"O coma da vida"

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Quando decidi fazer medicina, conversei com meus pais e eles me deram apoio, meu pai vendeu o carro, minha mãe começou a vender quentinha, meus dois irmãos arrumaram empregos em uma lanchonete e minha irmã virou babá. Todos se despertaram. Tudo por mim. Eu não poderia desapontar ninguém, decidi que ia estudar e ser a médica mais importante de todas, bom... Terminei a faculdade, consegui um emprego no melhor hospital de Los Angeles, sou a melhor cirurgiã do hospital e tô faturando muito bem, minha família ainda está trabalhando mas todos estão com empregos melhores, claro.

- Bom dia Alessa! - O médico mais gato do hospital me cumprimentou.

- Bom dia Ed. - Eu sou difícil, nada de entusiasmo. - Que horas tem?

- 3:25, topa um café?

- Desculpa Ed, hoje meu plantão está bem puxado, chegou um lote de remédios novos e eu preciso organizá-los na sala de remédios.

- Ah... Mas quem faz isso não é a Sheila?

- Sim, o filho dela está doente e eu estou cobrindo ela, não sei como vou organizar os remédios, não é meu trabalho.

- Quer ajuda? Estou sem nada pra fazer mesmo.

- Sim sim!

Fomos para a sala que não era grande então ficava bem difícil circular nos dois lá dentro, eu tentava ficar mais parada possível, o problema era ele.

- Alessa? - Perguntou enquanto tirava os remédios das caixas.

- Oi? - Falei de costas arrumando os remédios na prateleira.

- Porque você só me dá patada?

- Ed... Você quer falar sobre isso justamente agora? - Meio que gritei.

- É que...Eu sempre faço de tudo pra ser notado por você e você nunca me nota, poxa, eu sou pediatra, trabalho com todo tipo de criança e até a criança mais malvada não consegue ser tão cruel como você é... - Falou abrindo outra caixa.

- Ed, eu não faço nada, eu nunca nem te dei esperanças.

- Eu te amo Alessa, você não percebe? Nós encontramos amor em lugares onde não há esperanças, um amor sem esperanças nos faz lutar mais do que um amor quando se tem esperança.

Eu ia responder aquilo mas fomos interrompidos por várias pessoas correndo pelo corredor do hospital, saí da sala e o Médico Chefe Dr. Christian veio correndo em minha direção.

- Alessa! Pelo amor de Deus, ele está perdendo muito sangue, você precisa costurar aquilo na cabeça dele! - Gritou me puxando para uma sala onde supostamente alguém estava ferido.

- Ele? Ele quem? - Olhei para o Ed e depois para o Doutor.

- Justin Bieber. - Empurrou a porta e me empurrou.

Olhei para todos que estavam em volta dele, médicos com funções completamente diferentes do que se precisava e enfermeiras aplicando soro. Olhei para a mãe dele que só chorava, alguém precisava fazer algo, eu só era uma cirurgiã e o resto dos médicos que eu precisava estavam no outro andar ocupados.

- Só quero 3 enfermeiras aqui, os médicos podem sair, só fica você e você aqui, Ed, vai lá na minha sala e pega meu carrinho com todos os meus materiais - Gritei.

- Doutora! - Mãe dele veio chorando em minha direção. - Ele vai ficar bem?

- Eu não posso prometer nada, só posso prometer que irei fazer de tudo pra fazer com que ele fique bem Senhora. Enfermeira me dê o relatório completo!

- Justin Drew Bieber, 21 anos, tipo sanguíneo B+, altura: 1,75, peso: 58kg, estava mergulhando numa praia quando bateu a cabeça fortemente em uma pedra, ficou inconsciente e chegou a desmaiar após 15 segundos de bater a cabeça.

- Alessa, suas coisas! - Ed me deu o carrinho.

- Tudo bem, vamos lá, temos que fazer um ponto nisso aqui enquanto a pele dele está úmida e dá para costurar, ele perdeu muito sangue e precisa de um doador urgentemente, cheque no banco se há o tipo sanguíneo dele e traga para mim, enquanto isso, me ajudem a costurar esse corte na cabeça dele.

Enquanto eu costurava as enfermeiras ligavam fios nele para checar se estava tudo ok com o corpo dele, 25 minutos após eu ter costurado tudo, uma máquina apitou.

Ele entrou em coma.

Insane For Your LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora