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@BackBae VOLTOU COM TUDO

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Summer on:

Quando acordei deitada sobre algum tipo de colchão muito duro, uma dor de cabeça avassaladora me atingiu, juntamente com uma escuridão que impedia minha visão. A epiderme de meus pulsos ardia como queimaduras toda vez que mexia-os.

Eu estava amarrada e vendada.

Logo tentei identificar onde estava. Cheirava a mofo, como se aquele lugar tivesse sofrido uma forte infiltração e logo em seguida sido abandonado, sem serviços para resolver o problema.

A venda em meus olhos não era tão ruim assim, ainda me permitia enxergar o ambiente se houvesse a presença de uma pequena quantidade de iluminação. O que não era o caso. Ela só parecia ser capaz de não me deixar reconhecer o rosto de alguém, causando borrões negros pela face, por conta da cor do tecido.

Mesmo com uma dor insuportável e meus pulsos queimando, me mexo para tentar me soltar, mas sou interrompida por um som na porta. Se eu contei bem, ouvi, no mínimo, três fechaduras serem destrancadas.

Fico quieta na esperança de que pensem que ainda estou desacordada, mas essa esperança acaba quando uma voz grave diz:

-A princesinha acordou?

Fico estática, sem saber o que dizer. Eu não sabia quem era, não sabia onde estava, não sabia de nada.

-Você é tão ingênua... A palavra 'câmeras' te diz alguma coisa?- a voz diz e eu me toco. Levanto a cabeça lentamente por causa da dor e se eu não estivesse vendada, estaria olhando em seus olhos. - Senhorita Summer... É uma honra têla aqui conosco. Gostaria de brindar? -sinto um cheiro típico na beira de meu nariz, um cheiro familiar a whisky. Continuo parada. -Bom, deve estar se perguntando quem somos nós, por que está aqui, o que queremos... É simples. Apenas a sua vida. - ele fala e me arrepio. Automaticamente começo a imaginar milhares de formas de se matar uma pessoa. E começo a imaginar torturas horríveis. Arrancar a pele, os olhos, mutilar os braços com navalhas, dar choques, cortar pequenas partes do corpo, espancar, estuprar; passo algum tempo assustador pensando nisso que nem escuto o que o cara diz e quando ele vai embora.

Quando a porta é totalmente trancada me jogo de lado, deitando e pensando em como eu tinha entrado ali e em como eu sairia dali, até que escuto um motor de carro. Procuro de onde vem o som e pela primeira vez percebo uma pequena janela que, por incrível que pareça, sem grades.

A janela está na altura do chão, o que me faz deduzir que seja um porão. Alguns caras entram no carro e vejo um homem pequeno gritar com um outro. Ele parece nervoso, e logo em seguida entra no carro também. Um cara maior, que mais tarde lembro ser o cara que sequestrou, chama algum outro e diz algo como "ela vai ficar bem" ou "aquela vadia nunca vai sair de lá". Muito simpático da parte deles.

O carro dá a partida e vai, sumindo na estrada. Começo a pensar nas câmeras e no que o cara disse. "Aquela vadia nunca vai sair de lá". Uma vaga ideia vem em minha mente, mas resolvo fazer um teste antes. Começo a gritar, gritar louca e estericamente. Grito todos os palavrões que vem em minha mente, chamo o cara de mal comido, xingo sua mãe, xingo toda sua descendência. Até ter certeza que minha teoria estava certa. Eu estava sozinha.

Tento correr pra janela, mas lembro que estou amarrada quando meus pulsos ardem. Penso em algo pra me livrar das cordas, mas só penso em biscoitos. Começo a puxa-las, e elas se soltam, lentamente porque estão muito, muito bem amarradas. Quando estou livre, vejo meus pulsos roxos e vermelhos, não consigo mexe-los, doem até nas juntas, minha pele em contato com ela mesma arde, queima, então decido sair logo de lá. Tento empurrar a janela, mas está emperrada. Faço um pouco mais de esforço, com minhas mãos quase sangrando, e consigo abri-la o suficiente para que eu saia. De repente, ouço um barulho. Olho pra trás e me certifico de que não é alguém. Mas, para minha surpresa é o que eu mais amaria ver naquele momento. Um FUCKING celular. Um celular! UM CELULAR PORRA, CHUPA ESSA CARALHO, EU TENHO UM CELULAR CACETE.

Me pergunto como caralhos aquilo saiu dali e sinto um conforto em minha bunda. Não, eu não posso ter guardado esse troço na minha calcinha. Eu guardei meu celular na minha calcinha? O que eu devia pensar? Me masturbar com ele é que eu não iria. Pego e disco o número mais logico que eu acho no momento. Harry.

-Alô?

-Alô, Harry? - digo um tanto desesperada.

-Summer?! É você?! Meu Deus, você ta bem?! Aonde você ta?!

-Sim, sou eu, eu to bem, mas não sei onde eu to. Eu to com medo Harry, eu quero chorar. - falo manhosa e quase chorando.

-Não linda, calma, você não pode chorar agora. Você lembra de alguma coisa? Tem alguma idéia de onde esteja?

-Não, eu não sei, eu, eu, eu acho que em uma casa, eu não sei, to em um porão, eu... Espera, eu lembro de uma placa, uma placa escrita "Distrito In", depois eu apaguei de novo e acordei aqui. Harry, por favor, me ajuda, eu to com medo! - digo com a voz falha.

-Calma princesa, tudo vai ficar bem, calma, eu vou te ajudar. Primeiro, tem como você sair dai?

-Tem, eu consegui abrir um pouco uma janela, da pra sair. - digo me virando pra janela, ouvir sua voz era tão bom, era tranquilizante, acolhedor, e por um instante quis sentir a coisa mais inapropriada pro momento: seu beijo. Eu estava apaixonada por Harry, e é uma pena perceber isso apenas agora trancada em um porão sem saber se vou chegar viva em casa, isso se eu chegar...

-Então anda, ta esperando o que sua idiota?- ele diz e só não o respondo porque prefiro gastar meu tempo tentando sair viva daqui.

Consigo sair, mas minha calça agarra em um ferro da janela. Sem pensar duas vezes, puxo a perna e a calça rasga. Foda-se, melhor a calça do que a vida.

Saio e para minha desgraça, ouço o motor de um carro. Droga. Corro pra uma árvore e me escondo entre os arbustos. Muito ridículo, mas é o que temos pra hoje.

Eles entram na casa e então, é a minha deixa. Começo a correr, correr loucamente e só paro para voltar a falar com Harry, então começo a correr enquanto falo com ele novamente.

-Summer, eu sei onde você , "Distrito In" significa Distrito Industrial, tem um desativado aqui na  cidade e você ta nele com certeza. Olha, corre ta ok? To indo prai e chego rapidinho. corre, caralho, corre! - ele disse e desligou.

Faço o que ele manda e corro o mais rápido que posso. Aproximadamente 19 minutos depois de correr eu resolvo parar. Eu precisava parar.

Mas então vejo duas coisas que me surpreendem. Uma ótima e uma péssima. Vejo dois faróis a minha frente e dois atrás de mim. Os caras e Harry.

Merda.
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Ò, ficamo muito tempo sem postar? Ficamo, mas fazer o que?

Mentira, desculpem a gente, só não prometo que não vou fazer de novo por que eu vou sim.

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⏰ Última atualização: Dec 06, 2016 ⏰

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