COINCIDÊNCIAS
O relógio despertou às sete e meia. O mesmo horário de todos os dias mas que parecia a cada dia mais cedo.
Ela estava cansada. Seu corpo queria ficar mais algum tempo na cama mas ela sabia que teria de se levantar e que, no fim do dia ela faria tudo novamente.
''Que droga!'' - pensou - ''Isso cansa, mas não consigo parar. ''
É verdade. Ela gostava daquilo... Gostava de sentir as mãos em seu corpo. Gostava de sentir as línguas úmidas e os membros duros que a penetravam, cheios de desejo e luxúria, todas as noites. E ainda recebia por isso.
Levantou-se e foi para a chuveirada quente que sempre a fazia se sentir melhor.
''Na verdade eu gosto muito disso para, simplesmente, parar. ''
Lavou-se e saiu apressada do banheiro. Pegou sua toalha preferida e foi para frente do espelho - ''Adoro os teus seios pequenos, minha menina. '' - lembrou-se do que um freguês quarentão e sedutor lhe dissera certa vez. Sim, seus seios pequenos eram uma arma delicada, e ela a usava muito bem.
Ela sabia que muitos homens gostavam de seios grandes mas os seus eram tão perfeitos que o tamanho não lhe fazia muita falta. E enquanto pensava nisso sentiu uma comichão conhecida entre as pernas. Sentiu aquele líquido característico escorrendo-lhe pela coxa.
Foi até o criado-mudo e pegou dali um objeto cilíndrico e brilhante, que guardava com muito carinho. Apertou o botão que havia sob o aparelho, e sentiu a potência do motorzinho que o fazia tremer em suas mãos. Passou-o delicadamente nos bicos já endurecidos de seus seios, enquanto deslizava a outra mão pelo ventre, de encontro à sua vagina úmida e sedenta por sexo.
''Ahhh...'' - gemeu alto - ''Isto é tão gostoso.''
Seus dedos separaram os lábios umedecidos e levou o pênis falso de encontro à vagina, para enfiá-lo lentamente, deslizando-o pelo clitóris, endurecido pelo desejo matinal.
''Puta que pariu. Que bommm... Me fode gostoso, seu filho da puta...''
Ela estava delirando com o prazer que causava para si mesma e fazia o pênis falso entrar e sair rapidamente de si. Seus gemidos altos ecoavam por todo o apartamento mas ela não se importava. Ela só queria gozar, gozar, até ter o seu desejo satisfeito.
E ela gozou...
Molhou todo o lençol e encharcou o aparelho com seu caldo de prazer, para depois limpá-lo com sua língua, sentindo o próprio gosto.
Guardou-o de volta em seu criado-mudo, e foi novamente para o banheiro, tomar outro banho e se arrumar definitivamente para seu outro trabalho, não tão prazeroso, mas necessário, de secretária.
O relógio despertou às oito e meia. Mas tanto faz, pois já havia quase uma hora que ele já estava acordado.
Aliás, ele já pensava mesmo em desligá-lo, pois desde que esta nova vizinha veio para o apartamento ao lado ele não consegue mais dormir depois das sete e meia, esperando ouvir aqueles gemidos tão delirantes e cheios de luxúria.
No começo ele até pensava que ela estava acompanhada, mas aos poucos percebeu que raramente chegava alguém para visitar sua vizinha.
''Porra, uma gostosa dessas dando sopa e eu batendo uma toda manhã enquanto ela fica gemendo, fazendo sabe-se lá o quê.'' - pensava ele, desnorteado.
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PALAVRAS SUJAS AO PÉ DO OUVIDO (contos)
Short StoryAlguns contos com a humilde intenção de serem eróticos...