Rei da Tempestade Trovejante

Encontros e Reencontros

“Apresentações sempre são a primeira e melhor maneira para se conhecer novas pessoas e novos locais. E, é claro, apresentar Águas Profundas a alguém de certa maneira muda para sempre como esta pessoa enxergará a Cidade dos Esplendores desse dia em diante. Para mim, Águas Profundas e suas paisagens serão sempre dominadas pelo Monte Águas Profundas e a vívida lembrança de um grifo iluminado pelo sol cruzando os céus avermelhados do sol poente.”

Meu nome é Miríades de Águas Profundas “O Andarilho”, tenho orgulho desse nome, pois representa um passado de plena inocência, quando corria pelos salões ao lado de minha mãe Elliníades, uma Alta Elfa que tinha como sua marca, contemplar o manto de estrela visto das torres do Palácio dos Lordes.

Enquanto a cidade e o comércio eram governados por um conselho, cujos membros, os Lordes, eram secretos, mantendo-se ocultos atrás de máscaras mágicas, elmos, mas, em público, ninguém sabia de suas verdadeiras identidades, meu pai estava atarefado com as obrigações da nação, Lorde Piegeiron “O Filho do Paladino” era Guardião de Águas Profundas e Comandante dos Sentinelas, porém, ele também era conhecido como “Senhor Desmascarado” e não usava disfarces para encobrir o rosto ou o coração.

Assim que atingi a idade adulta senti a necessidade de buscar novos horizontes, os caminhos e maquinações da nobreza não se encaixavam ao meu espírito aventureiro e parti assim que minha mãe também tomou a decisão de retornar para Encontro Eterno, isso foi na época em que Lorde Piegeiron foi morto em batalha durante o Tempo das Perturbações.

Muitas coisas mudaram nos últimos anos, as Hordas de Tuigan com suas tribos vindas das Vastidões Infindáveis foram derrotadas e também houve a queda dos Príncipes de Obscura e de Telamont Tanthul o “Príncipe Supremo” das terras de Netheril diante de Mith Drannor. Bom, a maior comunidade élfica que viveu em nosso continente estava sem seu lar, mas as coisas voltaram para seus eixos, pelo menos por enquanto.

Nossa história começa com meu regresso a Águas Profundas e quando fui contatado pelo Conselho dos Lordes para a missão de reconhecimento dos acontecimentos locais e decidi reunir uma comitiva de jovens heróis enquanto tratava de assuntos mais emergentes. Isso foi em 16 de Martelo, mês do Inverno Profundo de 1947 DR “Ano do Triunfo dos Lordes das Runas”. Havia retornado de mais uma de minhas missões de busca que me afastaram da Cidade dos Esplendores, desta vez não obtive sucesso, mas em breve farei uma nova busca.

Precisava então de bravos aventureiros, decidi então começar por Gorak Beertonel, um Anão do Escudo, dono da hospedaria Chifre de Dragão, um dos locais mais conhecidos por atrair aventureiros de todos os cantos do mundo que passam pela Cidade dos Esplendores.

Mas procurava simplicidade, não queria egos inflados, homens de grande ganância, e tive a sorte a meu favor, quando em uma noite de extremo frio de início de inverno, bate a porta  um forasteiro do norte, criado com bárbaros das terras geladas, caminhou em direção ao sul depois de decidir abandonar sua tribo e seguir seus próprios caminhos, um Draconato de grande porte e bastante garra chamado Drakhar.

Decidi então colocar um anúncio na praça dos comércios, o que de fato atraiu um jovem amigo, criado por um antiquário chamado Edmund Solton que me orientou sobre o valor e a história de tantas relíquias que adquiri durante a minha jornada, o garoto se chama Deal e também é iniciado nas artes ladinas, além de manter um grande interesse em relíquias e artefatos.

Fiquei sabendo através de uma rede de informações sobre dois forasteiros que estavam na região e de quebra ainda me forneceram informações valiosíssimas sobre o passado deles o que não me deixou dúvidas, eram o que precisava para completar o grupo. Eram eles Dharmeros, um Tiefling iniciado nas artes arcanas, deixado em terra firme após anos de pirataria ao lado de seus irmãos que haviam seguido a maré a caminho de Mar Sem Rastros e o outro Dorn, mais experiente, grande guerreiro treinado com os Sentinelas e chegou a servir em incursões às Fronteiras Prateadas.

A noite em que reunimos este grupo tão diversificado na hospedaria Chifre de Dragão, a primeira impressão entre o Draconato e o Tiefling foram instintivas e pouco amistosas, mas após alguns pratos deliciosos de carneiro assado e cerveja de carvalho e mel, o grupo se interessou pelo plano, trazer informações de um vilarejo que estava bem próximo de um ataque onde suspeitas levam a que tenha sido realizado por gigantes, ocorridos a pouco mais de um mês e procurar a informante que foi ao local a menos de duas cavalgadas chamada Keila Darkhope, uma monge forasteira sulista.

Durante a manhã seguinte receberam seus pedidos e equipamentos solicitados e com grande espanto tiveram o primeiro contato com Gruthus, um Golem de Pedra que fazia os trabalhos domésticos da hospedaria para Gorak, na verdade descobriram que este havia sido um presente de um mago, Turghior Malek de Ilhas Moonshae, após ter sido salvo por Gorak do mar em meio a uma tempestade na época em que o anão se arriscou a vida marítima.

Agora era preparar a viajem e partir em direção ao primeiro marco, o assentamento de “Pedra da Noite”, próximo a Floresta Ardeep. Mas a viajem não seria fácil e nem tão pouco desafiadora, contavam com o tempo que estava para piorar com o adentrar do inverno, com animais selvagens em uma viagem que adentrava a mata fechada, colinas ermas, bandidos e tribos Ulhtgar. Em sua saída de Águas Profundas ainda deu tempo de apresentar Heian Hallmar, o contato do Conselho dos Lordes ao grupo na praça principal da cidade, enquanto guiavam seus cavalos a ponte exterior que dava para estrada. Boa sorte era o que desejávamos a esses jovens aventureiros!