Amor Proibido

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Já era madrugada quando o celular de Nanda tocou a primeira vez, não era a melodia de uma ligação e nem mesmo das mensagens mas a fez acordar da mesma forma, ainda com os olhos fechado tateia a cama a procura do aparelho na curiosidade de saber por quem à chama. Surpreende-se Nanda ao ver que no anonimato alguém confessará um sentimento amargo, o desejo incessante de embarcar na canoa da morte, entregando o destino de quem ama a sorte.
- Diga-me meu anjo, o que é que acontece?
Mas ninguém lhe respondia, assim os dias se passavam e Nanda com eles ficava mais aflita, queria respostas, uma qualquer que fosse, a preocupação aumentava, Nanda fumava e bebia, cada cigarro em sua mão diminuía de sua vida um dia mas ela não se importava, nada mais importava para uma garota sem família. Foi em uma manhã de meio termo, daquelas que nem chuva ou sol fazia, que Nanda recebeu sua resposta, um e-mail que do céu vinha, quem lhe escrevia era Carlos, amante da boa música e poesia, menino educado do coração quebrado, da vida já cansado a menina um apelo fazia.
" Me ajude querida, essa tirana já não mais me engana, meretriz atrevida dos lábios vermelhos, me oferece um gole e me põe de joelhos, deixando-me sem saída segura a não ser pela mais dura, não sei mais quanto aguento, por quanto tempo meu sangue dura, livre-me do coquetel que oferece esta criatura!"

Assim passavam as horas e Nanda sem devolver uma resposta, o medo tomava conta do seu corpo, do nada a emoção à dominava, uma resposta mudaria tudo, todo o destino de duas almas, Carlos ainda a procurava, hora querendo ajuda outra afasta-la, Nanda já não mais entendia o sentimento que nela habitava, o e-mail já não era suficiente pela falta que Carlos provocará.

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La vinha Nanda novamente com a maquiagem borrada, era madrugada quando voltara para casa, o salto nas mãos e o coração em pedaços, sem conseguir acreditar que com ela a maldição se repetia, enquanto do outro lado do estado o mesmo com Carlos acontecia, dois jovens apaixonados, pela distância separados, porém algo ainda ele escondia. Demorou para criar coragem e abrir o jogo, aquela seria sua última mensagem, Carlos não suportava mais abrir os olhos e nem mesmo a vida que levava, tudo nele doía inclussive a agonia de amar uma menina que não o compreendia.
Em 7 de Setembro à mensagem final chegou como um tiro direto no coração de Nanda, seu amor despedia-se com alegria, as palavras bonitas mascaravam a agonia, a dor e a tristeza, cada palavra naquelas longas linhas eram piores que os cortes profundos que causara, na carta ele dizia que Carlos jamais se chamara, não era a pessoa horrível que lhe apresentara, que mau não fazia nem para uma mosca mas que isso não mudava o fato de ser horrível por fora.
- O ego me mudou, física e emocionalmente, por favor não tente me achar, você não gostaria de quem iria encontrar...

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Nanda o estado cruzou desesperada, bateu de casa em casa embriagada na esperança de encontrar aquele que Carlos não mais se chamava, em seu coração havia esperança de que cedo chegaria e com tempo impediria aquela desgraça, mas sozinha altas horas da noite com uma garrafa de whisky pouca coisa enxergava, seguir com aquilo era uma ideia idiota, nunca chegaria a tempo, com sorte ainda seria do ato culpada, e dai que ele não à amava, o importante naquela história era o amor dela por ele, Nanda não deixaria seu eternos Carlos fazer qualquer tipo de loucura, o whisky diminuía e com ele a sanidade dela, cada gota que diminuía na garrafa aumentava a sua esperança.
"Se o coquetel demoníaco falhar, a lâmina fará o trabalho final" aquelas palavras começam a soar em sua cabeça, seus olhos fechavam e tudo balançava, a voz de seu Carlos mesmo que ela nunca tivesse ouvido antes era o que mais mexia com ela, tudo rodando, sua cabeça pesa e seu corpo ameaça a cair para trás mas a voz de seu amado chamava por ela, ele precisava dela. As luzes invadiram seus olhos, ela já não sabia onde estava nem o que vinha em sua direção, a sorte estava do seu lado, no meio da pista e um carro em alta velocidade, o pior era inevitável, em sua missão Nanda falharia.
O carro parou e Nanda desmaiou, o destino reservará algo para ela, no carro o melhor amigo de seu amor se dirigia para a casa dele, o garoto desceu e colocou a menina no banco de trás, faltando menos de duas quadras para chegar Nanda acorda, percebendo que estava em movimento começa a desesperar-se.
- Calma moça, você não está bem, vou socorrer meu amigo e a levo para o hospital também.

Mas eles chegaram tarde, já não havia tempo, não havia esperança nem mesmo um milagre mudaria aquela situação, Nanda mesmo sem saber se o desespero alheio era real entrou na casa, seguiu discretamente o garoto até um banheiro onde encontrou seu amado, ela não tinha como saber se realmente era ele mas confiava em seu coração, era seu Carlos caído naquele chão, remédios espalhados, bebidas de álcool e o próprio líquido inflamável ao seu lado, não podia ser real, aquele era o coquetel de que ele falará, de sua boca saia uma espuma avermelhada, certamente os órgãos já estavam em decomposição, um bilhete se encontrava em sua mão, o amigo em choque por socorro foi chamar e Nanda debruçada em seu peito ainda sem acreditar, lágrimas e mais lágrimas em meio a tanta dor, o socorro estava chegando mas ela não queria soltar seu amor, nas mãos do falecido um último pedido. "Se alguém me encontrar por favor cremar, não deixe de Nanda avisar, eu a amava mas com ela não poderia ficar, meu coração ainda pertence a outra, nem meu sentimento por ela este amor seria capaz de apagar, só peço para que ela não chore, e na velhice vá para o infinito me encontrar, serei seu Carlos para sempre e em algum lugar no infinito vou estar a te esperar..."
A dor era tão grande, impossível não chorar, enquanto Nanda lia dos olhos do seu amado lágrimas escoriam, a boca da menina celara o primeiro e unico beijo do casal, ali naquela cena de amor proibido Nanda deu seu último suspiro, por amor ela venceu a embriaguez, venceu os desafios de um amor e naturalmente veio a falecer, ninguém acreditou naquilo que encontraram no local, os exames foram feitos e comprovados no final, ele suicida inconsequente, apaixonado e doente, ela vítima do destino, brinquedo da paixão, perdia sua vida por morte natural deitada no peito de seu amor, com os corpos já gelados a única foto dos dois na primeira página do jornal, com letras douradas o bilhete encontrado em sua mão. "Nanda e seu eteno Carlos juntos mortos foram encontrados, vítimas de um amor proibido que agora em algum lugar no infinito seriam felizes juntos afinal."


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Bom esse é o meu primeiro "conto" aqui, costumava escrever muitos contos quando estudava mas todos foram para o lixo com o tempo e hoje me bateu vontade de tentar escrever um, quero agradecer a AlanaBelloli por ter lido parte dele e me incentivar termina-lo, logo dedico este conto zuado para ela.
Não deixem de deixar sua estrelinha e comentário, eles são muito importantes, aceito críticas pois é com elas que vamos melhorando cada dia mais a maneira de escrever.
Beijos e até a próxima.

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