•Twenty four

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O dia aos olhos de Jongin parecia tão cinza. 48 horas que Kyungsoo havia desaparecido. Jongin mal conseguiu pregar os olhos a noite, sua mãe pediu para que o mesmo ficasse na casa dela até que o pequeno aparecesse, não queria deixar o filho sozinho. Alguns policiais estavam na casa grampeando o telefone.

Apenas ficar olhando os policiais trabalharem era tão agoniante, ele queria fazer alguma coisa. Ele desejava ter o poder de estalar os dedos e fazer com que trouxessem o pequeno Kyungsoo de volta. Jongin não fazia a mínima ideia para onde os pais adotivos de Kyungsoo levou o menor.

-Você deveria dormir um pouco - Jongin olhou para a porta onde Eunjung estava parada - está tão tarde, você deve estar exausto - Jongin estendeu a mão para que a irmã se sentasse ao seu lado

-Não consigo dormir - passou o braço pelos ombros de Eunjung - eu só queria poder fazer mais.

•••

Kyungsoo abriu os olhos devagar ainda meio grogue, sua cabeça doía, seu corpo todo doía. Tentou se mexer mas algo o impedia, olhou para baixo, sua visão ainda meio turva, viu a corda em seus pulsos e uma corrente na perna. Kyungsoo queria gritar por socorro mas sua voz não saía. A porta se abriu e logo a luz foi acesa, Kyungsoo fechou os olhos rapidamente pela forte luz.

-Hora de comer - Kyungsoo olhou para moça a sua frente fazendo uma careta

-Só um minuto, Hani, deixa eu me desamarrar aqui - ironizou

-Desculpe...- Hani colocou o prato sob a mesinha alí ao lado logo indo desamarrar as mão de Kyungsoo

O pequeno estava faminto, não podia negar que estava com receio de comer aquela comida. E se estivesse envenenada? Se comesse morreria, se não comesse morreria de fome do mesmo jeito. Não custa nada arriscar mesmo.

-Hani! - Mi chamou descendo as escadas

-Sim? - Hani se levantou rapidamente vendo a mesma se aproximar

-Não foi essa a comida que eu mandei você dar a ele - comentou olhando para o prato de Kyungsoo - enfim, eu vou sair, preciso falar com o advogado. Cuida desse aí enquanto eu estiver fora - e saiu deixando os dois a sós

-Que advogado? - Kyungsoo perguntou ainda olhando para a porta. Hani deu de ombros sem saber do que se tratava.

-Como está a comida?

-Eu vou morrer daqui a algumas horas? - Kyungsoo perguntou sem olha-la

-Não...- Hani frenziu o cenho confusa

-Então estava ótima.

-Que bom, eu realmente não sabia o que comprar - riu

-Ainda continuo te odiando - disse seco

-Você tem todo o direito - disse baixo recolhendo o prato do menor logo em seguida saindo do porão.

Kyungsoo suspirou já sentindo falta da sua liberdade. Permitiu que suas lágrimas caíssem, chorando baixinho desejou estar nos braços de Jongin ouvindo a voz do mais velho o confortando.

•••

-Jongin, atenda a campanhia, por favor - Jiwoo pediu colocando os pratos na mesa. O mesmo fez o que se foi pedido indo em direção a porta.

-Olá Jongin - Sang bagunçou o cabelo de Jongin passando pela porta

-Oi - disse desanimado seguindo seu pai

-Bom, eu tenho notícias - Sang entrou na cozinha dando um beijo rápido em Jiwoo e Eunjung

-Então diga logo - Jongin olhou esperançoso para que o mesmo começasse a falar

-Pelo o que você me contou sobre os pais adotivos de Kyungsoo...e o que eu sei da família dele...é um pouco complicado mas acho que dá pra juntar as peças. Então vamos lá. Até onde eu sei os pais de Kyungsoo são ricos, digamos que eram bem...ricos. Eles eram discretos, não esbanjava dinheiro, poucos sabia dos dois. Eu os conheci por que meus avós eram vizinhos deles. Kyungsoo deve ser o único herdeiro dessa grana toda, por isso o interesse em Kyungsoo.

-Mas...geralmente os pais liberam o dinheiro da herança assim que completa dezoito anos, Kyungsoo já tem dezoito e nenhum advogado veio o procurar.

-Isso, só que depende do testamento que os pais deles escreveram. Pode ser que tenha algum pedido que Kyungsoo tenha que cumprir. - Jongin ficou pensativo, o que Kyungsoo teria que cumprir? E para onde eles foram?

-A casa antiga... - Jongin murmurou baixo

-O que? Que casa, Jongin? - Eunjung perguntou

-A-a...pai, você sabe onde era a casa antiga? Onde os pais do Kyungsoo moravam? - Sang pensou por um momento

-Eu acho que sim...

-Me leva até lá? - Jongin se levantou da mesa

-Para que? - perguntou confuso

-Eu preciso ir lá - Sang assentiu pegando as chaves do carro

-Mas vocês tomaram café! - Jiwoo se apressou em falar

-Na volta, mamãe. - Jongin saiu da cozinha sem esperar que a mesma dissesse mais alguma coisa

-M-mas...- Jiwoo olhou para Sang que deu de ombros seguindo Jongin

-Deixa eles, você sabe que Jongin é ansioso demais - Eunjung apoiou seu queixo em sua mão.

•••

-Kyungsoo, quando o advogado chegar você vai se comportar está bem? - disse Mi com um falso sorriso.

-Me deixa ir - pediu

-Claro, mas só quando o advogado disser que sua graninha está liberada - apertou as bochechas do menor - agora desmancha essa cara e trate de se comportar ou adeusinho ao seu querido Jongin.

-Você disse que não iria machucar Jongin - Hani arregalou os olhos

-E você é uma trouxa - respondeu seco.

-Você prometeu!

-Como eu disse, uma trouxa - riu - nunca confie em ninguém, principalmente em mim

-Então eu tô fora, eu vou contar tudo para a polícia - ameaçou

-Ui, que medo. Garota, você entrou nessa e agora não tem mais saída. Vai lá espalha pra todos e eu te caço a onde for, você que escolhe - sorriu. Hani bufou de raiva - boa menina.

Hani estava com tanta raiva por ter sido enganada e agora não poderia fazer nada. Nunca gostou de se vingar das pessoas mas ela realmente queria se vingar agora, nem estava ligando para as consequências.

-Você disse para não confiar nas pessoas, você também deveria seguir esse conselho, Mi - murmurou baixo mas Kyungsoo pode ouvir.

Kyungsoo só desejava que isso acabasse logo. O pequeno queria muito fugir mas não tinha forcas suficiente para arrebentar aquelas cordas. Só lhe restava esperar e ver no que tudo isso daria.

Cat {Kaisoo}Where stories live. Discover now