Sarah
Era 31 de dezembro de 1999, naquela noite muitas pessoas estavam se preocupando que o mundo acabaria em poucas horas. Já eu não acreditava nessa crença, tinha preocupações maiores do que me preocupar por uma coisa que tenho a convicção que não ocorrerá, pois segunda a palavra de Deus, não saberemos quando o Senhor virá. Então, com certeza, não seria naquele dia.
Naquele momento minha maior preocupação era com minha filha mais velha, Lara. Ela há dias vinha relatando umas dores em seu estomago. No começo relevei, pensava que era invenção de criança, dava apenas uma medicação, que logo passava. Então ela ia brincar com sua irmã, Larisse, mas desde a semana passada, os relatos vêm aumentando e já não sei o que fazer. Já a levei a vários médicos que também ignoram seus sintomas, dizem que é coisa de criança, prescrevem apenas Buscopam composto e pronto.
– Já está pronta amor? – Meu marido entra no quarto indagando.
Eu estava me arrumando para ir à festa de fim de ano, que seria realizada na casa do meu cunhado. Por mim eu não iria, passaria o fim de ano com minhas princesas.
– Acho que não vou para a festa, amor – digo sentando-me na cama.
– Porque Sarah?
– Porque tenho medo que a Lara possa sentir dor de novo? Então não estou com o espirito para curtir a festa.
– Querida – diz caminhando em minha direção, abraçando minha cintura – vamos só dá uma passada na festa, cumprimentamos o pessoal e voltamos logo. E você verá que a nossa princesa ainda estará dormindo quando chegarmos, minha linda.
– Eu tenho medo, querido, minha intuição de mãe diz que ocorrerá algo e eu não sei o que é... É uma angustia que não consigo controlar.
Começo a chorar desesperadamente ao pensar no sofrimento da minha bebê. Ver minha menina risonha, que gosta brincar e correr pela casa, agora amuada e sem vontade de brincar.
– Mamãe minha barriguinha dói. – era a frase que mais ouvia esses dias.
Guilherme me abraçou, com bastante força, me dando todo o apoio possível. Aos poucos fui me acalmando.
– Querida, por isso que precisamos sair para espairecer, eu também estou preocupado, pois não é normal, mas temos que viver um pouco... Então hoje vamos sair, dançar, curtir e beber, para esquecer todos os nossos problemas. Pode ser?
– Sim – respondi começando a parar de chorar um pouco. – Você tem razão, não podemos nos abater... Vou colocar as meninas para dormir e depois cuido em me arrumar.
Dou um selinho no meu amor e vou em direção ao quarto das minhas filhas. Ao chegar lá, vi que elas já se encontravam deitadas, cada uma em sua cama, apenas me esperando para que eu contasse uma história para elas dormir.
Minhas princesas tinham 5 e 3 anos respectivamente. A Lara era uma menina linda de olhos grandes e expressivos, dona de cabelos curtos, de cor castanha e liso, possuía bochechas que eu tinha vontade de passar o dia apertando. Já Larisse, era o oposto da irmã, ela era morena, de cabelos pretos e encaracolados, essa é um pouco mais rabugenta, tenho pena de mim quando ela for mais velha, pois me dará bastante trabalho.
– Oi meninas.
– Mamãe – gritaram juntas ao me ver, caminhei até o meio do quarto e sentei-me no chão, entre as camas.
– Qual será a história de hoje, princesas?
– Branca de neve! – foi à história escolhida.
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O milagre em minha vida
SpiritualEnquanto muitos se preocupavam que o fim de mundo estava chegando, eu estava preocupada com coisas mais importantes. Minha filha... Ela era a razão da minha maior preocupação... Há dias vinha doente e não sabia mais o que fazer, apenas esperar em D...