CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO 3

Mary

Fui para casa com Karoline, assim que entro, meu irmão Thierry desce as escadas, eu ainda não tinha o visto pois passou a semana toda fora na casa de um amigo desde que voltei para cá.

Percebi a felicidade no olhar dele, nem me lembrava da última vez em que seu cabelo esteve tão grande e castanho quanto agora, ele cresceu e seus olhos estão azuis e brilhantes como o de costume.

Quando me abraça pude sentir o seu perfume. Finalmente me sinto em casa e confortável, talvez ele seja o único que me faça realmente feliz, depois de minha mãe, é claro, porém ela não está mais aqui e só me resta Thierry.

— Bem-vinda de volta mana, foi um longo ano sem você aqui, senti tanto a sua falta. — sinto um sorriso surgir em meu rosto.

Thierry e eu somos muito ligados por mais que sejamos irmãos apenas por parte de pai. Eu tendo 18 e ele apenas 15, sempre agiu como se fosse o mais velho.

— Eu também senti a sua falta pirralho. — quando me afasto vejo meu irmão caçula sorrindo para mim, e isso já me faz ficar livre de qualquer sentimento ruim que eu pudesse ter neste momento.

Logo Thierry e Karoline se cumprimentam de forma rápida, pois ele está atrasado para algum compromisso que eu não faço questão de saber.

— Dexter?! — chamo meu pai e não obtenho resposta.

Meu pai quase nunca fica em casa para dar atenção aos seus filhos, e depois que ele se separou da minha mãe para viver com Ruby ficou pior.

Ruby parece não gostar nem um pouco de mim e o pior é que agora não será somente os fins de semana que ficarei na casa do meu pai e sim até a faculdade. terei que conviver com isso querendo ou não.

— Acho que estamos sozinhas. — Karoline e eu vasculhamos a casa para ter certeza, logo subimos pela escada adentrando a primeira porta a direita. Meu quarto.

São as mesmas paredes brancas bem pintadas sem nenhuma marca, minha cama ao centro do quarto com dois criados mudos um de cada lado, a janela grande fazendo com que entre iluminação, as cortinas lilás com branco e os moveis de madeira rústica, algumas prateleiras na parede com livros e porta-retratos, minha penteadeira ao lado do closet tão bem organizada, quase perfeita. Está do jeito que deixei no ultimo fim de semana que vim para cá, antes de ficar um tempo fora do estado, as malas estão no mesmo lugar em que as deixei, ainda não tive tempo e nem vontade de guardar minhas roupas, ainda não quero acreditar que irei morar aqui com Ruby e meu pai, talvez eu esteja a julgando muito os dois, ou talvez eu esteja certa.

Karol cortou meus pensamentos se jogando na cama e deitando de bruços.

— Aqui não mudou nada desde a última vez em que eu estive em sua casa. — ela diz com um sorriso nostálgico e logo se levanta fuçando em minhas prateleiras de fotos.

Quando chego perto de Karol, percebo qual foto ela esta olhando, me lembro perfeitamente desse dia.

— Querida, venha... vamos tirar uma foto. — corri até minha mãe e sento em seu colo a abraçando.

Ela estava linda, com um vestido bege solto, os cabelos compridos castanhos claros e seus olhos azuis brilhando com a iluminação, tiramos a foto e então lhe dou um beijo saindo de seu colo.

Meu pai vai da sala pra cozinha e logo em seguida minha mãe vai atrás, ele estava no telefone e então ouço ela dizer que tinha pedido a ele para não fazer aquilo de novo, eu não entendi direito mas pude ver que ela estava irritada. Meu pai brigava e gritava com minha mãe e logo vejo a sombra de sua mão se levantando, não ouço mais nada até minha mãe sair da cozinha com lágrimas nos olhos e com o rosto um pouco avermelhado, eu estava assustada, quando meu pai saiu de casa batendo a porta.

Tiro a foto da mão de Karol e então coloco de volta na prateleira porém abaixando o porta-retrato.

— Não gosto de me lembrar desse dia. — me afasto e tiro minha blusa de moletom preta dobrando a mesma e colocando em minha gaveta.

De repente Karol se vira com uma expressão duvidosa, talvez se perguntando se devesse ou não dizer o que está pensando.

— Mary, sei que está triste e magoada com a perda de sua mãe, eu também estou. Adorava a Sra. Martin. — ela me olha de uma forma triste, Karol adorava minha mãe. — Mas sua vida não pode parar, pelo o que você me contou, já fazem três meses e... — ela da uma pausa e respira fundo. — A melhor forma de superar é viver, as aulas começam semana que vem, temos que aproveitar. — ela sorri de lado, e mesmo não querendo, ou não me sentindo pronta para voltar ao "normal", confirmo devagar com a cabeça. Sei que ela está certa, e que isso vai fazer bem para mim.

Logo ela se senta na minha frente segurando em minhas mãos como uma forma de me encorajar.

— Hoje à noite terá uma festa na casa de uma amiga minha, você poderia ir comigo. — ela sorri largo, enquanto me olha.

— Hm, não sei na... — antes que eu termine Karoline me interrompe.

— Ah Mary! Vamos lá vai ser legal, vai fazer bem para você, eu garanto! — Karoline é muito persistente, e sei que mesmo se não quisesse, não teria escolha.

— Ta, ta bom... mas não irei ficar muito. — digo me rendendo, jogando minha mãos para o alto enquanto caio de costas na cama, Karol dá um grito estérico enquanto se joga em cima de mim tentando me abraçar.

— Eu te amo. — quando me solta confere seu relógio de pulso e arregala os olhos, deve estar atrasada para algo. — Bom eu tenho que ir agora... irei resolver umas coisas, te pego as dez! — ela me dá um beijo no rosto e sai.

Será que foi uma boa ideia?

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Oi meus amores tudo bem? Espero que sim!

Esse foi mais um capítulo, espero que gostem, dêem uma olhadinha no book trailer.

Votem, comentem para me manter motivada e compartilhem com os amigos *--* yaaay

Um beijão de glitter <3 *-*

The Sociopath (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora