Capítulo 10

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Nem acredito que já é sábado o tão esperado dia da minha formatura. Eu já estava sentada esperando para fazer uma homenagem a dois colegas de turma. A cerimonial chamou meu nome, me entregou um microfone que eu já tinha testado mais cedo. Minhas pernas tremiam em sincronia com minhas mãos.
- Boa noite! Eu estou aqui para homenagear essas duas pessoas que são exemplos pra mim. - fiz uma pausa .- Ana Paula Soares e Rogério Silva Tavares.- esperei os aplausos diminuírem pra continuar. - Ana Paula é um exemplo por não ter deixado que a vida ditasse seu futuro, mesmo quando todas as circunstâncias disseram que não, ela colocou um sorriso no rosto e seguiu em frente. De moradora de rua passou a viver em albergues e trabalhou muito e hoje é a mais nova arquiteta que se forma com honras.
- Rogério que não se conformou em ser mais um Silva e aos 53 anos rodava 10 km de bicicleta todo dia pra chegar a faculdade, trabalhou sua vida toda pra conseguir se tornar arquiteto, foi de pedreiro, mestre de obras a arquiteto, essa eu dedico a vocês. - caminhei até o piano e comecei a dedilhar a música do Queen "we are the champions". Podia ver as lagrimas nos olhos deles enquanto cantava, uma orquestra começou a tocar e eu levantei do piano até a frente do palco e os chamei pra subir entregando seus diplomas. Quando desci percebi que minhas pernas ainda tremiam muito.
- Arrasou Isabela, se não der certo com a arquitetura pode cantar. - Juliana uma colega me parabenizou.
- Que nada, estou tremendo feito vara verde.
Terminando a entrega dos diplomas e fomos receber os comprimentos em uma sala reservada, depois os alunos e alguns convidados iremos para uma boate badalada da cidade que foi fechada só pra esse evento e claro que meus pais não quiseram ir para não estragarem a festa dos jovens. A última pessoa a me dar os parabéns foi o André, ele chegou com uma caixa na mão, me entregou e pediu pra não abrir agora.
Fiquei segurando a caixinha até entrarmos na limousini que meu pai tinha alugado. Meus pais nos acompanhariam até a boate e depois iriam pra casa. Entrei no carro e abri a caixa, dentro tinha algumas sementes, ao lado tinha um papel, com desenho de uma árvore que eu conhecia bem e dizia:
Sakura ou serejeira você escolhe como chamar, assim como você vai escolher o significado dessas sementes.
Meu coração disparou com essas simples palavras ele sabia que eu amava essa flor, eu falei pra ele que queria uma árvore dessas em casa e que a achava linda, era como dádiva divina na Japão, não tinha o porquê eu gostar dessa árvore, mas eu simplesmente amava, e tinha um sonho bobo de caminhar sob as copas das árvores floridas no Japão. Atrás do cartão tinha outra frase:
Não tem porquê, eu simplesmente amo.
Olhei pra frente e meus pais e minha amiga me olhavam curiosos eu guardei o cartão e pedi pra minha mãe levar a caixa pra casa, porém abri mais uma vez e não tinha visto antes que tinha uma corrente dentro, tirei a corrente admirando o quanto era linda, uma corrente fina com uma flor de ouro no centro uma pedra de diamante rosa, era perfeita. Na almofada da caixa estava escrito:
Significado do diamante rosa
Simboliza a verdade, pureza, solidez, maturidade, imortalidade, e a fidelidade.
Chamada de pedra da reconciliação.
- Uau! Que lindo! - Lolita diz analisando - Tiffany? Nossa isso deve ter custado uma fortuna. - tomei o colar de suas mãos e guardei na caixa. Aquele bilhete e as sementes e esse colar fizeram uma bagunça no meu coração, e eu não pude impedir que uma lágrima furtiva caísse dos meus olhos. Eu sabia qual o significado de cada palavra, das sementes e diamante.
Chegamos ao local da festa que já estava lotado apesar de ser uma festa particular. Saí do carro e tirei a parte de baixo do vestido entreguei para minha mãe. Meu vestido era longo, pois eu ia apresentar no palco, todas as mulheres estavam de vestido branco e curto, só o meu era longo meio rodado de princesa, e claro que como foi presente da Lolita ela deu um jeito de mandar fazer um vestido que depois viraria um mini vestido. Agora eu estava com um frente-única com um decote nas costas.
Assim que entramos na boate me entregaram uma taça de espumante. Fui logo atrás dos meus colegas que estavam todos reunidos na pista de dança. Quando cheguei fui recebida por palmas por causa da apresentação.
- Vai cantar pra gente hoje?
- Só depois que eu beber muita tequila.
- Epaaa...não seja por isso - alguém apareceu com shots de tequila.
- Vai devagar ai - Lolita disse
- Amiga você era mais legal em versão louquita.
- Tudo bem eu só estou evitando que você faça besteira. Isso não combina com você.
- Eu vou beber muito hoje, então se prepara, pois vai ter muita besteira.
- Isa hoje a festa é sua e eu estou aqui pra te acompanhar.
- Então prepara. - falei tomando um copo de tequila.
- preparar pra quê? - a voz do André soou como musica em meus ouvidos e combustível para acelerar meu coração, passei minhas mãos em seu pescoço puxando pra um abraço.
- Obrigada André, adorei o presente. - acho que já não estou no juízo perfeito.
- tudo pra te ver feliz. - droga, ele tinha que dizer isso? Como se fosse verdade. Saí de perto deles e fui dançar com meus amigos ou nem sei o que poderia ter feito naquele momento.
- Hoje é dia de comemorar. - levantamos as taças em um brinde. Dancei com meus colegas de faculdade, por um tempo.
Eu senti falta do Matheus, estava chateada pelo fato dele não estar perto de mim em um momento tão importante. Eu sei, estou sendo egoísta, mas não consigo evitar pensar que ele poderia ter feito isso por mim.
- Se você fosse minha eu não deixaria vestir um vestido curto assim. - virei de frente pra ele e respondi.
- Que bom que não sou, adorei o vestido e além do mais, meu noivo não se importa com o que visto.
- Isso é porque não viu esse vestido. - seus olhos estão em chamas - Quem não tem ciúmes de uma mulher como você é porque não ama ou é um idiota.
- Ciúmes nada tem a ver com amor. Talvez você tenha razão, por que, de ser idiota você entende muito bem. Faz isso como ninguém.
- Se você diz. - dando um sorriso de lado ele saiu de perto de mim e começou uma dança ousada com a Lolita, ela o enlaçou pelo pescoço e falou alguma coisa em seu ouvido e ela riu sensualmente. E eu engolindo minhas palavras e morrendo de ciúmes dele. A não, por favor, Lolita não faz isso comigo. Acho que na verdade idiota sou eu.
Imediatamente peguei uma taça que alguém estava na mão nem vi de quem era e virei de uma vez.
- Isa você ficou doida? Não sabe o que tinha nesse copo garota. - o próprio dono do copo me repreendeu - vai ficar louquinha, e a culpa não é minha.
- O que tinha dentro do copo? - pergunto.
- Melhor nem saber, já era.
Eu não sabia o que ele tinha colocado no copo só sei que alguns minutos depois eu estava me sentindo leve, mais solta, e tive uma vontade imensa de dançar. A batida da música parecia sincronizado com as batidas do meu coração, as pessoas estava mais bonitas, e luzes estavam espalhadas por todo lugar dançando com o som e fazendo desenhos estranhos nas paredes. Eu estava vendo pequenas fadas voando por toda boate e sorrindo para mim, elas me chamavam e estava encantada. Levantava os braços dançando e cantando junto com elas, era lindo e empolgante. Avistei o André dançando com uma garota e fui até eles. Cheguei dançando também e entrei no meio dos dois. Fiquei de costas pra ele, e falei pra garota "vaza." Ele então segurou em minha cintura e eu remexia no ritmo da música.
- Melhor parar com isso Bella, a festa ainda nem começou e você já esta bêbada. - me virou de frente. - quer me fazer gozar aqui?
- Não - cai na risada - aqui não, no banheiro quem sabe. - meu pensamento saia antes de ser filtrado.
- Isabela, o que deram pra você beber? - ele olhou com o cenho franzido.
- Sabe que eu sei dançar no pole dance? - falei ignorando sua pergunta, dançado até o chão e me levantei enroscando em seu corpo. - aprendi só pra dançar pra você.
- Não fala besteira Isabela, nunca te vi dançar assim. - minhas perna direita estava entre as dele, minhas mãos em seu pescoço e eu faço uma dança sensual. - quer parar com isso Isabela?
- Uii agora eu sou Isabela? - falei passando a mão no seu tórax contornando a cintura até chegar a seu bumbum durinho onde apertei puxando-o para junto do meu corpo percebendo sua ereção. - o que aconteceu com sua Bella? - disse em seu ouvido, me afastei olhando seu rosto - Agora você vai ver o que aconteceu com ela. - sai andando e subi em cima de uma pilastra que tinha um ferro próprio para o pole.
Olhei lá de cima e todos começaram a bater palmas, começou a tocar a música da lilly wood prayer in c . Eu gostava dessa música principalmente da parte em que a letra dizia "não pense que eu poderia perdoa-lo" o DJ não podia ter colocado uma música melhor. Os gritos assovios só serviam pra me incentivar mais, tirei a parte de cima do meu vestido calmamente enquanto olhava pra ele, mordi meu lábio inferior e deixando que ele caísse aos meus pés, eu vestia por baixo um vestido com a tonalidade bronze para ficar mais no tom da pele, era curto, mal tampava minha bunda, tomara que caia e muito justo para marcar a cintura, levantei um pouco o vestido mostrando a calcinha e ouvia palavras como, gostosa, tira tudo, eu dançava segurando o ferro do poli dance, segurei firme girei como era normal de se fazer se não fosse o fato de eu estar completamente tonta piorando ainda mais minha situação, duas mãos me seguraram pela cintura antes que eu caísse de costas e me tirou dali.
- Ei, me solta, ainda não terminei de tirar a roupa. - eu me debatia tentando me soltar, ele me colocou em seu ombro e me levou pra fora da boate.
- Quer ficar quieta? - senti o tapa queimar na minha bunda sem acreditar que o André tinha mesmo me batido. Ele me colocou no chão mais eu mal conseguia ficar de pé.
- Você me bateu...
- Você mereceu...
- Ta tudo bem aqui?
- Brunooooo da pra parar de girar? Que lugar louco esse, tudo brilha, e gira, e brilha e gira. - além da luz e da música ainda tinha essa mania de ficar girando, girando.
- Tudo certo ela só precisa sarar um pouco.
- Melhor levar ela embora, eu vi o show lá dentro.
- Quer parar da falar como se eu não tivesse aqui? Não vou embora.
- Vai com ele Isa, eu vou tomar conta da Lolita. - Bruno que girava enquanto luzes brilhavam em torno dele beijou minha testa e saiu.
Fui colocada dentro de um carro, ouvi a porta fechar e quando André estava entrando no carro eu imediatamente abri a porta e saí correndo sem rumo. Estava achando muito engraçado tudo e não queria ir embora, tinha luzes brilhantes pra todo lugar e eu queria seguir até elas e toca-las. Era minha formatura e eu queria aproveitar o máximo, nem tinha visto o Bruno direito e devia uma dança a ele.
- Isabela volte já aqui. - mais minhas pernas não me obedeceram me fazendo cair de joelhos no chão. Eu não sabia se ria ou se levantava.
- Você merece uma surra sabia? - André me carrega no colo e tenta me colocar dentro do carro mais eu seguro na lataria impedindo minha entrada forçada, ele segura meus braços e me coloca no banco do carro outra vez, mas agora afivelando o cinto de segurança. - não sai dai. - sua voz autoritária me fez rir mais ainda, seu cheiro me deixando ainda mais tonta, ele estava possuído de raiva. Tentei tirar o cinto mais não consegui minhas mãos não encontravam a trava.
- Que coisa mais estranha quem sumiu com a trava do cinto?
O carro logo se encontrava em movimento, levei a mão ao aparelho de som e uma música começou a tocar.
- Ed sheeram outra vez? - pergunto quando reconheço photographe, pulei a faixa - essa não dá, vamos ver o que tem aqui. - Essa conhecia, era do Air suplay I can Wait forever, não aguentei e cai na gargalhada.
- Que música brega é essa? - minha língua estava estranha quando falava. - nem serve pra dançar.
- Ela me lembra de nós dois. - suas palavras me fizeram bufar sonoramente.
- Não existi nos dois. - gritei - você estragou tudo esqueceu?
- Não esqueci, e me arrependo todos os dias. Você pode dizer que não, mas sempre vai existir nós dois. - e começou a cantar a música enquanto dirigia calmamente, em algumas partes da musica ele me olhava e cantava intensamente, isso já é uma loucura pra o coração de alguém em sã consciência, agora imagina pra quem esta no estado de embriaguez que me encontro.
- Você não deveria estar dirigindo. - falo a primeira coisa que vem em minha mente.
- Eu não bebi nada, se não, quem iria cuidar de você?- sinto sua mão em minha perna e não me preocupo de tirar, na verdade estava uma delicia. Sinto uma forte nostalgia me tomar nesse momento. Isso definitivamente não vai dar certo.
- Você não deveria me dar um diamante com tantos significados e nem dizer essas coisas. - falo séria - além do mais eu quero dançar. - ele me entrega uma garrafa de água.
- Bebe um pouco. - parou a carro em um acostamento aumentando o som e saiu em direção a minha porta - vem. - olhei pra sua mão estendida coloquei a minha em cima dela enquanto ele me puxava pra fora do carro. Segurou minha cintura e dançamos na rua em plena madrugada.
