Alguém para Amar

CAPÍTULO 1 - NÃO SOU DE EXATAS

       Acordo ao som do maldito alarme, que me lembra de tudo que tenho que fazer naquele dia. Olho para o meu quarto, repassando mentalmente se tenho alguma prova na escola ou algo do tipo. Merda, hoje é dia de prova de física, penso comigo. No banheiro me olho no espelho checando se não há nenhuma espinha, para minha sorte nenhuma, afinal o dinheiro que pago naqueles sabonetes e cremes para espinha precisam valer a pena. Faço todas as minhas necessidades e me visto, aí chega a hora de domar o que eu chamo de cabelo, castanho, meio liso e volumoso, assim posso descrevê-lo, de noite permanece maravilhoso, porém, pela manhã é como se eu nunca tivesse conhecido uma escova. Olho no relógio e vejo que estou atrasado, saio correndo para apressar meu pai, digamos que ele seja um pouco lento para tirar o carro da garagem.

-Pai já vai dar 07:00 horas eu vou me atrasar, desce logo. Grito da cozinha, onde pego o meu café da manhã, visto que não tem chances de tomar café em casa.

      Meu pai tem o meu mesmo jeito, ou melhor, eu tenho o mesmo jeito dele. Minha mãe nunca poderia dizer que não sou filho dele, pois temos as mesmas características físicas e emocionais, até as mesmas merdas nós cometemos.

      Desisto de esperar, pego a chave e abro o carro, aperto a buzina várias vezes, só para me certificar que ele realmente ouviu.

-Paaaaaaaaaai. Grito só para me certificar. Minha vó aparece na janela ameaçando dar na minha cara, caso não parasse com aquilo. Me contenho e espero no carro. Decido abrir meu Instagram para ver as boas do dia, eu sei que são apenas 6:45 da manhã, mas sempre tem aquelas piranhas que postam foto das festas da madrugada. Me certifico disso quando vejo a foto da puta mor do meu colégio, Sabrina. Sabrina é o tipo de garota que faz da sua vagina um ponto turístico do seu corpo, ou seja antes de conhecer ela você tem que visita-lo. Não me leve a mal, cada um faz do seu corpo o que quer, porém, na minha concepção ela era muito nova para isso e parecia ainda imatura, tínhamos apenas 16 anos e a garota parecia uma pornô.

       Meu pai finalmente entra no carro, me mandando ter paciência com ele. Quando penso que finalmente vamos sair ele me diz:

- Droga ! esqueci meus documentos lá em cima.

-Pai a escola fica bem aqui perto nenhuma blitz vai sair caçando o senhor por causa disso não.

- Nunca se sabe Arthur, Volto já

Paciência né, penso comigo.

      Chego na escola e logo me lembro da terrível prova de física. Vou logo dizendo que NÃO SOU DE EXATAS, portanto odeio tudo que envolva cálculo e que seja preciso determinar, calcular, solucionar alguma coisa. Estamos em Abril e já estou com medo de ficar de recuperação em física, afinal minhas notas nessa matéria são uma droga. A verdade é que eu odeio essa droga, desde que eu estudei isso pela primeira vez fiquei perguntando , Oi ?

      Entro no corredor principal e escuto alguém me chamando, quando me viro vejo que é minha amiga Mariana. Eu e ela somos amigos à pouco tempo, na verdade como sou aluno novo nesse colégio e é meio difícil fazer amigos, pelo menos para mim.

      Até agora Mariana me parecia uma pessoa legal, nossa amizade começou quando a preguiçosa me pediu para pegar sua borracha que tinha caído, sendo que estava logo ao lado dela, eu como sempre fui trouxa peguei, daí começamos a nos falar e viramos amigos. Pelo o que já ouvi falar ela é bem disputada pelos garotos, deve ser por conta dos seus olhos azuis que transmitem uma paz tão grande que chega faz você se sentir acolhido, é meio difícil de explicar, e claro a garota tinha a altura e o corpo de uma modelo, porém, sua mente parecia não estar tão radiante quanto uma passarela, isso porque ela parecia ser uma garota triste, ela não tinha nenhum amigo e sempre andava sozinha com seu fone de ouvido de oncinha, o pior é que ela já estudava naquele colégio há anos.

- Tu estudou para a prova de física ? Eu tô muito ferrada pqp ! Diz ela tirando seu óculos escuros da Givenchy e fazendo um rabo de cavalo com a outra mão.

- Bom dia pra você também. Digo encarando-a.

- Foda-se, o meu dia já não tem nada de bom.

- Não estudei e não sei o que eu vou fazer. Que mau humor é esse garota ? O dia ainda nem começou.

- Por mim já poderia ter terminado. Eu estudei feito uma condenada ontem, assisti mais de mil vídeo aulas e essa merda de trabalho e energia não entra na minha cabeça.

- Relaxa, no intervalo a gente vai no Lincon e pede pra ele dar uma revisão pra gente. Digo tentando acalma-la.

- É né ? Então vamos andando antes que o Mauro nos arraste para aula.

     Mauro era o coordenador da nossa escola. Praticamente um anão de 1,45m que achava que tinha poder sobre os alunos. Vou admitir que aquele olhar sombrio que ele carregava nos olhos quando nos dava alguma ordem me deixava tenso, mas ai era só olhar para baixo que isso passava.

     Mariana e eu seguimos pelos corredores do colégio, " muito animados" para a próxima aula.