Capitulum I

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HARRY POV

Dois meses atrás

"Não...Josh!Escuta! Eu não posso sair da escola agora! Estamos no intervalo e a minha próxima aula é de biologia, terei uma prova! Você sabe que se eu reprovar esse semestre de novo eu me fodo! Minha mãe me mata! Olha, mais tarde conversamos! Te encontro no Starbucks! Tchau Josh!"
Escuto o sino tocar e me direciono a sala de biologia, que seria a minha última aula do dia, já que a professora de Química aplicada não está no Colégio hoje, motivos por mim desconhecidos, até o momento.
Uma hora se passa, ao que me pareceu uma eternidade, fazendo aquela prova.
Saio da escola em direção ao Starbucks para encontrar Josh.
Encontrar Josh. Era tudo que eu não precisava, mas lá estava! Em frente a vidraça da maior rede de cafés, acho que do mundo todo, decidindo se entro ou não. Eu entrei. Josh não estava. Sentei em uma mesa e pedi um Frappuccino médio.
Se passaram três horas que estava ali, sentado junto ao terceiro copo médio de Frappuccino, sem Josh ao menos dar notícias. Três horas, porra! Nem pra avisar que não viria! Perdi meu tempo vindo até aqui.
Meus pensamentos são cortados pela vibração no meu bolso. Era minha mãe. Minha mãe! Poderia muito bem deixar o celular vibrando até cair na caixa de recados.
Não seria má ideia. E eu fiz.
Não demorou muito para algumas mensagens de texto ocuparem a tela de bloqueio do meu celular.
Por algum momento eu quis que as mensagens não fossem da minha mãe me obrigando a ir para minha casa. Torci para que pelo menos uma fosse de Josh. Não era.
Todas da minha mãe. Ela sabe ser bem chata quando quer, ou seja, sempre. Digo, comigo é sempre.
Minha mãe e eu éramos muito próximos há alguns anos atrás, mas tudo mudou quando me assumi gay para minha família e disse que queria ser modelo. Parece que a única barreira, que segurava a harmonia estável da minha família, havia se rompido ali. Éramos uma família muito unida, reuniamos sempre em datas especiais, Páscoa, aniversários, feriados, Natal e ano novo. E agora faz três anos que vimos nossos familiares. Alguns ainda nos visitam, mas acho que vêm mesmo é por pena da minha mãe, acho que creem que eu seja uma aberração, por querer seguir meu sonho. Meu sonho. Era tudo que me importava. Se fosse à duas semanas atrás estaria aqui um Harry hiper focado em seus objetivos, não que agora eu não seja, mas antes o meu foco era unicamente nisso.
Ultimamente só penso em fazer tudo se encaixar no lugar, mas está mais complicado do que nunca. Parece que tudo que faço está errado, ou eu não deveria ter feito. Como não ter atendido a minha mãe há 8 minutos atrás, ou ter vindo até aqui, ou ter marcado com Josh para nos vermos hoje, ou até mesmo ter atendido aquela ligação no intervalo. Foram essas coisas que fiz que acabaram por fazer meu dia ser um dos mais insignificantes da minha vida.  Ainda estava naquela mesa, quando vi um homem baixo, porém mais velho que eu alguns anos, suponho, entrando pela porta de vidro que separa o doce e quente ar do local, da brisa fria do lado de fora. Ao que ele se aproxima, sinto um doce aroma de rosas vermelhas - minhas favoritas - com toque leve de algo cítrico, que acabo por julgar ser limão suíço - quase me esqueço do leve cheiro de nicotina e tabaco em seu casaco que passa em minhas costas. E ali o homem para, fica alguns segundos e anda até ficar cara a cara comigo.
"Posso?"
"Claro" ele pede para me fazer companhia e eu concordo. Eu acabo de autorizar um estranho a se sentar comigo em uma mesa de café.
Ele levanta o dedo e pede um café preto médio com algumas gotas de leite, chantilly e marshmallows.
"Você seria?" Atrevo-me a perguntar.
"Louis. Louis Tomlinson! E você é?"
"Harry Styles!"
"Prazer Harry" ele estende a mão e me cumprimenta e eu retribuo. "O que um jovem tão bonito faz sozinho?"
"Na verdade não estou sozinho!"
"Ah não? Eu diria que sim!"
"Não, você está aqui comigo, você não é ninguém... ou é?"
"Bom..." ele sorri. "Você já viu ninguém com roupa social?"
O mais velho percebe minha risada, logo em seguida nego com a cabeça.
"E o que um alguém faz de terno aqui sentado junto a mim nessa mesa de café?"
"Procuro talentos! Modelos para ser especifico!"
Meus pensamentos congelados. Era somente isto que tínhamos ali. Tudo se congelou ao ouvir modelos em sua curta e significativa frase. "Você me parece perfeito! Alto, corpo atlético, cabelos e rosto perfeito! Haverá um teste no fim da semana para levarmos alguns talentos para fotografar em Londres! Apareça lá! Agora preciso ir!" Ele diz e me entrega um cartão ao ver o café que havia pedindo se aproximar de nós dois. Ele paga e sai porta a fora com um sorriso - mais que perfeito. - em seu rosto.
Fiquei ali por mais algum tempo observando o cartão que Louis me deu. Seria a oportunidade perfeita. Novamente sinto meu celular vibrando no meu bolso. "Styles!"
"Harry, onde você está?"
"No Starbucks Gem, por quê?"
"Você ainda pergunta Harry? Faz mais de três horas que você deveria estar em casa! O que você tem na cabeça?"
"Ah ta bom Gemma, não precisa se preocupar, só estava fazendo uns trabalhos do Colégio."
"Ok, só vem pra casa, tá legal?!"
"Tudo bem, já estou indo! Tchau"
Fico naquele local alguns minutos, esperando para pagar a conta. É quando recebo a notícia que Louis pagou minhas bebidas. Ok, isso foi estranho. Pego minhas coisas e vou para casa. Quando chego, me deparo com uma mãe furiosa. Era possível ver o fogo em seus olhos. Ela iria brigar comigo, eu já imaginava. Entrei em casa em silêncio e fui direto para o meu quarto tomar banho. Não saí de lá até a hora do jantar. Quando minha mãe o anuncia, desço até a cozinha, já esperando o sermão.
"Harry, sente-se! Vamos ter uma conversa!" Minha mãe me olha e eu concordo com a cabeça.

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2017 ⏰

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