*PRÓLOGO*

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Corro entre árvores frondosas e altas o bastante para formarem um teto vegetal, o que dificulta a passagem da luz do final da tarde. O cheiro de terra misturada com vários componentes vegetais me fazem respirar fundo por um instante, as vezes queria ter o poder de embalar e guardar os cheiros da natureza.
Uma mecha de cabelo gruda em minha testa pelo suor ja abundante em meu rosto, estou correndo a um bom tempo.
Liberdade, uma sensação maravilhosa. Paro para respirar calmamente e desacelerar os batimentos de meu coração.
Aqui estou eu novamente no bosque, o bosque em que obtive muitas respostas. A brisa suave e refrescante daqui é relaxante, essa mesma brisa é capaz de bagunçar meus cabelos. Sinto a energia desse lugar pulsar em minhas veias, como se eu regarregasse a minha aura em uma simples observação desta paisagem.
Um santuário natural e antigo, capaz de trazer uma paz inimaginável, além da purificação que traz a quem costuma meditar por aqui.
Vejo a variação das colorações laranjas, amarelas e vermelhas brincarem na relva da clareira em que estou próxima. Este lugar, realmente guarda muitos segredos, ainda bem que só eu possuo a chave, aliás, eu sou a chave. A chave que guarda o equilíbrio universal.
Chego no meio da clareira, onde há apenas um tronco caído, que me serve de banco sempre que venho até aqui. Me sento nele e observo cada detalhe deste lugar magnífico.
Após algum tempo de reflexões percebo o clima mudar drasticamente. O vento começa a soprar mais gélido, como sou uma controladora deste elemento, tento escutar o que ele quer transmitir, algo está errado.
O vento sussurra em meus ouvidos palavras sem nexo. Descendência, Perigo, ELA, e em um último instante escuto a palavra fuja.
Olho à minha volta, o vento cessa deixando-me na quietude do local, que antes estava calmo e agora transparece um clima ruim.
Sinto uma presença, ouço a respiração ofegante e descompassada da coisa ou pessoa, antes mesmo que eu vire na direção da respiração, algo me atinge no abdômen.
Com medo olho para origem da minha nova e dolorosa ferida. Uma adaga familiar está cravada em mim.
- Vou terminar com tudo o mais rápido possível. Querida.- Essa voz... Não posso acreditar... O meu pior pesadelo, era ELA, esse tempo todo... Como fui ingênua.

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