-Você é louco. - falei com a cabeça encostada no seu ombro, ele sorri e diz
- Tem razão melhor irmos.
- Não, estou adorando a dança.
- Está fora do ritmo, isso é uma musica lenta. - caímos na risada enquanto ele me põe de volta no carro.
- Quero dançar mais. - tento sair.
- Vamos dançar mais em casa. - ele diz afivelando meu cinto.
- Promete?
- Pronto chegamos - ele fingiu que não escutou. Como chegamos tão rápido? Olho para os lados percebo que não estamos na minha garagem.
- Que lugar é esse?
- O paraíso gatinha, vamos.
- Acho que gostei de vir ao paraíso. - digo me apoiando em seus braços.
- Eu conheço alguém que amanhã vai se arrepender muito. - ele anda ao meu lado rindo e me segurando pela cintura. O elevador já está parado na garagem e entramos nele. As portas mal se fecham e eu deixo as palavras saírem sem filtro.
- Sabe que sempre quis fazer amor no elevador? - me aproximo dele segurando a lapela de sua camisa puxando pra perto de mim. - tenho uma fantasia louca de você me... - antes de concluir a frase sou imprensada no vidro gelado, fico olhando sua boca esperando por um beijo que não veio. Aporta se abre e sou praticamente carregada por um André bem irritado.
- Vou me lembrar disso depois, agora é melhor você ir direto para o banheiro tomar um banho.
- Vocês dois parecem irritados. - eu falo caindo na gargalhada. - se um André já é loucura imagina dois? Vou beijar vocês dois. - eu sorrio pra o André numero um de forma que minha mente no momento pensa ser sensual, me aproximo dele e falo meio embolado até mesmo pra mim.
- Tenho uma ideia melhor. - colo meu corpo no dele. - por que vocês não veem comigo?
- Acho melhor mesmo. - sou virada de costas pra ele meu corpo tocando o dele, solto uma risada de vitória ao sentir seu nível de excitação.
Entramos no quarto gigante e me jogo direto na cama.
- Nada disso, banho agora. - ele tenta me tirar da cama e eu puxo de uma vez fazendo com que caia em cima de mim.
- Me beija André. - ele me olha engole em seco e diz:
- Depois do banho. - roço meus lábios nos seus.
- Promete? - ele afirma com a cabeça me puxando junto com ele.
- Ah Isabela eu prometo o que você quiser.
Entro no banheiro que parece mais um carrossel do tanto que gira sem parar, tento me segurar em algum lugar e não vejo mais nada. Acordo com alfinetes entrando em minha pele, o primeiro pensamento que tenho é que cai no lago gelado.
- aiii... - abro os olhos e vejo que o lugar onde estou não é um lago de gelo e o André esta me segurando firme embaixo do chuveiro enquanto a água cai por cima da minha cabeça. Ele desliga o chuveiro e me veste com um roupão. Começo a sentir náuseas, minha cabeça gira junto com o quarto, minha visão foi afetada e vejo tudo girando, fecho bem forte meus olhos pra parar de girar. Respiro fundo.
- Consegue se enxugar sozinha? - sua voz sai doce.
- Sim, na verdade consigo fazer muita coisa ainda. - deixo o roupão cair no chão exibindo meu corpo.
- Você quer mesmo me deixar louco, me tirar do sério? Não vai conseguir.
- Será? - Me aproximo dele puxando sua toalha constatando o que eu já sabia. Ele estava muito excitado. Sorrio com aquela visão, me aproximo mais encostando meu corpo no dele sinto uma caricia, puxo seu pescoço para aproximar dos seus lábios.
- Me beija André, preciso sentir você outra vez, eu te quero tanto que até dói - sou puxada pela cintura quase fundindo meu corpo ao dele, seus lábios tomam os meus ávidos e eu correspondo da mesma maneira. Tudo que acontece então são sensações explosivas que não consigo segurar. Quem disse que não vou consegui tirar esse homem do sério?
- Hoje eu quero ser sua.
- Eu quero que seja minha sempre, não apenas hoje.
Essas palavras foram minha perdição, pulei em seu colo enlaçando sua cintura fazendo com que ele segurasse forte minhas pernas em torno do seu quadril.
- Você é minha perdição André Mioheiner.
- Isabela, eu quero fazer a coisa certa, mas você não está cooperando.
































































Mais uma chance - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora