De caso com a solidão.

me deixa entrar,

deixa eu espetar a minha casa aqui, deixa eu fazer morada no teu peito, deixa eu descansar a minha cabeça no seu ombro. não tem lugar mais confortável que aqui, então deixa eu entrar e morar nas ondas dos teus cachos, deixa eu me enrolar na cama a noite com você, deixa eu te fazer um café quente, um cafuné bem gostoso até você pegar no sono. não fecha a porta, não se tranque para mim. deixa eu entrar e te cuidar, pentear o teu cabelo, esfregar as tuas costas no banho, fotografar você andando pela casa com a minha jaqueta, te preparar um macarrão sem gosto pra você reclamar e depois pedir uma pizza. não me expulsa da sua casa, do seu coração. deixa eu morar em você, deixa eu te fazer de lar. eu quero ser quem vai te ajudar em todos os momentos, ruins e bons, então deixa a porta aberta, durmo no sofá, no chão, na casinha do Jack, mas deixa eu entrar, não vou fazer barulho. não adianta quantas vezes você me expulsa da sua vida, no fundo você sabe que eu sou a tua felicidade e é por isso que você sempre me deixa entrar toda madrugada, mas deixa eu dormir aqui com você essa noite e durante a minha vida inteira? me deixa entrar, penetrar, morar em você.

Andrew Xavier