ele sorriu. – Olha ai! E por último, eu moro em Piedade, um pouco perto de você, não acha?

-Claro, trinta minutos de ônibus. – Brinquei e ele começou a sorrir. – O que você faz? Fora ser um bom leitor e odiar quem escreve?

-Eu não disse que odeio quem escreve! – Soltou ele nervoso.

-Mas fez questão de aparecer com sorvete bem perto para que eu tomasse um banho de baunilha! – Brinquei, referindo a meu suéter manchado.

-Foi culpa sua! Nunca vi um ser tão embananado como você, menina! – Brincou ele.

-Olhe como fala comigo! – Falei levantando meu dedo.

-E quem é você?

-Está querendo saber meu nome? – Perguntei colocando minha mão na cintura.

-Pode ser. – Respondeu com a mão no queixo e ele tem uma linda e carnuda boca vermelha.

*

-Agente Tiago Cavalcanti está morto! – Anunciou o Delegado, pronunciando tudo que meu coração estava querendo me dizer. – Nós sentimos muito Lara, mas não podíamos fazer nada e ...

-Cala a boca! – Gritei empurrando o delegado. – Cala a boca! Isso tudo e mentira! Cadê o Tiago?

-Acalme-se Lara! – Pedia o Delegado. – Eu posso te levar até ele, mas se acalme!

-Moura, como pedes que eu tenha calma? – Gritei. – Meu marido estando morto?

-Lara ...

-Leve-me até ele! Quero ver meu marido! Quero ver meu Tiago! – Pedi, sentindo as lágrimas escorrerem, sem saber para qual caminho elas estavam indo.

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*OLÁ PESSOAL!!!

AQUI VAI MAIS UMA HISTÓRIA FRESQUINHA PARA

TODOS VOCÊS!

ESPERO QUE GOSTEM!

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BEIJOS,

SAULO FRAGOSO

LaraOnde histórias criam vida. Descubra agora