Love you goodbye

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Angel

Nós terminamos mês passado. Ele me disse palavras que mais pareciam pedras e eu disse mais outras palavras dessa vez, em forma de granada.

-Eu não preciso ficar aqui.

-Eu não preciso ficar aqui porque eu não preciso de você.

Se apaixonar é jogar num abismo sem se preocupar com o chão. Aí está o problema, quando se chega ao chão, você esquece porque se jogou nesse abismo. Cair no chão é terminar

Sempre me disseram que terminar um namoro é uma nova chance de viver um novo amor. Eu estava concordando isso até 30 dias atrás quando depois de mágoas e um adeus, deitei na minha cama e pensei "é só uma nova chance".

Mas, há 29 dias, eu acordo pensando "Eu perdi a chance de viver meu amor". Agora eu não sei se estou molhada por conta da água do chuveiro ou por conta das lágrimas.

***

-Bom dia, Angel! – disse Caleb assim que coloquei meus pés na floricultura

-Bom dia, Caleb!

Eu poderia dizer como foi meu dia e de como ele me fez esquecer-se do meu amor. Mas, eu não posso mentir para mim. Meus diálogos foram curtos hoje e apenas o necessário para os clientes.

Havia alguns segundos que eu consegui esquecê-lo. Segundos.

Deu-me muita vontade de chorar e gritar, toda vez que eu ouvia o sininho soar avisando que alguém chegou à floricultura. Ele tinha o costume de todos os dias me trazer um copo de café, me dá um cheiro e dizer:

-Você consegue ser mais cheirosa que todas as flores do mundo.

Nenhuma das vezes foi ele. Eu fiquei sem café, sem um cheiro. Eu nesse momento queria ser uma flor. Eu não sentiria dor.

Meu expediente acabou e normalmente eu iria comprar alguma comida rápida e ir para casa esperar meu amor. Dessa vez, eu só fui para casa. Pelo menos esse término trouxe alguma vantagem: Vou testar meu dote culinário. Espero que não seja um desastre que nem minha vida amorosa.

Cheguei em casa e fui fazer macarronada. Realmente, não é nada legal fazer comida só para uma pessoa comer, principalmente quando eu vou experimentar a comida.

Ouço meu celular tocar e só consigo pensar numa pessoa ligando. Diferente de filmes- em que a pessoa pensa que é a outra ligando, mas quando vai atender é outra pessoa- era ele.

-Oi? – disse

- Angel...

- Louis

- Você está bem?

- Estou sim e você?

- Estou.

Somos muito bons em mentir.

- Por que ligou?

- Não posso?

- Não...quer dizer, pode – Gaguejei um pouco- Mas, depois de tudo você...

- Eu ainda me preocupo com você, Angel.

- Não faz isso comigo.

Ouvi-o suspirar e desligar o telefone.

Eu queria poder contar essa história da forma mais feliz possível, mas eu não posso, essa é uma bela história trágica de amor. Essa é uma história de dois corações quebrados. Essa é uma visão do que acontece quando o amor é esmagado.

Deixei minhas lágrimas se misturarem com o macarrão. O macarrão que não comi. Tudo que eu queria era dormir e esquecer que depois de um mês, ele me faz ouvir sua voz.

-Eu não preciso de você.

***

Louis

- Não faz isso comigo.

Ouvir essas palavras me machucou porque eu sei que eu machuquei minha menina.

Por Deus, eu sempre tinha em mente que minha vida era curta e que o amor era para os que não sabiam curtir a vida. Aí, eu a conheci e percebi o quão bobo - e todos os apelidos sinônimos para este – estava sendo. Quando eu a conheci percebi que era impossível curtir a vida. Até aquele dia.

Eu me fiz de forte na frente dela enquanto ela chorava e tentava dizer que não precisava mais de mim. Eu não dei nenhum Adeus. Eu ignorei todo aquele olhar de que queria um abraço. Eu fui embora. Mas, eu não sou forte. Dentro do carro eu chorei que nem uma criança perdida da sua mãe no supermercado. No meu quarto eu chorei porque a droga do cheiro dela estava grudado no travesseiro. Eu chorei no banheiro do meu trabalho depois que vi meu colega de quarto pedindo sua namorada em casamento. Eu chorei porque era a única coisa que meu corpo estava cheio. Depois disso, eu estava vazio.

Hoje, 30 dias depois, estou aqui sentado no meu sofá com outra mulher desconhecida na minha cama. Não é minha mulher. O prazer não afastou a dor.

Acordo com o barulho da porta fechando. Provavelmente foi a mulher desconhecida. Faço minhas atividades rotineiras pela manhã e vou para estação de metrô.

É engraçado olhar para essas pessoas e saber que por trás de cada sorriso, cada tristeza estampada ou cada rosto sem expressão possa existir uma história de amor. Eu queria poder não sentir mais nada, porém, ao vê-la entrando no metrô com meu vestido favorito e seus cabelos amarrados deixando algumas mechas caídas, é impossível não sentir vontade de beijá-la.

-Eu amo você amor – Ela sempre gritava quando estava no metrô e então eu iria comprar seu café e me preparar para dizer que ela era mais cheirosa que todas as flores.

-Eu também te amo – Disse baixinho, tão baixinho que ela nem percebeu que eu estava lá. Não fui comprar seu café.

"É inevitável que tudo o que é bom chega ao fim

É impossível saber se depois disto ainda podemos ser amigos"


Nothing like usOnde histórias criam vida. Descubra agora