Capítulo Único

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Liberdade

Por: Chelly e Lali

Bem difícil olhar para os lados e dizer o que era mais bonito ali. Tudo ao meu redor me encantava de maneira indescritível. Descobri o motivo pelo qual consideravam Santorini um destino luxuoso para as viagens de casal. Não, eu não estava ali acompanhado. Fui praticamente arrastado por Freddie, meu melhor amigo desde a faculdade, para um luau com seus amigos da empresa na Red Beach. Mas, precisava ser sincero, com aquela vista incrível da enseada, não estava de todo ruim ficar acolá.

Antes de chegar àquela Ilha no Mar Egeu, explorei Atenas e Creta. Era muito instigante pensar no choque de séculos como encarar o Partenon e o Cretaquarium. Um só país com tantas ilhotas distintas e histórias para contar, eu moraria lá facilmente. Tudo era lindo. Inclusive, as pegadas de meus sapatos sobre a areia vermelha.

Girei em torno de mim, admirando os barrancos rubros a se destacar do céu negro e salpicado de estrelas. Nem me lembrava da última vez em que presenciara um luar tão cândido. As tochas fincadas n'areia eram quase inúteis sob a luminosidade da lua cheia naquela noite.

Caminhei a passos lentos para alcançar o círculo de pessoas sentados à vermelhidão. Um dos rapazes continha um violão repleto de adesivos em seu colo e dedilhava uma canção a qual eu não conhecia. Sentei-me ao lado de Freddie, na tentativa de fazer amizade com os demais ou apenas me inserir em algum assunto. As conversas não me cativavam em nada. Parecia um misto de machismo e autoafirmação. Eles falavam sobre mulheres, cerveja e futebol, ou dos três ao mesmo tempo. Eu estava exausto de pessoas assim. O pior era ver algumas meninas interessadas em diálogos como aqueles. O mundo precisava de uma intervenção.

"Com licença." Como se percebesse meu estado avoado, uma voz doce rompeu meus pensamentos. Internamente, eu agradecia já que me salvou daquele discurso tolo.

"Pois não?" Indaguei, virando o meu rosto para atrás.

Meus olhos cor de mel estacionaram nos negros. Engoli em seco, completamente desconsertado com tamanha beleza. Eu não estava preparado para encontrar uma pessoa tão bonita quanto ela.

"O senhor pode me ajudar com o isopor?" Sem muito o que dizer, apenas assenti. "Eu preciso de uma cerveja, mas não estou conseguindo abrir a tampa deste negócio." Ela abriu um sorriso. Os dentes grandes e brancos se destacaram sob os lábios carnudos. Se eu achava essa moça bonita, depois daquele sorriso, eu constatei que ela era maravilhosa.

"Não se preocupe, eu pego para você."

Levantei-me com cuidado, cambaleando brevemente ao desdobrar os joelhos. Soltei uma gargalhada contida. Rumei os pés sobre a areia avermelhada até a negra das curvas incríveis. Juntos, chegamos ao canto das tochas onde o isopor estava. Abri-o sem muita dificuldade e retirei uma garrafa gélida. Toquei a tampa sobre uma das tatuagens de meu antebraço e enrosquei-a, o atrito soltou o metal.

"Aqui está." Estendi o braço para entregá-la e sorri, desconsertado.

"Obrigada." Isso foi tudo o que ela disse, antes de se virar e partir.

Observei os cachos balançarem contra o vento. A desconhecida se juntou às amigas, retornando ao antro de pessoas indesejáveis. Enfurecido pela desenvoltura falha, meus pés afundaram n'areia e, logo, tomei meu lugar. Freddie não notara minha ausência. Ele estava muito envolvido no assunto do círculo, ao contrário de mim.

Se antes eu já estava aéreo ao assunto, naquele instante estava mais ainda. Tudo o que via era a bela morena dançando, balançando suavemente o quadril enquanto equilibrava a cerveja na mão. O que eu não teria dado para poder enfiar os dedos em seus cachos aparentemente sedosos... Céus!​

Elefthería | Fanfic | Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora