Capítulo 2

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Ainda conseguia ver a luz atrás de mim. O meu coração acelerou junto com o som metálico.

-Ali! Tem uma casa! –Indiquei a direção.

As onze da noite éramos proibidos de sair da rua. É por isso que estávamos correndo. Eles nos seguem. É se nos pegarem, não sobreviveremos. Não me lembrava do que era viver sem medo. Muito menos viver. Só sobrevivemos.

Pereceu um século chegar até a casa. E a porta estava trancada. Leonardo tentou arrombar a porta, mas não conseguiu. Em meio a todo desespero Júlia viu uma janela.

Eu e Leonardo ajudamos a garota a pular a janela, em seguida Leonardo e eu. A casa estava totalmente escura, o que já era esperado. Em minutos já não escutávamos o barulho da coisa. Ele havia ido embora.

Há três dias atrás nosso abrigo foi invadido,e desde então não dormimos bem. Nessa noite ficamos na casa. Por sorte achamos uma casa que ainda tinha camas.

Fui o primeiro a acordar e comecei a andar pela casa. Um bom passa tempo é pensar como eram os antigos moradores dali. A bagunça deixava óbvio a fuga, roupas pelo chão, armários vázios. Mas é assustador o olhar de felicidade nos retratos das paredes. Aqueles sorrisos pareciam ser uma realidade muito, muito longe do que vivemos agora.

Enquanto olhava os desenhos colados na geladeira ouvi um barulho na porta. Através do vidro da porta vi a sombra do sujeito que tentava evadir a casa. Peguei um faca de fruta. De alguma forma a porta se abriu e alguém entrou.

-Ei! Ei! Quem está você?! -Falei antes a pessoa se virar. Era uma menina, não era alta mas tinha cabelos azuis copridos.

-Você está bem? -ela continuava de costas. -Pode se virar pra mim? - ela se virou lentamente, no seu rosto há vários pontinhos brilhantes que parecem glitter, tem olhos cinzentos e curiosos.

-Você entendeu o que eu disse então fala a minha língua. O que você quer? -eu disse.

A garota balançou a cabeça negativamente.

-Você é muda? Ou algo assim?

Ela balançou a cabeça negativamente. A menina ficou mais assustada quando reparou a faca na minha mão.

-Eu solto a faca se você responder o que eu te perguntar. O que você quer? -Ela franziu a testa. -Olha pra eu saber o que você quer precisa responder...

-Daleesy. -A palavra saiu com um sotaque que não é americano.

-Dalesi? Então você fala... -Agora eu estou confuso.

-Daleesy, eu. -a garota apontou para si mesma.

-Ah, você se chama Dalesi?

-Não, Daleesy. Fala certo Daleesy?

-É um nome difícil. Daleesy? - eu disse é ela balançou a cabeça freneticamente. -Falei certo? -sorri. -Bem eu sou Nicollas. - abaixei a faca.

-Nicolhas!

-Não. -soltei uma risada. -Nicollas, vamos nem é tão difícil.

-Nicollas, assim? -Ela parece ter gostado do nome.

-Certinho.

-Meu pai. Katte. -Daleesy disse. Pareceu ter dificuldade ao falar o inglês.

-Estava procurando seu pai? No quintal?

-Sim. Katte.

-Procurando alguém com esse nome no quintal, só pode ser um pokemom... -Falei baixo.

-Sabe onde ele está? - os olhos de daleesy brilham.

-Sinto muito, daleesy. Se voce se perdeu de seu pai vai ser muito difícil achá-lo.

-Nicollas, tá falando com... - a frase do Léo morre quando ele vê a daleesy. -Quem é essa? -Os dois me olham assustados.

-Leo, essa é Daleesy. Ela acabou de chegar.

-Sai daqui! -Leo vai na direção da menina, que se encolhe em si. -Vai!

-Leonardo, calma cara. -empurro o Léo. -Ela só tá procurando o pai. Olha como tá assustada.

-Nick, eu não sei se você tá falando serio. Ela é uma estranha!

-O que tá acontecendo aqui? -Julia aparece.

-O Nicollas acabou de conhecer um garota e quer deixá-la ficar. -Leo fala com tom acusador. -Ela não pode ficar.- ele se vira pra mim.

-Eu só quero achar meu pai... -Daleesy diz calmamente.

-Você tem armas? -Julia se aproxima da daleesy.

-Armas? -Ela olha confusa.

-Precisamos ir até a Letícia. -Julia dia depois de examinar a garota. -Ela nunca demorou tanto é está sem nada com que se defender.

Letícia é uma amiga nossa. Durante o ataque no nosso abrigo ela disse que iria procurar pelo shopping e já faz 3 dias. Rezamos para que ela esteja viva e que não tenha sido achada por... Aquelas coisas.

-Ela foi pro shopping fica a meia hora daqui. -Julia fala. -Vamos com a sua amiguinha até o shopping depois ela se vira.

                     ***

DallesyWhere stories live. Discover now