2° capítulo

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~Assynt

Não ouço nada além dum bip periódico.

Abro os olhos devagar,uma luz Branca e intensa invade meus olhos e involuntariamente os fecho e respiro fundo.
Volto a abrir me preparando a me acostumando com ela até abrir completamente.
Ao abrir,vejo uma parede Branca acima da minha cabeça,viro a cabeça e aí me dou conta de que estou no hospital e que o bip era do aparelho que controla os batimentos cardíacos.
Sento-me na cama e uma tontura me impede de ficar por muito tempo sentada, me fazendo voltar a deitar.
Respiro fundo e aí eu começo a lembrar do porque de eu estar aqui e uma lágrima solitária cai do meu rosto.
Enquanto eu limpo a lágrima ,a porta se abre e um médico entra.

-Ora vejamos! A bela adormecida acordou!- ele falou e riu, ele me pareceu simpático. Eu o acompanhei na gargalhada até me recordar que quem costumava dizer isso era meu pai quando eu levantava depois das 9h da manhã no final de semana.
Fechei a cara e olhei para o médico que agora me examinava.

Respondi as suas perguntas sobre a minha saúde e ele me disse que mais logo viriam alguns policiais para me fazer algumas perguntas sobre o acidente. Fiquei sabendo que estava desmaiada a 2 dias e que o enterro dos meus pais acontecerá amanhã.
Eu ainda não tenho alta,por isso só serei liberada para ir ao enterro e voltar ao hospital.
Eles disseram que precisam ter certeza de que nada aconteceu com a minha memória.

Mas eu já os garanti que me lembro de tudo e terei alta hoje à noite.
Mas eu não sei para onde ir,agora que meus pais morreram,acho que a casa será vendida,nem sei sobre o testamento.

Preciso ir para casa e retornar a minha vida.
Ir à escola e ver meus amigos.
As 18:35 o médico assinou a alta e me acompanhou até minha casa porque eu não tinha nada além da roupa do acidente que uma enfermeira havia lavado.
Cheguei à casa e fiquei olhando por um tempo para a entrada,sabendo que a partir e hoje,nada será como antes.
Me despedi do doutor Fidel e entrei.
A casa estava sem vida,eu estava sem vida,meus pais estavam sem vida, a vida já não faz mais sentido!
Subo as escadas,tomo um banho lento e me deixo levar pelos pensamentos ...o dia do acidente,os carros estranhos...tudo.
Saio do banho e visto algo leve, estava calor.
Um short Rosa e uma blusa verde claro.
Pego o celular que meu pai tinha me obrigado a deixar em casa porque era para passar o final de semana longe dessa vida "prisioneira" das redes sociais.
Ao ligar, vejo que muita gente da escola havia me ligado e deixado recados e mensagens de apoio. Em alguns grupos do whatsapp haviam vazado fotos do acidente.
Passei a noite toda ouvindo recados e respondendo com mensagens agradecendo por tudo.
Quando eram 22:04 desci para cozinha para levar algo para comer,encontrei um pacote de cereais e comi com leite.

Terminei, lavei o prato e subi para o quarto, já não havia muita coisa para fazer mesmo..
Fiquei acordada pensando até tarde da noite,não me lembro de quando adormeci,mas deve ter sido bem tarde...mas mesmo assim acordei bem cedo, às 6:50 já estava acordada.
Peguei o celular e mandei mensagem para Kytan minha melhor amiga.

Tomei banho,vesti algo confortável e desci. Estava com muita fome.
Peguei um pacote de bolachas e sumo. Quando terminei e comer,já eram 8:02.
Kytan chegou e me abraçou. Eu não queria mais chorar.

Não queria ficar em depressão e eu deixei claro para todos os que me deram apoio que não queria NINGUÉM me olhando com pena,isso é que eu mais odeio no mundo.
Kytan prometeu que iria comigo ao velório,por isso trouxe a roupa para a trocar aqui mesmo.
O velório seria as 11h ainda havia tempo.
As 10h a melhor amiga da minha mãe veio aqui e disse que se eu quisesse eu poderia ficar com ela,o que eu achei o máximo porque eu adoro ela.
O que eu achei estranho foi o sumiço do senhor Linsterfield
Mas não comentei nada.
A melhor amiga da minha mãe, Somnya,ficou aqui e nos levou para o velório.
Ao chegar lá, estavam muitas pessoas,porque meus pais eram muito conhecidos então, a igreja encheu tanto que tinham pessoas na rua,na janela e nas árvores tentando ver meus pais. Jornalistas e muitos canais estavam fazendo cobertura do enterro do advogado Helton Stiverald e
Sua esposa Marya Stiverald.
Entramos na igreja,eu baixei a cabeça, não queria ver os olhares de dó sobre mim,entramos e eu fui sentar lá na primeira fila,onde estava o Sr. Linsterfield.
-Me desculpa por não ter vindo te ver,estava ocupado trantando dos assuntos do velório -Ele disse...e eu acenei com a cabeça. Não tinha tempo para pensar nisso agora.

O padre começou a missa,foi duro ver meus pais no caixão.

De todos os lugares possiveis no mundo, no caixão é o ultimo que eu imaginava.
Logo que os caixões entraram na igrejameu mundo desabou e perdi todas as minhas forças. 
Quando eles foram abertos minha cabeça não conseguia parar de reproduzir o acidente e .. eles pareciam estar a dormir. É isso,acaba aqui. Sou órfã de pai e mãe e agora não sei onde vou cair morta.

A missa terminou, saímos para o cemitério,o Sr Linsterfield e a Somnya estiveram sempre do meu lado.
No enterro foi a parte mais difícil, eu fiquei inconsolável.
Eles ficaram ali ..fortes para me proteger.
Quando saímos do cemitério, eu fiquei olhando pela janela.
Chegamos em casa,tinham carros lá fora.
Haviam carros da Polícia, e uns particulares.
Entrei com Somnya, o Sr.Linsterfield chegou antes,estavam alguns colegas do meu pai,que eu me lembrava bem deles,um delegado da confiança do meu pai e um oficial de justiça que trabalhava com meu pai.
O resto eu não conhecia.
Cumprimentei e explicaram que seria feita a leitura do testamento dos meus pais.
Eles haviam deixado tudo pra mim. Tudo mesmo. Da casa até o dinheiro.
Não havia ninguém que podiam ter deixado também. Explicaram o que eu faria com a herança e que só podia usar de forma independente quando fizesse 18 anos. ..Enquanto isso,seria debitado automaticamente as despesas da casa,as propinas da escola e eu poderia tirar uma mensalidade suficiente para fazer algumas compras.
Nada além disso.
Somnya falou que ficaria comigo e eu aceitei que se vendesse a casa.
Os policiais me chamaram e eu contei tudo que eu sabia sobre o acidente.
Depois desse dia me mudei para casa de Somnya.

Bom!
Acho que este capítulo está claro.
Não esqueçam dos detalhes do acidente! Serão úteis na hora da verdade!
Kkkk....ainda vem muita bomba por aí
Me aguardem!

AssyntOnde histórias criam vida. Descubra agora