Hoje eu passei por aquele banco da praça, foi ali a primeira vez que a gente se encontrou, a saudade me acertou em cheio e as lembranças dominaram meus pensamentos. Eu me lembrei do jeito que você me olhava de longe e de como a cada passo eu tinha medo que meu coração saísse pela boca, antes de dizer "olá". De como você era engraçado e seu perfume era bom, de você me contando suas histórias e de como sua risada era bonita, mas junto com a minha ficava mais ainda. Você me olhava de um jeito que eu duvida. Eu gostava do jeito que se preocupava e de como era péssimo pra dar conselhos mas mesmo assim tentava. Você me contou do seu trabalho e das tatuagens que pretendia fazer. Você inventava vários apelidos e eu ria do seu jeito sem jeito. Me lembro da sua felicidade quando eu te dei meus dois colares, era o seu presente de aniversário eu havia andando a praia inteira atrás, você me olhou sorrindo e eu achei tão fofo quando me perguntou se podia me dar um beijo na testa. Você me chamou pra tomar sorvete e eu me lembro de falar: "você paga." você riu de mim e disse que pagava. A gente foi até a sorveteria e eu fiquei na calçada segurando sua bike, enquanto você comprava, eu estava me distraindo reparando nos carros, foi quando decidi olhar pra você e você me olhava também. Você veio até mim e riu por eu não saber atravessar a rua, a gente sentou naquele banquinho e você comentou o quanto esse lado da cidade era bonito, eu concordei, mesmo preferindo o outro lado. Eu reparei em você e foi ridículo o jeito em que te achei bonito até tomando sorvete. Alias, toda vez que eu compro um sorvete de amora eu lembro de você. Você disse que ia ir embora e a minha vontade foi de pedir pra você ficar por mais 10 vidas, eu me levantei pra se despedir e você sorriu. Cada um foi pro seu lado. Quando eu cheguei em casa tinha uma mensagem sua: "até que deu vontade de te beijar." eu deixei um sorriso escapar e naquele momento eu juro, eu amei você.
— Thaís Lopes.
