Dane-se a sociedade

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Acordei sorrindo o que eu nunca havia feito na minha vida e foi tão natural que pensei que estava com uma doença,a doença de viver. Tomei banho e desci,lá estava a Joana limpando a estante da cozinha.

- Bom dia Luck,dormiu bem? - Perguntou me olhando.

- Melhor impossível!E você? - Falei me servindo suco.

- Mais ou menos,meu filho de 2 meses não parava de chorar a noite toda.

- Entendo,deve estar cansada,deixa que meu quarto eu arrumo,ok?! - Dei uma mordida no pão de queijo.

- Ah não,não posso deixar você fazer isso,sou sua empregada e estou aqui pra isso!

- Não,não e não!!Não permito,minha casa minhas regras! - Bati na mesa com força o bastante para assusta-lá.

- Desculpe.- Falei olhando pro chão.

- Desculpe eu,se o senhor quiser arrumar tudo bem!

- Acho bom! - Sorri rindo.

Terminei e coloquei o pé na rua,estava andando com meu skate em rumo a escola quando vejo um garoto apanhando,me aproximei meio escondido e quando reparei era o Breno levando uma surra de uns grandalhões.

- Cadê a grana moleque?Você disse que ia dar semana passada e até agora não recebi um centavo! - O grandalhão o agarrava bela camisa e gritava no ouvido dele.

Peguei o garoto e dei um soco no nariz dele fazendo estralar,dei um chute na parte de baixo dos outros dois fazendo eles caírem de dor,puxei o Breno e sai correndo com ele.
Fomos até uma lanchonete nos esconder e logo ele me abraçou,mas não qualquer abraço,foi um de conforto e segurança,transmitia uma conexão de sentimento,uma química que só nós dois sabemos.

- Obrigado! - Ele sussurrou no meu ouvido o que fez minha orelha queimar.

- Só fiz o que devia ser feito,te machucaram muito? - Perguntei olhando seu rosto ferido e vermelho.

- Estou bem,não se preocupe! - Ele olhou para meus lábios e depois meus olhos,senti seu coração estar aliviado,estar descansado,ficamos nos olhando até meu relógio fazer um barulho.

- Vamos,estamos atrasados! - Puxei seu braço pra fora da lanchonete seguindo caminho a escola.

A primeira aula foi de E.F que foi aula de praticar seus esportes favoritos como vôlei,corda,basquete,futebol entre outros.

- Breno,por que eles te bateram? - Perguntei me virando a ele,estávamos sentados em um banco da quadra observando os outros jogarem.

- Estou devendo dinheiro faz 2 semanas,era pra eu ter pago no começo do mês,mas fiquei sem dinheiro então prometi na outra semana no caso semana passada,porém não consegui arrumar e tive que dar uma sumida,eles me encontraram enquanto vinha pra escola e deu nisso.
- Contou com ar de tristeza.

- E por que pediu dinheiro emprestado? - Olhei para seus olhos.

- Não foi dinheiro que pedi emprestado,foi outra coisa.

- O quê?

- Depois da aula eu te digo,quero que você conheça um lugar onde minha mãe amava ir comigo aos meus 5 anos! - Ele sorrio.

- Ok,faço tudo por você! - Falei envergonhado e ele sorrio.

Depois da aula um ser me empurrou.

- Oii! - Lucas falou sorrindo.

- Não precisava empurrar,né!

- Sorry,só queria te dar um susto!

- Um susto ou quer que eu bata minha cabeça no chão e fique em coma? - Falei nervoso.

- Para de ser dramático,nem foi tão forte! - Ele cruzou os braços.

- hum,e como tá?

- Tranquilo e favorável,como tá tu?

- Também,vou sair com o Breno.

- Virou veado?Ou é só amizade colorida?

Bati no ombro dele.

- Para seu retardado! - Ri.

- Oxe,você vira gay e eu sou o retardado?

- Que homofóbico! - Gritei.

- To brincando,calma senhor seriedade! Seu namorado tá vindo,vou deixar vocês a sós.- Ele falou fazendo coraçãozinho com a mão e se foi.

- Por que o Lucas foi embora antes de falar comigo? - Breno perguntou com espanto no rosto.

- Sei lá,ele tem demência.

- Hum,então vamos? - Antes de responder ele pegou na minha mão me puxando para um tipo de parque,mas só tinha jardim o que me lembrou o Horto Florestal de São Paulo,ainda estávamos de mãos dadas e ouvimos pessoas dizendo "tudo veado" "ninguém merece namorar o mesmo sexo" eu fiquei assustado,mas Breno não largava minha mão e parecia não ligar.Ele se sentou na grama meio morro,me sentei ao seu lado.

- Não se importa do que estavam falando? - Acabei com o silêncio.

- Luck,não me importo com o que dizem,as pessoas não me conhecem pra me julgar e não sou obrigado a ser o que elas querem que eu seja,sendo gay,hetero ou bi ainda continuarei sendo humano,dane-se a sociedade,já lidei com ela há muito tempo e não vou fazer papel de idiota e ser quem eu não sou,eu não dou a mínima para o que falam pois só assim eu posso viver em paz.- Seus olhos brilhavam,seu sorriso desaparecia,ele parecia estar quase chorando.

- Acho que sim.- Assenti com a cabeça e o abracei pois já não me importava isso,além do mais Breno continuava a ser meu amigo.

Semelhanças - o amor que mudou minha vida [ Romance Gay ]Onde histórias criam vida. Descubra agora